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Lançamento do Estadão Acervo põe a história do País na era digital

Evento no Auditório Ibirapuera reúne 650 convidados, que destacam iniciativa do jornal de colocar 137 anos de vida na internet

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Por Redação

Em um evento que reuniu cerca de 650 convidados, entre políticos, empresários, artistas e diversas personalidades no Auditório Ibirapuera, o 'Estado' lançou ontem o Estadão Acervo, coleção completa de 137 anos do jornal com 2,4 milhões de páginas agora digitalizadas e disponíveis na internet. A partir de hoje, os leitores têm acesso a todas as coberturas realizadas desde a fundação do jornal, que acompanhou 2 viradas de século, 2 guerras mundiais, 6 reformas constitucionais, 9 trocas de moeda e 19 copas de futebol.A ministra-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas, cujo pai trabalhou no Estado, representou a presidente Dilma Rousseff. Participaram também, entre outros, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo; o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin; o prefeito Gilberto Kassab; os pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT); e o ex-ministro do Desenvolvimento Miguel Jorge. Os convidados puderam acessar páginas digitalizadas. "O acervo é uma possibilidade que nós, como leitores há décadas, temos para ver edições que antes só estavam disponíveis no arquivo físico", disse o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi. Sua curiosidade foi pesquisar a edição de 11 de março de 1943, data da fundação do banco. "A primeira página só tinha notícias de guerra", constatou. Censura. Leitor do Estado, desde criança, Alckmin contou que a notícia mais marcante foi ver seu nome na lista de aprovados para Medicina da faculdade de Santos, em 1971. "O acervo digitalizado é uma delícia", afirmou. "Quero ver tudo o que foi cesurado na época da ditadura." Na abertura da cerimônia, o diretor-presidente do Grupo Estado, Silvio Genesini, disse que o novo produto é um sonho que se iniciou há cerca de dois anos, "quando decidimos que a digitalização do acervo era um projeto alinhado com as estratégias e o futuro digital do grupo e, principalmente, que atenderia a um anseio de pesquisadores, historiadores, membros da comunidade acadêmica e da sociedade." Genesini contou que esta é a primeira fase do projeto. "Nas seguintes, digitalizaremos o Jornal da Tarde, áudios da Rádio e do Estúdio Eldorado, o Estadinho, um suplemento vespertino que saiu durante a Primeira Guerra, a revista Rotogravura, da década de 30, e cerca de 5 milhões de fotos com interesse histórico."O diretor de Conteúdo, Ricardo Gandour, ressaltou que a família Mesquita sempre faz questão de lembrar que, dos 137 anos do jornal, 132 são de vida independente, "descontados os cinco anos em que o Estado permaneceu confiscado pela ditadura de Getúlio Vargas, de 1940 a 1945".Durante a ditadura, mil páginas do jornal foram censuradas. No espaço das matérias censuradas foram publicados, em protesto, versos de Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões. No acervo digital, os leitores terão acesso às páginas originais, com os textos proibidos na época, ao lado daquelas que foram para as bancas.Gandour destacou que rever a história não é apenas contemplar o passado. "É constatar que o desenvolvimento do País esteve ligado ao progressivo aumento da liberdade de imprensa.""Esta noite também é uma homenagem a todos que planejaram, conceberam, escreveram, fotografaram, ilustraram, imprimiram, distribuíram, administraram, ousaram", acrescentou Gandour. "Gente que, durante décadas, em sucessivas gerações e capitaneados pela família Mesquita, trabalhou para colocar e manter o Estado no topo da credibilidade e do prestígio no cenário da imprensa brasileira e mundial."O francês Gilles Lapouge, que colabora com o jornal desde 1951, foi chamado ao palco para representar todos os jornalistas e demais colaboradores que trabalharam e trabalham no Grupo Estado. Ele foi apresentado a Júlio de Mesquita Filho pelo historiador Fernand Braudel, que havia participado do grupo que criou a USP. Ele ficou no Brasil por três anos e teve de voltar à França, onde trabalha como correspondente do Estado até hoje, aos 88 anos. Ele recebeu um quadro com sua primeira reportagem.A cerimônia mostrou um retrospecto não só do Estado, mas da história do País nos últimos 137 anos. Uma projeção multimídia com a linha do tempo destacou os principais fatos desde o tempo em que o jornal se chamava A Província de São Paulo até os dias atuais, intercalando depoimentos e apresentações de músicas marcantes de cada período, como Jair Rodrigues, com Disparada, lembrando os anos dos grandes festivais da Record.A apresentação lembrou o surgimento da Agência Estado, do Jornal da Tarde, da Rádio Eldorado e de publicações que marcaram época, como os suplementos Literário e Feminino.

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