33º dia de guerra: Enquanto cerco a Mariupol se fecha, Ucrânia retoma cidades no norte; oligarca russo apresenta sintomas de envenenamento

Além disso, trabalhadores locais disseram que soldados russos dirigiram veículos blindados sem proteção contra a radiação através de uma zona tóxica de Chernobyl no dia em que entraram no local para dominar a usina

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Por Redação
Atualização:

No 33º dia de guerra, a contraofensiva da Ucrânia contra cidades invadidas por forças russas continuou a avançar nesta segunda-feira, 28, em diversas regiões do país, incluindo alguns dos principais centros urbanos no norte e nordeste. Mas na disputada cidade de Mariupol, no sul, o prefeito disse que os militares russos estão cometendo um verdadeiro “genocídio”.

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Ainda nesta segunda-feira, o Wall Street Journal divulgou que magnata russo Roman Abramovich e dois enviados ucranianos que participaram de negociações com Moscou desenvolveram sintomas de possível envenenamento após uma reunião em Kiev no mês passado.

Trabalhadores da usina de Chernobyl denunciaram que soldados russos dirigiram veículos blindados sem proteção contra a radiação através de uma zona tóxica da usina, chamada Floresta Vermelha, no dia em que entraram no local para dominar a estação, levantando uma poeira radioativa.

Área ao redor de Usina Nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, no dia 12 de abril de 2021. Imagem foi registrada com um drone  Foto: Gleb Garanich/Reuters

Enquanto isso, na Rússia, presidente Vladimir Putin e apoiadores começam a perseguir no país opositores à guerra comandada por ele na Ucrânia. Figuras sombrias a favor de Putin pintam as palavras “traidor da pátria” nas portas dos opositores à guerra e outros ativistas.

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Contraofensiva ucraniana

A contraofensiva da Ucrânia contra cidades invadidas por forças russas continuou a avançar nesta segunda-feira, 28, em diversas regiões do país, incluindo alguns dos principais centros urbanos, informaram autoridades ucranianas.

O prefeito de Irpin, Oleksandr Markushin, afirmou que forças ucranianas retomaram o controle total da cidade localizada nos arredores de Kiev, que tem sido um dos principais focos de combates com tropas russas perto da capital.

Prédio residencial é atingido por ataque do Exército russo em Mariupol  Foto: Evgeniy Maloletka/AP

No sul, em Mariupol, cidade que vem sendo bombardeada há semanas, o prefeito diz que as tropas russas estão promovendo um genocídio, mas ela não foi capturada.

Sintomas de envenenamento

O magnata russo Roman Abramovich e dois enviados ucranianos que participaram de negociações com Moscou desenvolveram sintomas de possível envenenamento após uma reunião em Kiev no mês passado, afirmou nesta segunda-feira, 28, o Wall Street Journal.

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Abramovich apresentou um quadro de irritação nos olhos e descamação da pele das mãos e do rosto, segundo o jornal nova-iorquino, que atribui o possível ataque a “elementos radicais em Moscou” que tentaram boicotar negociações com a Ucrânia.

Poeira radioativa

Soldados russos dirigiram veículos blindados sem proteção contra a radiação através de uma zona tóxica de Chernobyl, chamada Floresta Vermelha, no dia em que entraram no local para dominar a usina. O relato é de trabalhadores locais, que estavam na área quando os russos chegaram, no dia 24 de fevereiro. Segundo eles, isso acabou levantando nuvens de poeira radioativa.

Duas fontes informaram à Reuters que os soldados no comboio não usaram nenhum equipamento anti-radiação. Um segundo funcionário de Chernobyl disse que o ato foi “suicida” para os soldados russos, porque a poeira radioativa que eles inalavam provavelmente causará radiação interna em seus corpos.

‘Traidores da pátria’

Na Rússia, o presidente Vladimir Putin e apoiadores começam a perseguir no país opositores à guerra comandada por ele na Ucrânia. Figuras sombrias a favor de Putin pintam as palavras “traidor da pátria” nas portas dos opositores à guerra e outros ativistas.

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O jornal independente russo Novaya Gazeta, editado pelo vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2021, Dmitri Muratov, anunciou a suspensão temporária de suas operações após pressão das autoridades russas -- que fecham o cerco contra a imprensa que não reproduz a narrativa do Kremlin sobre a guerra na Ucrânia.

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