A agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), afirmou, nesta segunda-feira, 4, que as autoridades israelenses torturaram alguns funcionários durante interrogatórios após serem detidos na Faixa de Gaza.
“Alguns de nossos funcionários informaram às equipes da UNRWA que foram obrigados a confessar sob tortura e maus-tratos” durante os interrogatórios sobre o ataque do grupo terrorista Hamas contra Israel em 7 de outubro, indicou em comunicado enviado à AFP esta agência da ONU.
A instituição da ONU foi acusada por Israel nesta segunda-feira de empregar “mais de 450 terroristas” do Hamas e outras organizações na Faixa de Gaza.
A acusação intensifica a campanha israelense contra esta agência, chave nos esforços para proporcionar ajuda em Gaza, onde as organizações humanitárias alertam que o risco de fome é iminente após cinco meses de guerra entre Israel e Hamas.
“Segundo os serviços de Inteligência, mais de 450 terroristas pertencentes a organizações terroristas da Faixa de Gaza, principalmente o Hamas, também estão empregados pela UNRWA”, disse o exército em nota.
A organização emprega cerca de 30.000 pessoas nos territórios ocupados, no Líbano, na Jordânia e na Síria, e cerca de 13.000 na Faixa de Gaza, onde o Hamas governa desde 2007.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) também divulgaram nesta segunda-feira gravações de áudio que supostamente correspondem a conversas telefônicas de dois funcionários da UNRWA na Faixa de Gaza, nas quais eles discutem seu envolvimento no ataque do dia 7 de outubro a Israel por parte do Hamas.
Uma das gravações é supostamente a voz de Youssef Zidan Suleiman Al Hawajara, que Israel identifica como um professor de árabe em uma escola da UNRWA em Deir al Balah, no centro da Faixa de Gaza. Em sua conversa, ele descreve sua entrada no território de Israel e afirma ter capturado mulheres israelenses.
O outro áudio é supostamente de Mamduh Hasin Ahmed Alkali, identificado como professor de escola primária da UNRWA em Khan Younis, região sul do território palestino onde o Hamas tem uma forte base. Em sua conversa, ele diz que está dentro do território israelense. /AFP, EFE
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