Fernando Haddad (PT), agora no 2º turno, foi “o cara” em todo lugar: ganhou em todas as cidades cearenses, antes dominadas por Ciro Gomes (PDT).
A migração de votos do pedetista para o PT aconteceu apesar de Ciro ter declarado neutralidade na véspera da eleição, posicionamento que frustrou os planos da campanha de Haddad. O Ceará foi um dos três Estados, junto de Sergipe e Piauí, em que Haddad dominou todas as cidades.
No primeiro turno, o petista havia vencido em 92 dos 184 municípios. A outra metade ficou com Ciro, mas como o candidato do PDT foi melhor em regiões mais populosas, terminou com cerca de 300 mil votos a mais.
Desde 1998, ano em que Ciro disputou a Presidência pela primeira vez, o Ceará tem sido o reduto mais leal ao político, que atingiu destaque nacional durante o período em que foi governador do Estado.
Os mapas acima mostram a distribuição geográfica do voto cirista nas três eleições que disputou. No pleito de 2018, o candidato ficou mais confinado às fronteiras estaduais do que nas outras duas ocasiões em que concorreu.
Ainda assim, Ciro foi menos hegemônico no Estado do que na eleição de 2002, quando concorreu pelo PPS. Há 16 anos, ele terminou a disputa com um percentual de votos semelhante ao de 2018, mas ganhou em 80% das cidades cearenses. Naquela disputa, o PT de Lula venceu em 35 cidades.