Mais de 200 pessoas morreram e outras 900 ficaram feridas em um acidente ferroviário envolvendo vários trens no Estado de Odisha, no leste da Índia, nesta sexta-feira, 2.
Testemunhas e autoridades contaram aos jornais locais que o trem de passageiros Coromandel Express e um trem de carga colidiram perto de Balasore, a cerca de 200 quilômetros da capital do Estado, Bhubaneswar.
O trem de passageiros descarrilou e vários vagões que capotaram foram atingidos pelo outro trem que viajava no sentido oposto. Até a madrugada deste sábado, foram confirmadas a morte de 288 pessoas.
Amitabh Sharma, diretor-geral das estradas-de-ferro indianas, disse à AFP que dois trens de passageiros “estiveram diretamente envolvidos no acidente” e que “um terceiro trem, um de mercadorias, estava estacionado no local e também esteve envolvido”.
Nesta sexta, um dirigente da polícia de Balasore explicou que muitos feridos estavam em estado grave. Muitos passageiros ainda podem estar presos nos vagões.
Um sobrevivente afirmou a repórteres de uma televisão local que estava dormindo quando ocorreu o acidente e, ao acordar, viu-se preso entre uma dezena de passageiros. Conseguiu sair se arrastando, e ficou ferido no pescoço e no braço.
Outra emissora de televisão exibiu imagens de um vagão virado e de pessoas que tentavam retirar as vítimas.
Anil Kumar Mohanty, médico de Balasore, explicou que “médicos e auxiliares” foram enviados ao local do acidente. “Esperamos que as operações de resgate continuem pelo menos até amanhã (sábado) pela manhã”, ressaltou SK Panda, porta-voz das autoridades estaduais.
Ele acrescentou que 75 ambulâncias foram enviadas ao local, assim como muitos ônibus para transportar os passageiros feridos e os sobreviventes.
O secretário-chefe (cargo equivalente ao de governador estadual) de Odisha, Pradeep Jena, confirmou também que “cerca de 850 feridos foram enviados para os hospitais” após o incidente.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse que estava angustiado pelo acidente. “Nesta hora de dor, meus pensamentos estão com as famílias enlutadas. Que os feridos se recuperem logo”, escreveu Modi nas redes sociais.
O ministro de Ferrovias, Ashwini Vaishnaw, deve visitar o local da catástrofe e destacou que a força aérea também foi mobilizada.
Devido ao grande número de vítimas, os feridos foram transportados em ambulâncias e carros para qualquer hospital que tivesse espaço.
“Preparamos todos os principais hospitais públicos e privados desde o local do acidente até à capital do Estado para tratar os feridos”, declarou SK Panda, porta-voz das autoridades estatais de Odisha.
No hospital distrital de Bhadrak, as ambulâncias transportavam sobreviventes ensanguentados e em estado de choque, tratados em enfermarias lotadas.
Apesar dos esforços do governo para melhorar a segurança ferroviária, centenas de acidentes ocorrem todos os anos nas ferrovias da Índia, a maior rede de trens sob uma única gestão no mundo.
Em agosto de 1995, dois trens colidiram perto de Nova Délhi, matando 358 pessoas no pior acidente de trem da história do país. Em 2016, um trem de passageiros saiu dos trilhos entre as cidades de Indore e Patna, e 146 pessoas morreram. A maioria dos acidentes ferroviários é atribuída a erros humanos ou a equipamentos de sinalização desatualizados.
Mais de 12 milhões de pessoas andam em 14 mil trens em toda a Índia todos os dias, viajando em 64 mil quilômetros de trilhos.
Neste século, a Índia registou 13 acidentes ferroviários com mais de 50 vítimas, três dos quais resultaram de atentados./AP, AFP e EFE
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.