Evair Aparecido Paulino, ou simplesmente Evair, conquistou seu espaço no hall da fama do Palmeiras. Fez mais que isso, na verdade. Realizou o que parecia impossível: se igualar a ídolos como Ademir da Guia e Leão. O eterno camisa 9 palmeirense é natural de Crisólia, distrito de Ouro Fino-MG. Como filho primogênito, sua infância foi bastante difícil. Chegou a trabalhar na roça junto de seus pais.
+ FERA DO PASSADO: Garrincha encantou o mundo com dribles desconcertantes + FERA DO PASSADO: 'Canhão da Vila', Pepe é o maior 'artilheiro humano' do Santos + FERA DO PASSADO: Romário, maestro do tetra, encantou com seus gols
Na época, Evair já era apaixonado por futebol e quem o incentivava era seu avô Mané Cesário. Era ele, inclusive, quem o liberava antes da hora do fim do expediente na roça para participar de seus bate-bolas com os amigos. Com o tempo, o que era um divertimento passou a ser coisa séria e algumas oportunidades em peneiras começaram a surgir. Passou no Guarani. Jogava de meio-campista até então. Suas habilidades como centroavante goleador ainda não tinham sido descobertas.
Depois de ser o destaque da base, ganhou sua primeira chance na equipe principal bugrina em 1985. No ano seguinte, o jogador de 1,84m foi um dos destaques do time que foi vice-campeão brasileiro. Evair disputou o posto de artilheiro com Careca e ficou atrás do são-paulino por um único gol.
No ano seguinte, teve sua primeira oportunidade na seleção brasileira que venceu os jogos Pan-Americanos. Em 1988, depois de conquistar a artilharia do Paulistão e o vice-campeonato, Evair optou por sair do País e foi jogar no Atalanta, da Itália, que tinha subido para a Série A naquele ano. Comandando o ataque, Evair começou ali a escrever sua história de "matador". Apesar das contusões, o prodígio brasileiro ajudou o clube a conquistar duas vezes seguidas uma vaga na Copa UEFA, algo inédito até então.
No entanto, a trama principal foi desenvolvida a partir de 1991, quando retornou ao Brasil e foi direto ao Palmeiras. Mas o seu começo no alviverde não foi fácil e o jogador chegou a ser afastado do elenco pelo treinador Nelsinho Baptista por "deficiência técnica". O panorama mudou quando o Palmeiras contratou Otacílio Gonçalves, treinador responsável por trazer de volta o atacante ao time. Em 1993, o atleta foi um dos principais jogadores da histórica conquista do Campeonato Paulista e um dos responsáveis pela quebra de jejum de títulos que já durava 16 anos. Quase 17. No dia 12 de junho, aconteceu a final da competição contra o arquirival Corinthians. Na partida, Evair marcou dois dos gols na vitória por 4 a 0. Um deles de pênalti, batido no canto esquerdo com extrema categoria. Impossível de esquecer.
O "matador" da torcida palmeirense ainda seria bicampeão Paulista e bi Brasileiro em 1994. Depois de um período no futebol japonês e passagens por outros clubes brasileiros (Atlético-MG, Vasco e Portuguesa), Evair retornou ao Palmeiras em 1999 - depois de recusar uma proposta do Corinthians. Para ser decisivo e, mais uma vez, se consagrar ídolo da nação alviverde. Foi dele o primeiro gol na final da Libertadores, contra o Deportivo Cali, que acabou levando a decisão para as cobranças de pênaltis.
A partir de 2000, o atacante passou por São Paulo, Goiás, Coritiba e Figueirense, clube que encerrou a carreira em 2003. Como treinador, comandou Vila Nova, Anápolis, Crac, Itumbiara, Uberlândia e River-PI. Com a camisa do Palmeiras, Evair marcou 127 gols em 245 partidas (foram 137 vitórias, 53 empates e 55 derrotas).
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.