Entre 2015 e 2020, cidade saiu do 12º para o 1º lugar no ranking do Trata Brasil
Localizada no litoral de São Paulo, a cidade de Santos já foi eleita algumas vezes a melhor grande cidade para morar no Brasil. Com 432 mil habitantes, o município tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) maior que a média nacional: de 0,840, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Cidades e países com IDH superior a 0,8 têm desenvolvimento humano considerado alto.
Um dos motivos para a melhora da qualidade de vida da população local é a universalização dos serviços de água e esgoto de Santos, o que garantiu o título de cidade com melhor saneamento do País neste ano pelo Instituto Trata Brasil.
Entre 2015 e 2020, a posição de Santos no ranking de saneamento básico do País oscilou entre o 12.º e o 1.º lugar. No ranking deste ano, o município, chegou pela primeira vez ao topo das 100 maiores cidades do País.
Em 2015, Santos já estava com quase todos os serviços universalizados. Cerca de 99% da população era atendida com água potável e 98,5%, com coleta de esgoto. Esses indicadores chegaram a 100% neste ano. Apesar da pequena diferença, o resultado pode ser visto nos números do setor de saúde.
De acordo com a Secretaria de Saúde de Santos, houve queda no número de casos de doenças virais (relacionadas ao saneamento básico), entre 2017 e 2019, registrados na rede municipal de saúde. Os casos de hepatite aguda tipo A caíram de 10 para 3 no ano passado. O de rotavírus recuou de 5 casos para zero.
Além disso, a cidade tem um dos índices mais baixos de internação por diarréia no País. Segundo dados do IBGE, para cada mil habitantes, há apenas 0,1 internação por esse tipo de sintoma. “O reflexo do saneamento básico é evidente na qualidade de vida da população, que fica menos sujeita a doenças virais”, diz o prefeito da cidade, Paulo Alexandre Barbosa.
A empresa sempre explorou os serviços na cidade sem uma contrapartida. A diferença é que agora criamos algumas vinculações claras.”
Segundo ele, a melhoria nesse setor também traz implicações positivas para a economia do município e para o turismo. Hoje o salário médio dos trabalhadores formais de Santos é de 3,4 salários mínimos. O de Ananindeua, que tem o pior saneamento do País, é de apenas 1,9 salário mínimo.
Barbosa conta que em 2015 a cidade fechou um contrato de 30 anos com a estatal Sabesp. O acordo, diz ele, trouxe algumas contrapartidas para a população, como um volume de investimento de R$ 1 bilhão em novas estações de tratamento, obras de drenagem, regularização de áreas e estações elevatórias.
“A empresa sempre explorou os serviços na cidade sem uma contrapartida. A diferença é que agora criamos algumas vinculações claras”, diz Barbosa. Ele destaca que as obras que estão sendo tocadas acabam melhorando a renda para a população local. “Isso sem contar na valorização imobiliária que o saneamento básico provoca nas áreas atendidas pelos serviços.”
Expediente
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