Saúde

Geração sem vacina - GlossárioVacina em dia: veja dose recomendada e calendário de imunização

Qual a idade para vacinar as crianças contra poliomielite? O que significa vírus inativado em uma vacina? Tire suas dúvidas sobre os imunizantes disponíveis no SUS

Texto: Turma do 1º Curso Estadão de Jornalismo de Saúde

13 de dezembro de 2022 | 16h30

Durante a pandemia de covid-19, as vacinas passaram a fazer parte das conversas cotidianas, mas a rotina de pais e crianças envolve muitos outros imunizantes disponíveis gratuitamente no SUS. O calendário  prevê aplicações de doses e reforços diferenciados por vacina em intervalos específicos, um desafio para quem zela por ter a carteirinha dos filhos em dia. Se as siglas de cada vacina e os prazos para tomar cada uma parecem difíceis, buscamos ajuda de especialistas para descomplicar.

No glossário abaixo, além de termos técnicos sobre o assunto, detalhamos as vacinas que compõem o Plano Nacional de Imunizações (PNI), as doenças que elas previnem e como devem ser aplicadas. Todas as informações foram revisadas e validadas pela médica Flávia Bravo, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).


Foto: Bernardo Portella/Fiocruz

Glossário



Agente etiológico

É o agente causador ou responsável por uma doença. Pode ser vírus, bactéria, fungo, protozoário ou helminto. É sinônimo de “patógeno”.

Atenção primária

Primeiro nível de atenção em saúde. Caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde que abrange promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos e a manutenção da saúde. Trata-se da principal porta do SUS e do centro de comunicação com toda a Rede de Atenção, atuando como um filtro capaz de organizar o fluxo desde os serviços mais simples até os mais complexos.

Antivacina

Grupo de pessoas que fazem oposição à vacinação. Em 2019, o termo entrou para a lista da Organização Mundial da Saúde(OMS) das dez ameaças globais à saúde. A pessoa antivacina reluta em tomar vacinas e ameaça a contenção de doenças que já estavam quase ou totalmente erradicadas, como sarampo e poliomielite. Conforme a OMS, a falta de posicionamento crítico e a falta de confiança no método de produção estão entre os principais fatores de resistência aos imunizantes.

Antígeno

Substâncias estranhas ao organismo capazes de fazer o sistema imunológico reagir, produzindo anticorpos.

Anticorpos

Anticorpos são produzidos pelo sistema imunológico. São proteínas (imunoglobulinas) que protegem as pessoas contra invasores microscópicos como vírus, bactérias, substâncias químicas e toxinas.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

É uma autarquia sediada em Brasília (DF) e presente em todo o território nacional. Seu papel é promover a proteção da saúde da população por meio do controle sanitário da produção e consumo de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, processos, insumos e tecnologias a eles relacionados, bem como o controle de portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegados.

Assintomático

Um caso assintomático é um indivíduo que está infectado, mas não desenvolve sintomas da doença. No caso da covid-19, por exemplo, são indivíduos que testam positivo para a SARs-CoV-2, sem  desenvolver sintomas como febre, tosse ou dificuldade respiratória.

Atenuada

Uma das classificações de vacinas virais. Trata-se dos imunizantes em que o vírus encontra-se ativo, porém sem capacidade de desenvolver a doença. É o caso da vacina contra a caxumba e da febre amarela, por exemplo. Raramente estes vírus podem reverter para a forma selvagem e causar a doença. Imunizantes desse tipo são contraindicados para imunodeprimidos e gestantes.

Bactéria

As bactérias são, em grande parte, benéficas aos humanos, mas algumas variedades são capazes de matar ou causar diversas doenças. Estão presentes no corpo humano desde o parto, passadas ao bebê pela mãe. A partir daí inicia-se a formação do microbioma e, conforme o indivíduo cresce, o número de bactérias presentes no organismo aumenta.

BCG

A vacina BCG (Bacilo de Calmette e Guérin) é indicada para prevenir as formas graves de tuberculose (Miliar e Meníngea), como meningite e tuberculose disseminada, de maior risco para crianças. Possui esquema de vacinação em dose única, o mais precocemente possível, ainda na maternidade, preferencialmente nas primeiras 12 horas após o nascimento. Na rotina, a vacina é destinada a crianças na faixa etária de 0 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias. A vacina que está disponível nas Unidades Básicas de Saúde é fabricada pelo laboratório Serum Institute of India, importada pelo Ministério da Saúde.

Bio-Manguinhos

O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) é a unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) responsável por pesquisa, inovação, desenvolvimento tecnológico e pela produção de vacinas, kits para diagnóstico e biofármacos voltados para atender, prioritariamente, às demandas da saúde pública nacional.

Calendário vacinal

O Calendário Básico de Vacinação brasileiro é aquele definido pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) e corresponde ao conjunto de vacinas consideradas de interesse prioritário à saúde pública do País. Atualmente, é constituído por 19 vacinas recomendadas à população, desde o nascimento até a terceira idade, e distribuídas gratuitamente nos postos de vacinação da rede pública.

Caxumba

Infecção viral aguda e contagiosa. Pode atingir qualquer tecido glandular e nervoso do corpo humano, mas é mais comum afetar as glândulas parótidas, que produzem a saliva, ou as submandibulares e sublinguais, próximas ao ouvido. É mais comum em crianças no período escolar e em adolescentes, mas também pode afetar adultos em qualquer idade.

Cobertura vacinal

Estimativa da proteção vacinal que uma população específica apresenta. É uma fórmula feita a partir da divisão do número de doses aplicadas pela população-alvo da vacina multiplicado por cem. É expressa em uma porcentagem.

Foto: Bernardo Portella/Fiocruz

Complexo Econômico-Industrial da Saúde

Representa o conjunto de indústrias que oferecem produtos e serviços essenciais para a Saúde Pública. Os setores industriais envolvidos são aqueles de base química e biotecnológica  – focados na geração de medicamentos, vacinas e reagentes, por exemplo –, e os de base mecânica, eletrônica e de materiais, responsáveis pela produção de equipamentos eletrônicos, próteses, órteses e outros materiais.

Certificado digital

O Certificado Internacional de Vacinação é o documento que comprova a vacinação de febre amarela, e é emitido gratuitamente pela Anvisa. Ele é necessário porque alguns países exigem o documento para a entrada em seu território. O portal da Organização Mundial da Saúde (OMS) atualiza regularmente os países que exigem o documento.

Conecte SUS

Plataforma do Ministério da Saúde que integra informações dos estabelecimentos de saúde públicos e privados e dos órgãos de gestão em saúde. No Conecte SUS, é possível acessar, por exemplo, carteira de vacinação, exames realizados e medicamentos utilizados por pacientes.

Campanhas de vacinação

Conjunto de esforços adotados para vacinar em massa a comunidade a fim de promover imunização da população contra uma ou mais doenças. Incluem a conscientização maciça sobre os benefícios da imunização, a fim de evitar ou erradicar tais doenças.

Coronavírus

Os coronavírus são uma ampla família de vírus que podem causar uma variedade de condições, desde um resfriado comum até doenças mais graves. O novo coronavírus é uma nova cepa detectada após a notificação de um surto em Wuhan, na China, em dezembro de 2019.

CT-Vacinas

O CT-Vacinas é um centro de pesquisas em biotecnologia, resultado da parceria entre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Instituto René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-Minas) e o Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC). É voltado para o desenvolvimento de novas tecnologias ligadas à produção de kits de diagnóstico e vacinas contra doenças humanas e veterinárias.

Datasus

Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. É o responsável por desenvolver sistemas de informação e suporte de informática para os órgãos do SUS. O Datasus registra, nos seus sistemas, dados de diversos indicadores em saúde do País.

Desinformação

O termo desinformação é comumente usado para se referir a tentativas deliberadas (frequentemente orquestradas) para confundir ou manipular pessoas por meio da divulgação de informações desonestas e falsas.

Difteria

Doença transmissível causada por bactéria localizada nas amígdalas, laringe, faringe e nariz, que pode atingir também pele e mucosas. O principal sintoma da difteria é a presença de placas de cor branco-acinzentada nas amígdalas, mas os pacientes também apresentam sintomas como febre, cansaço, palidez e dor de garganta. A prevenção é feita com a vacina pentavalente.

DNA

O DNA é a grande base de dados genéticos dos seres humanos. Ele representa toda a informação contida dentro do genoma e tem um formato similar a uma fita espiral, onde vários tracinhos de DNA e proteína são ligados por fios dos dois lados.

Doença autoimune

Desenvolve-se quando o sistema imune começa a reconhecer estruturas do organismo como estranhas e passa a atacar a si próprio. Ao invés de as células imunes reagirem apenas contra agentes nocivos, elas reagem contra estruturas do próprio corpo, produzindo os chamados autoanticorpos, por considerar os tecidos do próprio organismo elementos estranhos.

Doença crônica

São consideradas doenças crônicas aquelas que têm início gradual, com duração longa ou incerta e, em geral, apresentam várias causas. Normalmente, o tratamento envolve um processo de cuidado contínuo que, usualmente, não leva à cura.

Doença endêmica

Uma endemia ocorre quando a doença é recorrente na região, mas não há um aumento significativo no número de casos e a população convive com ela. A dengue tem caráter endêmico no Brasil, porque ocorre durante o verão em certas regiões.

Doença eliminada

Trata-se de doença que já não circula mais, ocorrendo apenas em regiões específicas. O Brasil, por exemplo, eliminou a poliomielite, mas a doença ainda é endêmica em alguns lugares do mundo.

Doença erradicada

São doenças que já não circulam mais em nenhum lugar do mundo. Atualmente, a única doença erradicada é a varíola.

Dose

É a administração de vacinas para a estimulação da resposta imunológica com a finalidade de prevenir doenças em uma população.

e-SUS Atenção Primária (e-SUS APS)

Sistema de informação que compartilha dados sobre as unidades de Atenção Primária à saúde, registro e organização para os profissionais da saúde e informações das ações em saúde realizadas no território brasileiro.

Efeito colateral

Qualquer efeito não-intencional de um produto farmacêutico que ocorre em doses normalmente utilizadas por um paciente, relacionadas às propriedades farmacológicas do medicamento ou imunizante.

Endemia

Ocorre quando a doença é recorrente na região, mas não há um aumento significativo no número de casos e a população convive com ela. A dengue tem caráter endêmico no Brasil, porque ocorre durante o verão em certas regiões.

Epidemia

Aumento no número de casos de uma doença em diversas regiões, Estados ou cidades, mas sem atingir níveis globais. O número de casos que indicam a presença de uma epidemia varia conforme o agente, o tamanho e o tipo de população exposta, sua experiência prévia ou ausência de exposição à doença, e o lugar e tempo de ocorrência.

Epidemiologia

Ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças, e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, à administração e à avaliação das ações de saúde.

Eficácia

Na farmacologia, a eficácia de uma droga está diretamente ligada à sua resposta máxima ao organismo do ser humano. Para avaliar a eficácia de uma vacina, são realizados ensaios clínicos de fase 3, que avaliam se um imunizante consegue ou não proteger o organismo de uma doença. A eficácia é mensurada ao se comparar casos leves, moderados, graves e óbitos de voluntários que contraíram a doença, fazendo a diferenciação entre quem recebeu a vacina e quem recebeu placebo.

Experimental

É algo de que não se conhece os efeitos. Quando os remédios são experimentais, estão em fase de pesquisa e é preciso assinar um termo de consentimento para ser submetido a eles.

Frasco

As vacinas são acondicionadas em bisnaga conta-gotas, ampola ou frasco-ampola de dose individual ou multidoses e apresentadas sob a forma líquida ou liofilizada, acompanhadas do diluente.

Febre amarela

Doença infecciosa grave causada por vírus e transmitida por picada de mosquitos infectados. Os principais sintomas são febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça e muscular, náuseas e vômitos que podem durar até três dias. No estágio mais grave, mesmo que raro, podem ocorrer insuficiências hepática e renal, olhos e pele amarelados, hemorragia e cansaço intenso. Após a recuperação, os pacientes infectados adquirem imunização permanente contra a febre amarela. Crianças e adultos devem ser vacinados.

Febre tifóide

Doença bacteriana associada a baixos níveis socioeconômicos, que ocorre principalmente em regiões com precárias condições de saneamento básico, higiene pessoal e ambiental, que pode levar os pacientes à morte. Causada indiretamente pela ingestão de água ou de alimentos contaminados com fezes ou urina, a doença Provoca febre alta, dores de cabeça, mal-estar, falta de apetite, retardamento do ritmo cardíaco, manchas rosadas no tronco, prisão de ventre ou diarréia e tosse seca. A febre tifóide é normalmente tratada com uso de antibióticos específicos e reidratação, mas pode ser prevenida com a vacina Typhim Vi, que está disponível no SUS e é indicada para adultos e crianças a partir dos 2 anos.

Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

A Fiocruz é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Saúde criada para promover a saúde e o desenvolvimento social, gerar e difundir conhecimento científico e tecnológico e ser um agente da cidadania. É a mais destacada instituição de ciência e tecnologia em saúde da América Latina, que atua no desenvolvimento de novas vacinas, medicamentos à base de plantas, métodos de diagnóstico e monitoramento da saúde do trabalhador, aumento do número de patentes brasileiras e aprimoramento do sistema de saúde nacional.

Foto: Bernardo Portella/Fiocruz

Glândula salivar

As glândulas salivares são tecidos especializados na produção e secreção de saliva, que lubrifica a boca e a garganta e contém enzimas que dão início ao processo de digestão dos alimentos e anticorpos e outras substâncias que ajudam a prevenir infecções.

Hepatite

Doença caracterizada pela inflamação do fígado por causas diversas, sendo as mais frequentes as infecções pelos vírus tipo A, B e C e o abuso do consumo de álcool ou alguns remédios.

Hepatite A

Doença transmitida por água e alimentos contaminados ou de uma pessoa para outra. Normalmente sem sintomas. Quando presentes, os mais comuns são febre, pele e olhos amarelados, náusea e vômitos, mal-estar, desconforto abdominal, falta de apetite, urina com cor escura e fezes esbranquiçadas. A detecção é feita por exame de sangue e não há tratamento específico. Apesar de existir vacina contra o vírus da hepatite A (HAV), a melhor maneira de evitá-la se dá pelo saneamento básico, tratamento adequado da água, alimentos bem cozidos e pelo ato de lavar sempre as mãos antes das refeições.

Hepatite B

A doença é transmitida sobretudo por meio do sangue. Usuários de drogas injetáveis e pacientes submetidos a material cirúrgico contaminado e não-descartável estão entre as principais vítimas. O vírus pode ser transmitido pelo contato sexual, reforçando a necessidade do uso de camisinha. Frequentemente, os sinais podem não aparecer e grande parte dos infectados só acaba descobrindo que tem a doença após anos. Quando aparecem, os sintomas são muito similares aos da hepatite A. Mas, ao contrário desta, a hepatite B pode evoluir para um quadro crônico e depois para uma cirrose ou até câncer de fígado.

H3N2

Nova cepa de Influenza do subtipo A (H3N2), batizada de Darwin. Os sintomas são febre alta no início do contágio, inflamação na garganta, calafrios, perda de apetite, irritação nos olhos, vômito, dores articulares, tosse, mal-estar e diarréia, principalmente em crianças. Pelo fato de o influenza ser um vírus respiratório, a prevenção é feita com distanciamento físico entre pessoas contaminadas, uso de máscara e higiene das mãos.

Heterotípica

A imunidade heterotípica é quando ocorre uma indução de proteção mais abrangente, capaz de proteger o indivíduo contra cepas de sorotipos completamente diferentes dos que o infectaram previamente.

HPV

Vírus capaz de infectar a pele ou as mucosas. É transmitido pelo contato direto com a pele ou mucosa infectada, principalmente pela via sexual. Também pode haver transmissão durante o parto. A maioria das infecções é assintomática ou inaparente e regride espontaneamente. Entretanto, para alguns pacientes, o HPV se apresenta com lesões na pele. Pelo menos 13 tipos de HPV têm associação comprovada entre a infecção e o desenvolvimento de câncer. Meninos e meninas de 9 a 14 anos devem ser vacinados.

Imunização

É um processo do organismo que garante à pessoa imunidade ou resistência a uma doença infecciosa. Normalmente é feita por meio de vacinas que estimulam o sistema imunológico do corpo.

Imunidade de rebanho

Quando uma determinada porcentagem de indivíduos fica imune a uma doença transmissível de pessoa para pessoa e a infecção para de se alastrar. Assim, mesmo os que não foram infectados ficam protegidos, porque a população com imunidade serve como uma barreira para a transmissão.

Imunossuprimidas

Pessoas com baixa imunidade que apresentam enfraquecimento do sistema imunológico causado por algumas doenças, por uso de medicamentos ou pela realização de procedimentos médicos. Com o organismo mais vulnerável a infecções, os pacientes podem desenvolver infecções graves das doenças. São consideradas imunossuprimidas as pessoas com HIV/Aids, portadores de imunodeficiência primária grave e doenças autoimunes, pessoas em tratamento de quimioterapia para câncer, transplantados, pacientes em terapia renal substitutiva (hemodiálise) e aquelas que fazem uso contínuo de imunossupressores.

IFA

O ingrediente farmacêutico ativo (IFA) contém a substância introduzida na formulação de uma vacina que, quando administrada em um paciente, atua como ingrediente ativo, podendo exercer atividade farmacológica, cura, tratamento ou prevenção de uma doença. Trata-se de um antígeno que produz uma resposta no sistema imunológico com a produção de anticorpos.

Incubação

É o intervalo entre a data do primeiro contato com o vírus até o início dos sintomas da doença.

Infecção

São causadas por agentes externos, como vírus e bactérias, parasitas ou fungos. Nesse processo, as células de defesa tentam combater os microorganismos, o que normalmente dá origem ao aparecimento de pus.

Injeção

Ato de injetar um líquido (como vacinas) ou gás no corpo de uma pessoa, usando seringa e agulha. Boa parte dos imunizantes são injetáveis.

Foto: Marcelo Chello/Estadão

Infectologista

O médico infectologista é um profissional treinado para realizar diagnóstico, tratamento e prevenção das doenças infecciosas e parasitárias. É um profissional que consegue entender o paciente dentro de sua inserção social e epidemiológica e entende a doença como um todo, não apenas de um só órgão ou sistema.

Influenza

Protege contra a gripe (influenza) e é administrada conforme os grupos prioritários definidos a cada ano pelo Ministério da Saúde, que em geral incluem pessoas a partir de 60 anos, profissionais de saúde, profissionais da educação, crianças pequenas, grávidas, pessoas com comorbidades, entre outros. São duas doses anuais para crianças entre 6 meses e 8 anos de idade. A partir de 9 anos a dose é única e anual. O SUS adquire do Instituto Butantan a vacina trivalente, que protege contra as cepas H1N1 Victoria, H3N2 Darwin e tipo B Victoria.

Instituto Butantan

O Instituto Butantan é o maior produtor de vacinas e soros da América Latina e o principal produtor de imunobiológicos do Brasil. Referência mundial de eficiência e qualidade, é responsável pela maioria dos soros hiperimunes utilizados no Brasil contra venenos de animais peçonhentos, toxinas bacterianas e o vírus da raiva. Também responde por grande volume da produção nacional de antígenos vacinais, produzindo 65% das vacinas distribuídas pelo SUS no Programa Nacional de Imunizações e 100% das vacinas contra o vírus influenza usadas nas campanhas contra a gripe.

Mutação de vírus

As mutações acontecem quando o vírus se adapta ao ambiente para sobreviver. Ao invadir uma célula, o vírus entrega seu material genético aos ribossomos, estruturas nas quais são produzidas as proteínas das células. Os ribossomos montam as cópias do vírus. Sempre que isso acontece, existe a chance de acontecer um erro na réplica. Uma ou outra mutação pode dar vantagem ao vírus e, ao ser passado adiante, ele vai produzir cópias já com essa vantagem, se tornando uma variante.

Microorganismo

Os microorganismos são organismos microscópicos, impossíveis de serem observados a olho nu. Os mais estudados na microbiologia são bactérias, fungos, vírus e algumas algas

Negacionismo

Atitude que consiste na recusa em aceitar a existência, a validade ou a verdade de algo, como eventos históricos ou fatos científicos, apesar das evidências ou dos argumentos que o comprovam.

Não-reagente

É o resultado negativo de determinado exame ou teste. No âmbito da medicina, consiste na indicação da não existência de determinada doença no organismo examinado. A expressão “não reagente” é explicada pelo fato de o reagente não reagir com o sangue do paciente, apresentando assim uma amostra negativa.

Pandemia

Disseminação mundial de uma nova doença. O termo passa a ser usado quando uma epidemia, surto que afeta uma região, se espalha por diferentes continentes com transmissão sustentada de pessoa para pessoa. Antes da covid-19, a pandemia mais recente havia sido em 2009, com a chamada gripe suína, causada pelo vírus H1N1.

Papilomavírus humano (HPV)

A vacina quadrivalente do HPV previne contra doenças causadas pelo papilomavírus humano tipos 6, 11, 16 e 18. O imunizante está disponível no SUS em duas doses para todas as meninas e os meninos entre 9 e 14 anos. Também são oferecidas três doses para mulheres e homens de 9 a 45 anos de idade vivendo com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea e pacientes oncológicos. A produção nacional da vacina é resultado da parceria para transferência de tecnologia entre o Instituto Butantan e o laboratório privado Merck Sharp & Dohme, detentor da tecnologia.

Paralisia Flácida Aguda

A Paralisia Flácida Aguda (PFA) é uma síndrome clínica caracterizada por arreflexia, hipotonia e alterações de despolarização que geram espasmos musculares e podem causar atrofia muscular. Entre suas causas estão poliomielite, síndrome de Guillain-Barré e mielite transversa aguda.

Programa Nacional de Imunizações (PNI)

Programa do governo federal responsável pela Política Nacional de Imunizações que visa reduzir a transmissão de doenças imunopreveníveis, ocorrência de casos graves e óbitos, com fortalecimento de ações integradas de vigilância em saúde para promoção, proteção e prevenção em saúde da população brasileira. O PNI é responsável por definir a política de vacinação do País, desde a aquisição dos imunobiológicos até a sua disponibilização nas salas de vacinação, estabelecimento de normas e diretrizes sobre as indicações e recomendações da vacinação em todo o Brasil. Atualmente, oferece 48 imunobiológicos pelo SUS.

Passaporte da vacina

Documento, físico ou eletrônico, que comprova a imunização e tem como objetivo, além de aumentar a segurança diante de eventos sociais, estimular a população a buscar a vacina.

Pentavalente

Vacina que protege contra cinco infecções - difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria haemophilus influenzae tipo B (que pode causar meningite). É aplicada em três doses, aos 2, 4 e 6 meses. É disponibilizada gratuitamente no SUS. Aos 15 meses, a dose de reforço é feita com a vacina contra Difteria, Tétano e Pertussis (DTP). Não há produção do imunizante no País, que adquire a vacina via Fundo Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

Parasita

É o ser vivo de menor porte que vive associado a outro ser vivo de maior porte, à custa ou na dependência deste.

Patógeno

Quando um vírus ou microorganismo invade o corpo humano e sua presença pode causar  doenças ou  infecções, o “invasor”  recebe o nome de  “patógeno ou agente infeccioso”.

PCR

É uma proteína produzida pelo fígado, cuja concentração sanguínea se eleva radicalmente quando há indicativo de processos inflamatórios ou infecciosos. O nível da proteína é medido através de um exame de sangue comum que avalia a possibilidade de uma infecção, inflamação, risco de doenças cardiovasculares, neoplasias, doenças reumáticas, traumatismos e outras condições sérias.

Profilaxia

Denominação dada às medidas utilizadas na prevenção ou na atenuação de doenças. Hábitos corriqueiros de higiene, como lavar as mãos e refrigerar os alimentos, são algumas das profilaxias mais comuns. Esses atos são considerados profilaxias porque atuam na eliminação dos microorganismos.

Pneumonia

Infecção nos pulmões, órgãos duplos localizados um de cada lado da caixa torácica. Pode acometer a região dos alvéolos pulmonares, onde desembocam as ramificações terminais dos brônquios e, às vezes, os interstícios (espaço entre um alvéolo e outro). A doença é provocada pela penetração de um agente infeccioso ou irritante (bactérias, vírus, fungos) no espaço alveolar.

Poliomielite

Também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus. Os sintomas mais frequentes são febre, mal-estar, dor de cabeça, de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, constipação, espasmos, rigidez na nuca e até mesmo meningite. Nas formas mais graves, instala-se a flacidez muscular, que afeta, em regra, um dos membros inferiores. Não existe tratamento, e a única forma de prevenção é pela vacinação, disponível no SUS.

Poliovírus

Vírus causador da poliomielite. Vive no intestino e pode infectar crianças e adultos. A transmissão se dá por contato direto pessoa a pessoa, por via fecal-oral (mais frequentemente), por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores, ou pela via oral-oral, por meio de gotículas de secreções da orofaringe (ao falar, tossir ou espirrar). Falta de saneamento, más condições habitacionais e higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus.

Posto de Saúde

Unidade destinada à prestação de assistência a uma determinada população, de forma programada ou não, por profissional de nível médio, com a presença intermitente ou não do profissional médico.

Queda vacinal

Processo de redução nas taxas de imunização contra doenças para as quais já existem vacinas para preveni-las. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Unicef OMS divulgaram pesquisa demonstrando que a pandemia da covid-19 reduziu as coberturas vacinais das crianças ao menor patamar dos últimos 30 anos. Outros motivos são a percepção enganosa de parte da população de que não é preciso vacinar porque as doenças desapareceram e o aumento da desinformação sobre imunizantes.

RNA

Material genético utilizado no desenvolvimento de vacinas. O RNA é uma molécula de material genético mais simples, onde os tracinhos de RNA e proteína são ligados por um fio só de um lado. Esse material é muito mais sensível a sofrer mutações e perdas de materiais. Essa sensibilidade do RNA acaba dificultando a produção de uma proteção para essa molécula ao desenvolver uma vacina, tornando-a menos resistente a mutações virais.

Racionamento

Disponibilidade limitada e dificuldade na aquisição de imunizantes.

Reação

As reações que surgem após a aplicação da vacina são chamadas de eventos adversos. A maioria dos eventos adversos pós-vacinação são leves e desaparecem rapidamente. Muito raramente, ocorrem eventos adversos graves.

Reforço

Trata-se de uma dose com nova composição do imunizante feita a partir das novas variantes em circulação, como acontece todo ano com a vacina da gripe, atualizada com as mutações do vírus.

Rotavírus humano G1P1 (VRH)

Incluída no PNI em 2006, a vacina VRH protege contra gastroenterite (doença diarreica) causada pelo rotavírus, que atinge muitas crianças nos primeiros anos de vida. As duas doses do imunizante devem ser tomadas por bebês, mas a vacinação só pode ser iniciada até a idade de 3 meses e 15 dias. A segunda e última dose é aplicada aos 4 meses, mas em caso de atraso, não pode passar de 7 meses e 29 dias. O laboratório de Bio-Manguinhos/Fiocruz assinou um acordo de transferência de tecnologia com o laboratório fabricante, o GSK.

Rubéola

É uma doença aguda altamente contagiosa. A transmissão da rubéola acontece diretamente de pessoa a pessoa, por meio das secreções ao tossir, respirar, falar ou respirar. Os sintomas incluem febre baixa e manchas vermelhas na pele. A importância epidemiológica da rubéola está representada pela ocorrência da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), que atinge o feto ou o recém-nascido cujas mães se infectaram durante a gestação.

Sarampo

Doença infecciosa grave, que pode ser fatal. É transmitida por vírus de pessoa para pessoa por meio da tosse, fala, espirro ou respiração próxima. Tem como principais sintomas a febre acompanhada de tosse, irritação nos olhos, nariz escorrendo ou entupido e mal-estar intenso. Sinais como manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas que, em seguida, se espalham pelo corpo podem aparecer com a evolução da doença, indicando gravidade. A única maneira de prevenir contra o sarampo é com a vacina.

Saúde Pública

Ações de saúde pública englobam, por exemplo, o controle de qualidade da água potável que chega em casa, a fiscalização de alimentos pela Vigilância Sanitária nos supermercados, lanchonetes e restaurantes, assiduidade dos aeroportos e rodoviárias e, inclusive, nas regras de vendas de medicamentos genéricos ou nas campanhas de vacinação, de doação de sangue ou leite materno.

Saneamento básico

É o conjunto de medidas para preservar ou modificar as condições do meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças, promover a saúde e melhorar a qualidade de vida da população. No Brasil, o saneamento básico é um direito assegurado pela Constituição.

SCR-V – Tetra Viral

Além da proteção contra sarampo, caxumba e rubéola, a tetra viral protege também contra a catapora (varicela), que é uma infecção viral altamente contagiosa. No SUS, o imunizante está disponível em dose única para crianças de 15 meses. Por meio de transferência de tecnologia, o Brasil está produzindo a vacina contra varicela, em conjunto com a tríplice viral, no laboratório de Bio-Manguinhos/Fiocruz.

Sequela

Perturbação ou lesão que persiste após uma doença. Ou seja, efeito associado a um acontecimento grave que se manifesta algum tempo depois.

Sistema imunológico

É a parte do organismo humano encarregada de proteger o indivíduo contra vírus e bactérias. É formado por diversas células, e cada uma delas  exerce funções específicas. As células que constituem o sistema imune são chamadas de células brancas, glóbulos brancos ou leucócitos.

Sistema de Informações Hospitalares (SIH)

Compõe o Sistema de Informação em Saúde do Datasus, pertencente ao Ministério da Saúde. O SIH coleta mais de 50 variáveis relativas às internações, tais como identificação e qualificação do paciente, procedimentos, exames e atos médicos realizados, diagnóstico, motivo da alta, valores devidos, etc.

Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM)

Compõe o Sistema de Informação em Saúde do Datasus, pertencente ao Ministério da Saúde. É produto da unificação de mais de 40 modelos de Declaração de Óbito utilizados ao longo dos anos, para coletar dados sobre mortalidade no País.

Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)

É uma entidade científica sem fins lucrativos criada em 1998 para agregar profissionais de diferentes especialidades interessados no tema. Participa das decisões do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Soro

São frações de imunoglobulinas purificadas e específicas produzidas a partir de venenos, toxinas ou vírus, que são submetidas a processamento industrial de purificação e formulação, resultando em produtos de alta qualidade, segurança e eficácia.

Surto

Caracteriza-se por um aumento localizado do número de casos de uma doença. Quando um novo vírus encontra uma população que nunca teve contato com ele e não tem anticorpos para combatê-lo, consegue se proliferar com mais facilidade, favorecendo sua transmissão para outras pessoas e ocasionando surtos, epidemias ou pandemias.

SUS

É o único sistema de saúde pública do mundo que atende mais de 190 milhões de pessoas, sendo que 80% delas dependem exclusivamente dele para qualquer atendimento de saúde.

Toxinas

São produtos microbianos, formados por moléculas com propriedades tóxicas, capazes de lesar gravemente ou matar, quando administradas - mesmo em pequenas quantidades - num organismo vivo. As toxinas têm uma ação tóxica e antigênica, induzindo alterações funcionais nas células.

Toxóide

Toxóide é uma proteína (toxina) cujo efeito tóxico foi inativado, mas mantém a característica imunogênica e antigênica. A produção de anticorpos antitoxina evita as doenças tétano e difteria.

Tríplice bacteriana (DTP)

Imunizante que protege a criança de três doenças: difteria, tétano e coqueluche. É indicada apenas para crianças de 15 meses até 7 anos. O SUS disponibiliza duas doses para aplicação aos 15 meses e outra aos 4 anos de idade. Para crianças menores de 7 anos e que não tomaram o esquema básico com Penta, são recomendadas 3 doses com Penta. Crianças a partir de 7 anos sem registro de nenhuma dose de reforço devem receber o primeiro reforço e agendar o seguinte com a vacina dT para 10 anos. No Brasil, a produção da vacina é feita pelo laboratório de Bio-Manguinhos/Fiocruz.

Tríplice bacteriana acelular (dTpa)

Imunizante que previne contra difteria, tétano e coqueluche em gestantes, profissionais da saúde e parteiras. Para gestantes, é necessária uma dose em toda gestação, a partir da vigésima semana, independentemente do intervalo da última dose aplicada e mesmo naquelas com esquema completo (três doses de dT ou dTpa) e com reforços em dia. Mulheres não vacinadas durante a gestação devem receber uma dose no puerpério (até 45 dias do parto), o mais precocemente possível. Gestantes não vacinadas previamente com vacinas com componente tetânico, com vacinação incompleta ou sem comprovação, devem receber pelo menos uma dose de dTpa e completar o esquema básico de três doses usando a vacina dT. Para profissionais de saúde e parteiras, é preciso uma dose de dTpa e reforço a cada dez anos em substituição da dT. O imunizante administrado no SUS é da farmacêutica GSK, que é importado pelo Instituto Butantan.

Tríplice viral

Trata-se de vacina atenuada, contendo vírus vivos “enfraquecidos” do sarampo, da rubéola e da caxumba.

Tuberculose

Doença infecciosa, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch, que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas. Na maioria dos infectados, os sintomas mais frequentes são tosse seca contínua no início, depois presença de secreção por mais de quatro semanas, transformando-se, na maioria das vezes, em uma tosse com pus ou sangue; cansaço excessivo; febre baixa, falta de apetite, dentre outros sintomas. A principal forma de prevenção é a vacina BCG.

Vacina

Substâncias desenvolvidas para proteger contra doenças graves e muitas vezes fatais. Ao estimular as defesas naturais do corpo, as vacinas preparam o organismo para combater a doença de maneira mais rápida e eficaz. Dessa forma, se um vírus ou bactéria invadir o corpo no futuro, o sistema imunológico já saberá como combatê-lo.

Vacina atenuada

A vacina atenuada é aquela em que o vírus está ativo, mas sem capacidade de produzir a doença. Raramente estes vírus podem reverter para a forma selvagem, causando a doença. Tais vacinas são contraindicadas para imunodeprimidos e gestantes. Os vírus atenuados levam esse nome porque passam por um processo de redução na virulência a níveis considerados seguros para a vacinação.

Vacinador

Profissional que faz a vacinação. Precisa conhecer a vacina, a faixa etária para a qual ela é indicada, o número de doses em que é aplicada e saber orientar o usuário sobre os possíveis efeitos colaterais.

Vacina dt (Difteria, tétano)

Imunizante que protege contra a difteria e o tétano. É aplicado como dose de reforço a cada dez anos em todas as pessoas a partir dos 7 anos de idade e que tenham recebido esquema básico de três doses de vacina com componente tetânico (Penta, DTP). No Brasil, quem fornece a vacina ao Ministério da Saúde é o Instituto Butantan.

Vacina Injetável Poliomielite (VIP)

A VIP é a forma injetável do imunizante que protege contra a chamada paralisia infantil ou pólio, uma infecção viral aguda causada por poliovírus. É aplicada em três doses no primeiro ano de vida dos bebês, aos 2, 4 e 6 meses. A vacina injetável aplicada no Brasil é fruto de um acordo de transferência de tecnologia entre Bio-Manguinhos e o laboratório Sanofi.

Vacina Oral Poliomielite (VOP)

A VOP é a forma oral do imunizante que protege contra a poliomielite e deve ser administrada em bebês que já tomaram as três doses anteriores da VIP. O primeiro reforço oral deve ser administrado entre 15 e 18 meses, e o segundo reforço entre 4 e 5 anos. A vacina oral usada no Brasil é produzida por Bio-Manguinhos a partir do concentrado viral monovalente (bulk).

Vacina Meningocócica C (conjugada)

Imunizante que previne a meningite meningocócica do tipo C, causada pela bactéria Neisseria meningitidis, que pode ser fatal se não for tratada. As duas doses são administradas aos 3 e 5 meses de idade, com uma dose de reforço aos 12 meses. Crianças entre 1 e 5 anos de idade - e que não foram anteriormente vacinadas ou só receberam uma dose - devem receber uma dose. Desenvolvida pelo laboratório GSK, a vacina contra meningite C é fornecida ao Ministério da Saúde pela Fundação Ezequiel Dias.

Vacina Meningocócica ACWY

Imunizante que previne a meningite causada pelos tipos A, C, W e Y do meningococo. Devem ser imunizados adolescentes de 11 e 12 anos (temporariamente está sendo oferecida até 14 anos). O SUS oferece dose única do imunizante de três fabricantes: GSK, Sanofi e Pfizer.

Vacina Pneumocócica 10 valente (VPC 10)

A vacina VPC 10 protege contra doenças como pneumonias, meningites, otites e sinusites causadas pelos dez tipos da bactéria pneumococos que compõem a vacina. Deve ser aplicada em bebês de 12 meses até antes de completar 5 anos. São três doses do imunizante, aplicadas aos 2, 4 e 12 meses de idade. Para crianças de 1 até 5 anos não vacinadas, o SUS oferece uma dose. O fornecimento do imunizante é garantido pela fabricante Bio-Manguinhos/Fiocruz.

Vacina Pneumocócica 23-valente (VPP23)

Imunizante que previne doenças causadas por 23 tipos de pneumococos, como meningite, sepse, pneumonias, sinusite, otite e bronquite. É indicada dose única para indígenas a partir de 5 anos de idade e sem comprovação da vacina PCV 10. Também é recomendada para pessoas com 60 anos ou mais e com condições especiais de saúde, como infecção pelo HIV, doença pulmonar ou cardiovascular crônica grave. O imunizante administrado no Brasil é fabricado pela farmacêutica Merck Sharp & Dohme, em aquisição via Organização Panamericana de Saúde (OPAS).

Vacina para Hepatite A

O imunizante protege contra uma doença viral aguda do fígado, causada pelo vírus da Hepatite. Devem ser vacinados com dose única bebês com 15 meses de idade. Crianças não vacinadas na idade de rotina podem tomar a vacina até os 5 anos de idade (o médico deverá ser consultado). A vacina disponível no SUS, de vírus inteiro inativado, é fabricada pela farmacêutica Merck Sharp & Dohme.

Vacina para Hepatite B

Protege contra a hepatite do tipo B, que é uma inflamação do fígado causada por um vírus altamente transmissível. A aplicação deve ser realizada nas primeiras horas após o nascimento. Crianças maiores, adolescentes e adultos não vacinados anteriormente devem ser vacinados independentemente da idade. Gestantes sem comprovação de vacinação anterior ou com vacinação incompleta devem atualizar sua vacinação ainda durante a gestação. A vacina é de dose única. As demais doses são aplicadas com a vacina “Penta”, aos 2, 4 e 6 meses de idade. O Instituto Butantan é o único local a produzir a vacina recombinante para uso no sistema público de saúde no Brasil.

Vacina Tríplice Viral - Sarampo, caxumba e rubéola (SCR)

A tríplice viral protege contra sarampo, caxumba e rubéola e é indicada na vacinação de rotina a partir dos 12 meses de idade. No SUS, são oferecidas duas doses, aos 12 e aos 15 meses de idade. Para não vacinados na infância até 29 anos são recomendadas duas doses. Para não vacinados entre 30 e 59 anos de idade, é indicada uma dose. Em 2003, o laboratório de Bio-Manguinhos/Fiocruz assinou um acordo de transferência de tecnologia com o laboratório britânico GSK e o Centro de Produção de Antígenos Virais (CPAV) da Fiocruz passou a produzir a vacina a partir de 2007.

Varicela

Mais conhecida como catapora, é uma doença infecciosa altamente contagiosa, mas geralmente benigna, causada pelo vírus Varicela-Zoster, que se manifesta com maior frequência em crianças. Tem como principal característica o surgimento de lesões cutâneas na pele acompanhadas de coceira. É possível prevenir por meio da vacinação. Crianças de 4 anos devem se imunizar com dose única, fornecida pelo SUS. Na falta da vacina tetra viral, pode ser administrada aos 15 meses de idade junto com a vacina tríplice viral. O imunizante utilizado no Brasil é fabricado pela farmacêutica estadunidense Merck Sharp & Dohme.

Varíola dos macacos

Doença transmitida pelo vírus monkeypox, considerada uma zoonose viral (o vírus é transmitido aos seres humanos a partir de animais). Recebeu esse nome pelo fato de o vírus ter sido isolado pela primeira vez em macacos que apresentavam quadro clínico semelhante ao da varíola. Contudo, os animais considerados responsáveis pela circulação do vírus da monkeypox na natureza não são os macacos, mas sim roedores africanos. Seus sintomas são semelhantes aos observados em pacientes com varíola, embora seja clinicamente menos grave: bolhas na pele, dor de cabeça, febre acima de 38,5°C, linfonodos inchados e dores no corpo. A transmissão ocorre por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama.

Via oral

Consiste no ato de administrar medicamentos por via oral, pela boca.

Vigilância epidemiológica

Segmento responsável pela detecção e prevenção de doenças e agravos transmissíveis à saúde e seus fatores de risco, bem como a elaboração de estudos e normas para as ações de vigilância epidemiológica.

Vírus

Vírus são organismos acelulares, ou seja, não são constituídos por células mas por uma cápsula protéica que envolve seu material genético, que pode ser uma molécula de DNA ou RNA ou ainda os dois juntos. São parasitas obrigatórios, que só sobrevivem se estiverem em um organismo, pois se utilizam das organelas das células do hospedeiro para se reproduzir.

Vírus inativado

O vírus é morto com o uso de substâncias químicas, irradiação ou calor, e se torna incapaz de causar infecção ou efeitos patológicos nas pessoas. O resultado são vacinas mais estáveis, fáceis de transportar e armazenar, e que provocam menos efeitos adversos.

Zé Gotinha

Personagem criado em 1986 pelo artista plástico Darlan Rosa para a campanha de vacinação contra o vírus da poliomielite, realizada pelo Ministério da Saúde, a fim de tornar as campanhas de vacinação mais atraentes para as crianças. Hoje, além de conscientizar sobre a importância da vacinação desta doença, o personagem é usado para alertar sobre a prevenção de outras doenças, como, por exemplo, o sarampo.

 Expediente

Reportagem Alunos do 1° Curso Estadão de Jornalismo de Saúde:  Aline Albuquerque, Ana Luiza Antunes, Beatriz Bulhões, Beatriz Leite, Camila Pergentino, Camila Santos, Fernanda Freire, Flávia Terres, Francielle Oliveira, Giovanna Castro, Guilherme Lara da Rosa, Guilherme Santiago, Isabel Gomes, Isabela Abalen, Iuri Santos, Kally Momesso, Katharina Cruz, Layla Shasta, Letícia Pille, Mariana Macedo, Matheus Metzker, Milena Félix, Pedro Miranda, Pedro Nakamura, Rafaela Rasera, Sofia Lungui, Stéphanie Araújo, Thais Porsch, Victória Ribeiro e Vitor Hugo Batista / Coordenação e edição Carla Miranda, Andréia Lago e Ítalo Rômany / Editor executivo multimídia Fabio Sales / Editora de infografia multimídia Regina Elisabeth Silva / Editores assistentes multimídia Adriano Araujo e William Mariotto /  Designer multimídia Lucas Almeida e Bruno Ponceano





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