Reabertura em SP: veja fases da quarentena em cada cidade
Monitor da flexibilização da quarentena em São Paulo indica qual a situação dos municípios paulistas e quais são as regras contra o coronavírus para a reabertura do comércio e serviços
Texto: Felipe Resk / Dados: Rodrigo Menegat e Brasil.io / Design: Bruno Ponceano / Desenvolvimento: Mariana Cunha
04 de junho de 2020 | 14h20
Atualizado em 30 de novembro de 2020 | 12h
Considerado epicentro do novo coronavírus no Brasil, São Paulo deu início à reabertura gradual do comércio no dia 1.º de junho. O projeto de retomada econômica foi anunciado pelo governador João Doria (PSDB) após 64 dias de quarentena geral no Estado.
Para facilitar que o leitor acompanhe o processo na sua cidade, o Estadão desenvolveu o Monitor da Reabertura. Na ferramenta, é possível conferir o status de flexibilização e os dados da covid-19 por município, disponibilizados pelo Brasil.io, além das regras indicadas pelo governo do Estado para cada setor econômico.
Chamado de Plano SP, o programa de saída da quarentena prevê o retorno de serviços não essenciais por etapas. Para isso, a gestão Doria aposta suas fichas em regionalizar estratégias de combate à covid-19 - e não mais adotar regras de controle que valham para todos os 645 municípios, como era feito até então.
São cinco níveis de restrição, indicados por cores, que vão desde a fase mais rígida até a liberação total. De acordo com o governo, a classificação é realizada com base no comportamento da pandemia em cada região (casos, óbitos e internações) e a capacidade de resposta do sistema de saúde local.
O Estado chegou a ter estabelecidas 17 regiões: uma só com a capital paulista e uma sub-divisão da região metropolitana e outras 16 formadas por um conjunto de cidades correspondentes a um Departamento Regional de Saúde (DRS). Mas isso foi alterado em outubro e a região metropolitana e a capital voltaram a ser uma única, chamada de Grande São Paulo. A gestão do governador João Doria vinha reavaliando semanalmente a classificação das regiões. A cada 14 dias, elas podiam progredir e, semanalmente, podiam retroceder, dependendo dos números da pandemia. Mas, no dia 11 de setembro, quando todo o Estado chegou à fase amarela, o Centro de Contingência Contra a Covid-19 determinou que as classificações passam a ser mensais. E que, caso uma região apresente piora significativa nos indicadores, ela será excepcionalmente rebaixada para a fase vermelha.
Protocolos de operação dos setores
Para cada fase da reabertura, o governo de São Paulo estabeleceu regras básicas que devem ser seguidas pelos setores de comércio e serviços. Também há protocolo geral, válido para todas as atividades autorizadas, que recomenda uma série de medidas, como distância mínima de 1,5 metro entre pessoas, higienização periódica em todos os ambientes e até demarcação das áreas de fluxo para evitar aglomeração.
Segundo o Plano SP, as cidades que estiverem na Fase 1 (vermelha) só podem manter os serviços considerados essenciais - farmácias e supermercados, por exemplo. Os demais, como bares, restaurantes, parques, escritórios, sem exceção, deverão permanecer fechados. Já na Fase 5 (azul), todas as atividades ficam autorizadas a reabrir.
Regras que delimitam a capacidade máxima permitida nos estabelecimentos ou o período em que estão autorizados a funcionar, portanto, são válidas para as fases intermediárias (laranja, amarela e verde). Pelo plano, as restrições vão afrouxando na medida em que os índices da pandemia regridem.
Confira quando os setores devem reabrir, de acordo com as fases
ACADEMIAS
Fechado: 1 e 2
Restrito: 3 e 4
Liberado: 5
Independentemente da modalidade esportiva, academias só estão autorizadas a reabrir a partir da Fase 3, quando podem manter no máximo 30% da capacidade somente com práticas individuais (sem aula em grupo). A entrada se dará com agendamento prévio e terá limpeza intensificada. Protocolo do setor também orienta que todos usem máscara (exceto em atividades aquáticas), os espaços de exercício fiquem demarcados no piso e sejam distribuídos kits de limpeza em áreas de musculação e peso livre. O local deve, ainda, orientar os clientes a evitar horário de pico e apresentar gráfico com frequência diária por horários. O funcionamento será de apenas 6 horas por dia.
SHOPPING, GALERIA E COMÉRCIO
Fechado: 1
Restrito: 2 a 4
Liberado: 5
Os estabelecimentos devem controlar acesso de clientes, não realizar atividades promocionais ou eventos e espalhar avisos sobre o risco de infecção por covid-19. Também há recomendação para uso de alarme convocando os funcionários a lavar as mãos. O setor abre a partir da Fase 2 , com horário reduzido a 4 horas e capacidade de 20%. Na Fase 3 o limite subiu para dez horas e 40%. Na Fase 4, a capacidade é de 60% e o funcionamento se dá por 12 horas.
BAR E RESTAURANTE
Fechado: 1 e 2
Restrito: 3 e 4
Liberado: 5
O consumo local é permitido apenas na Fase 3, mas ao ar livre e com limite de 40% da capacidade. Restaurantes podem ficar abertos até as 23h, mas o serviço deve ser interrompido às 22h, obrigatoriamente Nas etapas anteriores, só por serviço de delivery. Por protocolo, estabelecimentos têm de higienizar mesas e cadeiras a cada troca de cliente. Também devem ter à disposição talheres descartáveis (o uso não é obrigatório) e servir temperos e condimentos em sachês individuais. Para self service, um funcionário precisa ficar encarregado de servir os pratos.
SALÃO DE BELEZA
Fechado: 1 e 2
Restrito: 3 e 4
Liberado: 5
Segundo o protocolo, o atendimento só deve acontecer por agendamento, com intervalo suficiente para higienizar todos os utensílios. A distância mínima entre as estações de trabalho deve ser de 2 metros -- se estiver organizado em linha, precisa deixar ao menos uma vazia entre duas em uso. Também há orientação para evitar acessórios como anéis, brincos, relógios e colares. A atividade só passa a ser permitida na Fase 3, com limite de 40% da capacidade. A permissão aumenta para 60% na Fase 4.
TEATRO E CINEMA
Fechado: 1 e 2
Restrito: 3 e 4
Liberado: 5
As atividades culturais reabrem na Fase 3, com ocupação máxima de 40% dos assentos e controle de acesso. Apenas familiares podem ficar juntos, sem respeitar o distanciamento mínimo. Pisos e assentos devem ser demarcados.Também há orientação para que todas as entradas sejam abertas (com conferência visual dos ingressos) e as saídas, coordenadas por protocolo específico. Nos teatros, participação do público ou foto com artista estão suspensas. Uso de máscara pelos artistas é facultativo. A venda de ingressos será online e pode haver consumo de alimentos e bebidas apenas dentro da sala. O uso de máscara é obrigatório e há adoção de protocolos específicos.
EVENTOS E ATIVIDADES CULTURAIS
Fechado: 1 a 3
Restrito: 4
Liberado: 5
Nesta fase a principal diferença será a possibilidade de realização de eventos que as pessoas fiquem em pé, mas com distanciamento entre elas. Os locais poderão ter ocupação máxima de 60% (com controle de acesso), venda de ingressos online, uso obrigatório de máscara e adoção de protocolos geral e específicos.
ATIVIDADE IMOBILIÁRIA
Fechado: 1
Restrito: 2 a 4
Liberado: 5
Os imóveis só podem receber visita de uma família por vez, preferencialmente com agendamento prévio. O corretor deve ter álcool em gel à disposição para o cliente. O setor volta a funcionar a partir da Fase 2, quando os stands presenciais de venda podem abrir com 20% da capacidade e por até 4 horas diárias. Na Fase 3, aumenta para 40% e 6 horas. Depois, 60% na Fase 4.
AUTOMOTIVO
Fechado: 1
Restrito: 2 a 4
Liberado: 5
Concessionárias devem controlar acesso ao showroom, preferencialmente com visitas agendadas. Por protocolo, veículos precisam ser higienizados periodicamente, com bancos, volante e manopla cobertos por película descartável. Em test drive com duas pessoas, a segunda deve sentar no banco de trás do lado oposto ao motorista. O setor volta a funcionar a partir da Fase 2, com 20% da capacidade e por até 4 horas diárias. Na Fase 3, aumenta para 40% e 6 horas. Depois, 60% na Fase 4.
PARQUES
Fechado: 1 e 2
Restrito: 3 e 4
Liberado: 5
A programação original do Plano SP era que parques e outros espaços públicos só devem reabrir na Fase 5, a última etapa de flexibilização. Mas o plano foi alterado para permitir que esses locais possam reabrir já na fase 3, mas com medidas como o fechamento de espaços fechados (como bibliotecas e brinquedotecas), controle de acesso público e restrição a aglomerações. A abertura na fase 3 é apenas para os dias de semana, para que as pessoas possam fazer atividades físicas individualmente, com fechamento aos sábados e domingos.