WASHINGTON - Kyle Rittenhouse, o adolescente americano absolvido depois de ter matado a tiros dois homens durante os protestos contra a violência policial no Estado de Wisconsin no ano passado, defendeu suas ações, afirmando que a autodefesa "não é ilegal".
Em comentários transmitidos pela emissora Fox News, o adolescente, que apareceu sorridente dentro de um carro após o veredicto, disse estar aliviado porque uma "difícil jornada" tinha terminado.
"O júri chegou ao veredicto correto: a autodefesa não é ilegal", disse Rittenhouse à Fox, antes de uma entrevista que será exibida na noite de segunda-feira, 22, e um documentário sobre o adolescente, previsto para ir ao ar em dezembro.
Na sexta-feira, um júri decidiu que Rittenhouse, de 18 anos, não era culpado de homicídio e outras acusações resultantes do ataque a tiros ocorrido em agosto de 2020 na cidade de Kenosha.
A sentença gerou protestos em cidades de todo o país na noite de sexta-feira, 19, de Nova York a Portland, no Oregon, assim como aplausos dispersos do lado de fora do tribunal. Defensores dos direitos às armas elogiaram a decisão.
Este caso atraiu atenção mundial, em parte porque surgiu das manifestações do movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) contra o racismo e a violência policial, que eclodiram em todo os EUA no ano passado e que foram marcadas por uma controversa mistura de armas, tensões raciais e milícias civis.
Em 23 de agosto de 2020, Kenosha, na região dos Grandes Lagos, foi palco de revoltas depois que policiais feriram gravemente o jovem negro Jacob Blake, em quem atiraram pelas costas durante uma tentativa de detenção.
Rittenhouse, que tinha 17 anos na época, se somou a grupos armados que diziam atuar para "proteger" o comércio. Ele matou dois homens brancos e feriu um terceiro com um fuzil semiautomático. / AFP
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