Role para ver a série completa
Com a proximidade da Black Friday, no dia 27 de novembro, muitos consumidores pretendem aproveitar as ofertas para comprar um notebook ou um desktop novo, ou até mesmo para fazer um upgrade no próprio computador e melhorar uma parte dele.
Em ambos os casos, alguns usuários, como os fãs de games e quem gosta de mexer com vídeo, podem procurar por um componente que faz toda a diferença no aparelho: a placa de vídeo. Ela é responsável por processar informações e gerenciar as decisões relacionadas ao universo de imagens e vídeos.
Não é o único nome pelo qual o componente é conhecido: ele também é chamado por aí como placa gráfica, processador gráfico ou GPU (sigla em inglês para Unidade de Processamento Gráfico). No caso dos dois últimos nomes, é importante não fazer confusão: o processador gráfico/GPU é apenas um dos componentes mais importantes de uma placa de vídeo – mas, dada sua importância, acaba se tomando a parte pelo todo.
Nesse texto, você vai entender os principais tipos de placa de vídeo disponíveis no mercado e também como tomar sua decisão de acordo com o tipo de uso que você faz do computador.
Um dos atributos mais importantes antes de escolher a placa de vídeo para o seu computador (ou um computador com uma placa de vídeo adequada à sua necessidade) é verificar se ela é integrada - também chamada de onboard – ou dedicada – conhecida como offboard.
A placa de vídeo integrada, ou onboard, vem dentro de um chip já embutido na placa mãe do computador. Já a placa dedicada, ou offboard, é separada da placa mãe e é focada no processamento das tarefas gráficas. “A diferença entre elas é que uma placa dedicada não compete com os mesmos recursos da placa mãe, sendo muito mais focada nas tarefas gráficas”, explica Guilherme Wachs, professor do departamento de Ciência da Computação do Centro Universitário FEI.
Normalmente, as fabricantes utilizam uma sequência de números para identificar as placas. A esses números é dado o nome de séries. São dados que indicam a geração e o modelo da placa, que vão denotar suas capacidades de processamento dos gráficos.
No caso da Nvidia, por exemplo, as séries são identificadas pelos primeiros algarismos das placas (se for um número de três algarismos, a série será o primeiro número; caso seja um número de quatro algarismos, aí a série será identificada pelas duas primeiras casas).
A AMD, que fabrica as placas Radeon, tem uma postura semelhante. Nos dois casos, os últimos algarismos identificam o modelo da placa – o que pode confundir muitos usuários, uma vez que uma placa de uma série superior não necessariamente será a mais avançada ou recomendada.
Para Wachs, existem dois fatores principais a serem considerados durante a escolha de uma placa de vídeo, em termos de potência. Um deles é a velocidade do processador gráfico, normalmente expressa em MHz ou GHz. É a frequência com a qual o componente consegue calcular as operações, de forma semelhante ao que acontece no processador.
O outro fator é a capacidade da memória RAM da placa de vídeo, que é expresso em MB ou GB – e demonstra a quantidade de informações que ela consegue processar de uma vez só. Um jeito de encarar a memória RAM é pensar nela como uma lousa para resolver contas. Nem toda lousa dá conta de fazer todas as contas do mundo, mas uma vez que a conta foi finalizada, é possível apagar a lousa e começar outra operação. Assim, quanto mais memória, melhor será o desempenho da placa, mas não adianta investir apenas em memória.
No mercado, é possível encontrar placas de 4 GB, 8 GB, 16 GB de memória RAM. É um fator que vai mexer muito com o preço da placa. No entanto, é preciso ficar atento também ao tipo de memória utilizada – em um padrão expresso pela sigla DDR, normalmente acompanhada de um número, que indica o avanço da tecnologia. Logo, não basta apenas ter muita memória, mas também ficar de olho para ver o quão recente ela é. Vale ainda ressaltar que a memória RAM da placa de vídeo é uma coisa; a memória RAM do computador é outra – e quanto mais se utilizar a memória dedicada, menor será o trabalho da outra.
Para quem estiver perdido, uma alternativa interessante pode ser olhar sites que fazem comparativos de benchmark (testes técnicos) das placas desejadas. Alguns endereços recomendáveis são a Videocard Benchmarks ou o Tom's Hardware, ambas em inglês.
Para Wachs, um usuário que deseja comprar um computador para navegar na internet e utilizar recursos básicos pode pensar em um sistema de vídeo integrado, hoje normalmente já presente na vasta maioria das placas-mãe. A recomendação também é válida para quem deseja comprar um notebook simples.
Por outro lado, um usuário gamer, um editor de vídeo ou até mesmo quem trabalha com inteligência artificial vai sentir mais diferença ao comprar uma placa dedicada, já que ela é focada em trabalhar com tarefas gráficas e, por isso, proporciona mais velocidade durante a geração e o processamento das imagens.
Vale lembrar que há modelos de notebook que vêm com placas dedicadas, mas nesse caso, o professor aconselha a se certificar sobre esse aspecto antes da compra, porque fazer upgrade em um notebook é mais complicado por conta do espaço.
Independentemente do tipo de usuário que você seja, Wachs recomenda comparar preços e especificidades entre notebooks, computadores e/ou processadores gráficos – dependendo do tipo de compra que você deseja realizar – antes de fechar negócio na loja.
Para quem vai fazer um upgrade, é necessário prestar atenção à compatibilidade da placa de vídeo com a placa mãe – há diversos padrões de entradas diferentes e é bom ficar de olho. É um ponto que vale tanto para computador como para o desktop.
Além da compatibilidade de entrada, é importante ficar atento ao consumo de energia e às mudanças de temperatura que o uso de uma placa diferente pode causar. A elevação de temperatura pode fazer o computador “fritar”, perdendo potência ou até mesmo tendo problemas. Nesse caso, pode ser interessante comprar dissipadores de calor, que vão conferir ventilação interna ao computador.
Uma placa de vídeo ideal, seja ela integrada à placa-mãe ou dedicada, deve ter algumas saídas importantes. Usuários padrão poderão ficar satisfeitos com o uso de portas HDMI, para conectar o aparelho em projetores, televisões e até mesmo alguns modelos de monitores. Já usuários mais exigentes podem prestar atenção no padrão DisplayPort, com maior taxa de atualização, recomendado para quem joga, por exemplo.
Alguns modelos de placas também contém ainda a antiga saída VGA. Ela está caindo em desuso, mas pode ser uma mão na roda caso você precise conectar sua máquina a um monitor antigo.
Para Wachs, a Nvidia é a principal fabricante de placas de vídeo offboard no mercado atualmente. Outra marca que vale a pena prestar atenção é a AMD, dona da linha Radeon, antigamente fabricada pela ATi.
Vale lembrar que há uma infinidade de modelos que atendem aos mais variados consumidores. Logo, a escolha, mais uma vez, dependerá do tipo de uso do usuário. Porém, vale lembrar que, para desembolsar uma placa de vídeo topo de linha, é necessário colocar a mão na bolso – para quem gosta de jogar, por exemplo, é preciso pensar duas vezes, uma vez que o custo de uma placa de vídeo pode ser semelhante ao de um console inteiro.
Porém, com a chegada da Black Friday, pode ser possível encontrar bons descontos no mercado.
Editor executivo multimídia Fabio Sales / Editora de infografia multimídia Regina Elisabeth Silva / Editores assistentes multimídia Adriano Araujo, Carlos Marin, Glauco Lara e William Mariotto / Edição de texto Bruno Capelas / Reportagem Luciana Lino, especial para o Estado / Designers Multimídia Danilo Freire, Dennis Fidalgo, Vitor Fontes e Lucas Almeida