São Paulo

Museu do Ipiranga por dentro; conheça em detalhes a nova estrutura

Complexo fechado desde 2013 deve reabrir no âmbito das comemorações do bicentenário da Independência. Veja o que mudou no local que simboliza a data histórica

Edison Veiga, especial para o Estadão

07 de agosto de 2022 | 05h00


Quando reabrir as portas ao grande público, totalmente restaurado, com novos espaços e exposições feitas com roupagem contemporânea, o Museu do Ipiranga não estará apenas celebrando o bicentenário da Independência do Brasil.

Porque se a data corre o risco de ser apropriada no contexto eleitoral, a instituição de quase 130 anos é sólida, permanente. Sua importância transcende o momento atual. E, modernizado, o velho museu deve atrair mais ainda do que os 300 mil visitantes que circulavam pelo seu interior antes do fechamento, ocorrido em 2013.

Estrutura centenária passou por obras e restauros após o fechamento, em 2013. Reabertura está prevista para 7 de setembro, data do bicentenário da Independência
Estrutura centenária passou por obras e restauros após o fechamento, em 2013. Reabertura está prevista para 7 de setembro, data do bicentenário da IndependênciaTaba Benedicto/Estadão

Ampliado, o Museu do Ipiranga vai retomar o lugar que ele conquistou ao longo do século 20: um símbolo da história brasileira, um espaço de entretenimento cultural que pertence não a uma instituição  – no caso, a Universidade de São Paulo (USP) –, mas a todo o imaginário nacional.

O Estadão sempre teve um olhar atento para o museu - o jornal já existia em sua fundação, em 1895, e acompanhou de perto todos os principais momentos de sua história, o que inclui sua degradação.

Prédio foi afetado por sérios problemas estruturais, que culminaram com o fechamento do local em 2013
Prédio foi afetado por sérios problemas estruturais, que culminaram com o fechamento do local em 2013Tiago Queiroz/Estadão

Em 2012, menos de um ano antes da recente interdição, o Estadão revelou problemas sérios que acometiam o edifício-sede e acompanhou cada passo seguinte, do fechamento às análises diagnósticas.

A nossa reportagem estará na reabertura do Museu do Ipiranga. Antes, apresentamos aqui, neste especial, os principais pontos do museu que você vai encontrar a partir de 7 de setembro de 2022.



Cronologia

Entenda a trajetória do museu desde a sua concepção como monumento no século 19 à transformação como entidade de pesquisa gerida pela Universidade de São Paulo (USP).

  • Proposta

    Um ano após a proclamação da Independência, a Assembleia Constituinte discutiu a proposta de erguer “no lugar denominado Piranga” um monumento em referência ao episódio.

  • Início

    O local foi demarcado e recebeu a pedra fundamental, em evento cívico.

  • Comissão

    Foi criada a primeira comissão para a construção do monumento. Ao longo das décadas seguintes, muitas idas e vindas e nada concreto.

  • Projeto

    O engenheiro italiano Tommaso Gaudenzio Bezzi (1844-1915) foi contratado para projetar o edifício-monumento.

  • Pontapé inicial

    As obras foram iniciadas.

  • O Museu

    Depois da decisão do governo republicano de dar uma “utilidade” ao edifício-monumento, o Museu Paulista foi instituído. Passaria a ocupar o monumento dois anos mais tarde, em 1895.

  • Inauguração

    O Museu Paulista foi oficialmente inaugurado. No primeiro ano, recebeu 40 mil visitantes.

    O Museu Paulista foi oficialmente inaugurado. No primeiro ano, recebeu 40 mil visitantes.
  • Jardim

    Foi inaugurada a primeira versão do jardim, projetado pelo paisagista belga Arsenius Puttemans (1873-1937).

  • Em obras

    Ficou fechado ao público pela primeira vez. As obras visavam a prepará-lo para o primeiro centenário da Independência.

    Ficou fechado ao público pela primeira vez. As obras visavam a prepará-lo para o primeiro centenário da Independência.
  • Em obras, parte 2

    Novamente foi interditado para obras, desta vez por dois anos.

  • Em obras, parte 3

    O museu ficou fechado ao público mais uma vez, para reforma.

  • Nas mãos da USP

    A Universidade de São Paulo passou a administrar o museu — que passou novamente um período fechado para restauro antes de reabrir sob nova direção.

  • Tombamento

    O museu foi tombado pelo Condephaat, o órgão estadual de proteção ao patrimônio.

  • Preservação

    O complexo passou a ser também protegido pelo Conpresp, o órgão municipal de preservação do patrimônio.

  • Em obras, parte 4

    Depois de dois anos em que fragmentos começaram a cair do teto do edifício, o museu passou por novas obras de recuperação — mas sem fechar suas portas ao público.

  • Tombamento nacional

    O Iphan, órgão nacional de proteção ao patrimônio, tombou o complexo.

    O Iphan, órgão nacional de proteção ao patrimônio, tombou o complexo.
  • Restauro

    Observando os problemas do edifício centenário, a administração do museu passou a estudar formas viáveis de restauro e ampliação dos espaços.

  • Problemas

    Pedaços de reboco da fachada estavam caindo e o forro de um dos salões havia cedido mais de 10 centímetros.

  • Fechamento temporário

    Após um laudo indicar risco de queda de forros, a instituição, que recebia 300 mil visitantes por ano, fechou suas portas.

    Após um laudo indicar risco de queda de forros, a instituição, que recebia 300 mil visitantes por ano, fechou suas portas.
  • Recuperação

    Foi anunciado o escritório H+F Arquitetos com o vencedor de concurso de obras para a recuperação do edifício.

  • Em obras, parte 5

    Finalmente as obras começaram.

    Finalmente as obras começaram.
  • Reinauguração para o bicentenário

    O museu deve ser reinaugurado em meio às celebrações do bicentenário da Independência.


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