Sete supostos criminosos foram capturados, amarrados e queimados vivos por uma multidão em uma das cidades mais violentas da África do Sul, informaram a polícia e moradores da área. De acordo com o porta-voz da polícia, Mavela Masondo, “a investigação preliminar indica que as vítimas foram atacadas e queimadas vivas pela multidão” na noite de sexta-feira, 1º.
Segundo a imprensa sul-africana, a polícia recebeu um chamado sobre dois corpos no fim da noite, os quais as autoridades descobriram que foram queimados. Horas depois, a polícia recebeu outro chamado sobre mais cinco corpos, também queimados.
“Eles foram perseguidos, capturados e amarrados antes de serem mortos. Sim, foi um ‘necklacing’”, afirmou um morador, referindo-se ao método de execução que envolve o uso de um pneu (ou cordas) colocado em torno do pescoço da vítima, que é em seguida banhada em gasolina antes de ser incendiada.
Masondo disse que nenhum dos supostos crimes usados como motivação para as mortes foi confirmado, mas comentou que a polícia “condena veementemente os atos de vigilantismo e a comunidade que faz justiça com as próprias mãos, pois isso constitui um crime grave”.
A taxa de criminalidade na África do Sul está entre as mais altas do mundo. A cidade foi abandonada pelas autoridades, de acordo com os responsáveis pela “township” (termo utilizado desde o apartheid, para se referir a uma área segregada onde muitos negros eram forçados a viver) de Diepsloot, uma cidade de 350 mil habitantes, de maioria negra, localizada ao norte de Joanesburgo.
Com cerca de 60 milhões de habitantes, o país reportou no segundo trimestre de 2023 uma média de 68 assassinatos diários, um aumento de quase 20% em relação ao mesmo período de 2019./AFP
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