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Adriano da Nóbrega, de oficial promissor a chefe de milícia

Marcio Dolzan

20 de fevereiro de 2020 | 12h30


O miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, o capitão Adriano, teve o nome envolvido na morte de Marielle Franco e era alvo de investigação sobre ‘rachadinha’ no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro.

Ex-capitão da PM Adriano Magalhães da Nóbrega, apontado como líder do grupo miliciano Escritório do CrimePolícia Civil do RJ

1996

Política Militar

Adriano Magalhães da Nóbrega entra de forma promissora na Polícia Militar do Rio. Com porte atlético e um interesse especial por armas, tem ascensão rápida na corporação.


2000

Bope

Conhecido como “Maromba” por colegas do Curso de Formação de Oficiais, chega ao Batalhão de Operações Especiais (Bope) do Rio. Passa a ser conhecido como capitão Adriano e apontado como oficial “de combate”.

Escritório do Crime

Grupo paramilitar surge no Rio, oferecendo serviço de “segurança” – milícia passa a cobrar taxas de moradores e comerciantes da região.


2005

Homenagem

Nóbrega é homenageado pelo então deputado estadual Flávio Bolsonaro com a Medalha Tiradentes, a mais alta honraria concedida pela Assembleia Legislativa do Rio.

Elogio

Então deputado federal Jair Bolsonaro defende Adriano da Nóbrega – já processado por homicídio – durante um discurso na Câmara.

Homicídios

Na mesma época, o então oficial do Bope passa a trabalhar como segurança de familiares do bicheiro Waldomiro Paes Garcia, o Maninho. Ele teria participado de no mínimo oito homicídios.


2007

Assessora

Ex-mulher de Nóbrega, Danielle Mendonça da Costa passa a trabalhar no gabinete de Flávio na Assembleia, onde permanece até novembro de 2018.


2014

Expulsão

Adriano da Nóbrega, por causa da ligação com contraventores, é expulso da Polícia Militar. Não se sabe quando ele passa a integrar e comandar o Escritório do Crime.


2016

Assessora

Mãe de Nóbrega, Raimunda Veras Magalhães aparece como lotada no gabinete de Flávio na Alerj, onde fica até novembro de 2018.


2018

Marielle Franco

A vereadora Marielle Franco (PSOL) é morta a tiros em março, no Rio. O Escritório do Crime é apontado como responsável pelo assassinato da vereadora.

Marielle Franco (PSOL) foi eleita vereadora do Rio em 2016 com a quinta maior votaçãoMarielle Franco/Facebook

2019

Operação Intocáveis

Operações Intocáveis I e Intocáveis II, do Ministério Público do Rio, miram grupo que comanda esquema de participação na compra, venda e construção irregular de imóveis na zona oeste do Rio.

O policial militar reformado Ronnie Lessa, de 48 anos (à esquerda), e o ex-policial militar Elcio Vieira de Queiroz, de 46 (à direita), presos acusados de matar a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson GomesPolícia Civil/AFP

Prisão

O Escritório do Crime também é apontado como um grupo especializado em mortes por encomenda. A morte de Marielle Franco é atribuída a dois ex-PMs que integrariam o grupo, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz.

Muzema

Três meses depois da Intocáveis, dois prédios construídos ilegalmente em área controlada pela milícia desabam na Muzema, deixando 24 mortos e dezenas de desabrigados.

Dois prédios de seis andares desabaram na manhã de sexta-feira, 12, na favela da Muzema,na zona oeste do RioWilton Junior/Estadão

2020

Morte

Nóbrega é localizado no interior da Bahia e, durante troca de tiros com a polícia, é morto em Esplanada. Dias antes, ele tinha conseguido fugir de policiais em Sauípe

Quem teve acesso à casa do sítio onde Adriano foi executado se impressionou com quantidade do sangue derramado da vítimaWilton Jr./Estadão Conteúdo

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