Neste 48º dia de guerra, uma declaração do presidente russo, Vladimir Putin, deixou mais distante a possibilidade de uma solução para o conflito. Segundo ele, as negociações de paz com a Ucrânia chegaram a um “beco sem saída”, prevendo a continuação da guerra até que “alcance seus objetivos”.
Nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden, ao falar sobre a invasão, fez referência a um “genocídio” causado por “um ditador”, uma alusão a Putin, durante um discurso sobre os preços dos combustíveis.
Após as denúncias de segunda-feira, a Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) afirmou nesta terça-feira, 12, estar “preocupada” com a possibilidade do uso de armas químicas na cidade de Mariupol, sitiada por forças russas há mais de um mês.
As forças russas e ucranianas estão convergindo na parte leste do país, enquanto milhares de civis deixaram a região antes do que ameaça ser a próxima grande batalha da guerra. A luta pode parecer substancialmente diferente da batalha pela capital da Ucrânia.
Segundo analistas, os soldados russos vão operar em um território conhecido, dada a invasão da Rússia em 2014, e com linhas de suprimento mais curtas. Os líderes da Ucrânia dizem que também estão se preparando para um grande confronto. Saiba mais sobre esse 48º dia de guerra na Ucrânia:
‘Beco sem saída’
Em uma de suas primeiras declarações públicas após a retirada das tropas russas do norte da Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira, 12, que as negociações de paz com a Ucrânia chegaram a um “beco sem saída” e prevê a continuação da guerra até “alcançar seus objetivos”. Visando ao seu público interno, o líder russo voltou a alegar que as acusações de crimes de guerra em Bucha são falsas.
Putin ainda não havia se pronunciado sobre a guerra desde que suas tropas se retiraram do norte da Ucrânia e seguiram para o leste, onde é esperada uma intensificação das batalhas. Ele prometeu que a Rússia vai alcançar todos os “objetivos nobres” na guerra e disse que o Ocidente falha em tentar atingir Moscou.
‘Genocídio’ e ‘ditador’
No mesmo dia, o presidente americano, Joe Biden, fez referência a um “genocídio” causado por “um ditador”, uma alusão a Putin, durante um discurso sobre os preços dos combustíveis.
“Seu orçamento familiar, sua capacidade para encher um tanque, nada disso deveria depender de se um ditador declara guerra e comete um genocídio do outro lado do mundo”, declarou Biden no Estado de Iowa.
No dia 4, Biden chamou Putin de criminoso de guerra e, em 26 de março, em um discurso na Polônia, afirmou que “esse homem (Putin) não pode continuar no poder”.
Armas químicas
Na comunidade internacional, crescem os temores de que a Rússia tenha usado armas químicas contra ucranianos. A Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) afirmou estar “preocupada” com as alegações sobre a cidade de Mariupol.
Os EUA dizem ter “informações críveis” de que “agentes químicos” foram empregados na cidade, um dia depois de o Reino Unido informar que estava tentando verificar informações sobre essa denúncia.
A grande batalha
As forças russas e ucranianas estão convergindo na parte leste do país, enquanto milhares de civis deixaram a região antes do que ameaça ser a próxima grande batalha da guerra. A luta pode parecer substancialmente diferente da batalha pela capital da Ucrânia, que viu as forças russas recuarem de áreas ao redor de Kiev, deixando tanques destruídos e casas bombardeadas em seu rastro.
Agora, as forças russas estão se reposicionando para uma nova ofensiva na região de Donbas, no leste da Ucrânia. Eles vão operar em um território conhecido lá, dada a invasão da Rússia em 2014, e com linhas de suprimento mais curtas, dizem analistas.
Os russos também poderão contar com uma vasta rede de trens para reabastecer seu Exército – um benefício que não existia ao norte de Kiev, sem uma rede ferroviária interligada à Rússia.
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