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Advogados de Biden encontram documentos confidenciais dos EUA em antigo escritório

Documentos datam da época em que Biden era vice-presidente de Barack Obama; descoberta torna acusações contra Trump mais difíceis

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Por Redação
Atualização:

WASHINGTON – Os advogados do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, descobriram “um pequeno número” de documentos confidenciais no antigo escritório do mandatário em Washington, informou a Casa Branca nesta segunda-feira, 9. Os documentos datam da época em que Biden era vice-presidente do país, durante a gestão de Barack Obama, e foram encontrados em novembro do ano passado pelos seus advogados pessoais.

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A descoberta traz à tona as investigações do Departamento de Justiça contra o ex-presidente Donald Trump por este ter levado da Casa Branca centenas de documentos classificados após o fim do seu governo. Apesar das circunstâncias serem diferentes, a descoberta dos documentos sob a posse de Biden tornará uma possível acusação contra Trump mais difícil sob o ponto de vista político.

Em comunicado, a Casa Branca informou que a Administração Nacional de Arquivos e Registros foi notificada no mesmo dia em que os documentos foram encontrados e que eles foram entregues no dia seguinte. O Departamento de Justiça também foi acionado para determinar como os advogados deveriam proceder. O tipo de informação incluída nos papéis e o nível de classificação não foram divulgados.

Presidente Joe Biden antes de embarcar para a Cidade do México nesta segunda-feira, 9. Advogados do democrata encontraram documentos classificados em um antigo escritório dele Foto: Andrew Harnik / AP

A descoberta não foi em resposta a qualquer pedido anterior dos arquivos, nem há qualquer indicação de que Biden ou sua equipe resistiram aos esforços para recuperar esses ou quaisquer outros documentos confidenciais.

Funcionários do alto escalão do Departamento de Justiça designaram John Lausch Jr, um promotor nomeado por Trump, para investigar o assunto, segundo duas fontes familiarizadas com a decisão. A Casa Branca informou que coopera com o departamento.

Trump, que é investigado criminalmente por levar centenas de documentos confidenciais para uma de suas propriedades privadas após deixar a Casa Branca e se recusar a devolver todos eles após uma intimação do governo, aproveitou a notícia para ironizar a situação do FBI, que fez uma busca e apreensão contra ele em agosto do ano passado. “Quando o FBI vai invadir as muitas casas de Joe Biden, talvez até a Casa Branca?”, escreveu ele na sua própria rede social, a Truth Social.

Embora Trump tenha tentado criar um paralelo, as circunstâncias dos documentos sob a posse de Biden, conforme descritas até agora, são significativamente diferentes. Segundo a Casa Branca, Biden não estava sob inspeção por manusear documentos classificados e nem se recusou a entregá-los, como Trump. “Os documentos não foram objeto de qualquer pedido ou inquérito anterior dos arquivos”, escreveu Richard Sauber, conselheiro especial da Casa Branca, no comunicado. “Desde essa descoberta, os advogados pessoais do presidente cooperaram com os arquivos e o Departamento de Justiça em um processo para garantir que quaisquer documentos do governo Obama-Biden estejam apropriadamente na posse dos arquivos.”

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Por outro lado, em 2021, a Administração Nacional dos Arquivos e Registros pediu repetidamente a Trump que ele entregasse um grande número de documentos que alegava estarem faltando. O ex-presidente resistiu por meses ao pedido, depois permitiu que os funcionários do arquivo levassem 15 caixas de material no início de 2022, incluindo dezenas de documentos classificados, mas mais tarde se descobriu que ele mantinha mais.

O Departamento de Justiça obteve uma intimação da justiça para documentos classificados que ainda estavam em posse de Trump. Um advogado do ex-presidente entregou mais papéis e declarou que eram os últimos. Uma operação do FBI descobriu que haviam mais 103 documentos marcados como classificados que haviam sido retirados da Casa Branca, juntamente com milhares de outros registros oficiais.

Trump está sob investigação de obstrução e de uma possível violação da Lei de Espionagem, que criminaliza a retenção intencional de documentos de segurança nacional e a falha em “entregá-los sob demanda” a um funcionário do governo que pode assumir a custódia deles. /NEW YORK TIMES

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