Com o adensamento dos centros urbanos e da frota circulante, o risco de o motorista sofrer um acidente ou ter o carro roubado também aumenta. Apenas no ano passado, foram registradas mais de 55 mil ocorrências de furto de veículos no Estado, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública. Contratar uma apólice de seguro é melhor maneira de reduzir o prejuízo, mas nem todo mundo pode pagar.
Levantamento feito no início de outubro pela Bidu, startup da área de seguros e produtos financeiros, aponta que o preço das apólices para os dez carros mais vendidos do Brasil em setembro subiu, em média, 46%. Conhecer os tipos de produtos oferecidos pelas seguradoras, bem como os detalhes das coberturas certamente ajudará o consumidor a contratar o melhor serviço – sem pagar pelo que não vai usar e ao mesmo tempo, garantindo indenização para os riscos aos quais está exposto.
As coberturas básicas estão ligadas ao veículo em si e indenizam casos de furto, roubo, colisão e intempéries como enchentes, raios, incêndios e vendavais. Há também as adicionais, para itens como vidros, faróis e lanternas, além de espelhos retrovisores e equipamentos de som. Os serviços de assistência e conveniência incluem socorro mecânico e carro reserva, além de chaveiro e eletricista, por exemplo. As coberturas para danos causados a terceiros contemplam bens móveis e imóveis, além de despesas oriundas de acidente causado pelo veículo segurado.
Os dados sobre o tamanho da frota brasileira são controversos. Segundo informações do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), há mais de 95 milhões de automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões circulando no País, o que daria um veículo para cada 2,2 habitantes. A distorção está ligada à falta de atualização em relação às baixas em caso de modelos que viraram sucata ou foram enviados ao exterior, por exemplo. Informações compiladas pelo Sindipeças, o sindicato que reúne as empresas de reparação, são baseadas em volumes de emplacamentos, índice de sobrevivência e idade dos veículos. Com essa metodologia, o resultado aponta para cerca de 43 milhões de unidades em 2017.
Opções sob medida. O Grupo Porto Seguro, por exemplo, oferece três produtos diferentes: Porto Seguro Auto, Itáu e Azul. Além das coberturas convencionais, a empresa vem se notabilizando pelos serviços adicionais. “O seguro oferece, gratuitamente, soluções para a residência, como reparos emergenciais em rede elétrica e hidráulica, chaveiro, serviços para o pet, entre outros”, afirma o diretor da Porto Seguro, Jaime Soares.
1.759.310
total de automóveis e comerciais leves segurados no Estado de São Paulo, em 2017, segundo dados da Susep
Saint’Clair Pereira Lima, diretor-técnico da Bradesco Auto/RE, diz que um dos serviços que tem feito bastante sucesso é o chamado Super Martelinho. Essa cobertura garante a recuperação de amassados de pequeno e médio portes quando não há danos à pintura. “Clientes de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba e Belo Horizonte também contam com o Reparo Rápido”, afirma o executivo. Feito em até 4 horas, esse serviço inclui a reparação da pintura de arranhões e pequenos amassados em partes externas, como a lataria e os para-choques, por exemplo.
“Temos pacotes com diversas opções de carro reserva, como veículos com câmbio automático e picapes”, diz o diretor de automóveis da Tokio Marine, Fernando Padial. Da SulAmérica, o Auto Mulher inclui reboque e troca de pneus com número ilimitado de acionamentos, acompanhante à delegacia em caso de roubo ou furto do veículo e mais acionamentos do serviço de motorista amigo. Há também isenção de franquia no primeiro acidente - cobrimos os danos mesmo que o valor fique abaixo da franquia”, conta o vice-presidente de Auto e Massificados da companhia, Eduardo Dal Ri.
Já usei várias vezes. A mais recente foi para resolver um problema na lavanderia. Eles vêm no horário combinado e tem a questão da segurança, que é muito importante.Maria Lúcia Nogueira de Lima Carvalho, professora aposentada e cliente da Porto Seguro
‘Velhinhos’. Há produtos específicos para modelos mais antigos. É o caso do Tokio Marine Auto Popular, com prêmio até 50% mais barato que os seguros tradicionais. Segundo informações da companhia, são utilizadas “peças novas compatíveis de empresas homologadas pelas montadoras. Itens de segurança, como freios, suspensão e direção, são utilizadas peças genuínas.”
Da Azul, o Auto Leve é voltado para carros com três anos ou mais de fabricação e importância segurada de até R$ 60 mil. O pagamento da apólice pode ser parcelado em até dez vezes.
A entrada em vigor da lei dos desmanches também permitiu a criação de seguros mais baratos, voltados para veículos antigos. Nesse caso, são utilizadas peças originais, mas fornecidas por desmanches regularizados ¬- esses itens têm garantia de procedência.
A Suhai, por sua vez, oferece uma apólice que cobre exclusivamente furto e roubo. O diferencial é que a companhia aceita carros com mais de dez anos, tunados, rebaixados, utilizados em aplicativos, táxis e motos de qualquer cilindrada, inclusive as de motoboys. “O cliente pode fazer a vistoria por meio de um aplicativo para celular disponível para iOs e Android”, explica o diretor geral da companhia, Fernando Soares.