Primeiro país a detectar a variante Ômicron no final do mês de novembro, a África do Sul relatou nesta quarta-feira, 15, um número recorde de novos casos diários de covid-19, anunciando uma quarta onda que se acredita ser em grande parte causada pela nova cepa.
O Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis (NICD, na sigla em inglês) relatou 26.976 novos casos nas últimas 24 horas, ultrapassando a maior marca registrada anteriormente, de 26.485 casos diários, no início de julho, durante uma terceira onda impulsionada pela variante Delta. O NICD também relatou 54 mortes relacionadas à covid-19 e 620 novas internações hospitalares.
A África do Sul, país mais afetado pela pandemia no continente africano em termos de infecções e mortes confirmadas, alertou o mundo sobre a Ômicron em novembro, disparando o alarme sobre o novo risco, que poderia causar um aumento global nas infecções.
Desde então, a Ômicron foi detectado em mais de 70 países em todo o mundo, sendo classificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como "preocupante".
Os cientistas suspeitam que a nova cepa seja mais transmissível devido à sua rápida disseminação, embora alertem que é muito cedo para tirar conclusões definitivas sobre a gravidade dos casos de covid decorrentes dela.
Com a proximidade das festas de fim de ano em muitas partes do mundo, os países estão colocando em prática novas restrições para conter o avanço da nova cepa. Depois que dois casos de Ômicron foram identificados na China, milhões de pessoas enfrentam a perspectiva de passar o Ano Novo Lunar sem a família. Nos Estados Unidos, onde o número total de mortes causadas pela pandemia ultrapassou 800 mil na terça-feira, autoridades federais de saúde alertaram que pode haver uma onda massiva de infecções em janeiro.
Ainda assim, os especialistas têm esperança de que um esquema completo de vacinação mais um reforço forneça alguma proteção contra a variante, especialmente contra doenças graves./ REUTERS e W.POST
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