Agentes do Irã planejaram matar Trump, dizem promotores federais dos EUA

A alegação veio em uma denúncia que dizia que Masih Alinejad, um ativista do Brooklyn, havia sido alvo de uma segunda tentativa de assassinato; Ministério das Relações Exteriores do Irã considera acusações “totalmente infundadas”

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Promotores federais em Manhattan afirmaram nesta sexta-feira, 8, que conspiradores iranianos discutiram um plano para assassinar o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, antes de ele ser reeleito presidente nesta semana.

Um dos conspiradores disse que foi designado em setembro para executar o plano pela Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, segundo informações dos promotores em documentos judiciais.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, acena para a plateia em um comício em Palm Beach, Flórida  Foto: Julia Demaree Nikhinson/AP

PUBLICIDADE

Um agente iraniano afirmou que foi instruído a deixar de lado outros esforços que estava realizando em nome da Guarda Revolucionária e “concentrar-se em vigiar e, por fim, assassinar” Trump, de acordo com uma queixa criminal apresentada no tribunal federal de Manhattan.

O agente disse a um funcionário da Guarda Revolucionária que esse plano custaria uma quantia “enorme” de dinheiro, segundo a denúncia. Em resposta, o funcionário disse: “Já gastamos muito dinheiro”, acrescentando que “dinheiro não é um problema”.

Publicidade

A nova denúncia apresentada também contém relatos de que as autoridades interromperam outro plano para assassinar Masih Alinejad, uma ativista dos direitos humanos do Brooklyn que há muito tempo critica a repressão do Irã às mulheres.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, sorri após derrotar a candidata presidencial democrata, Kamala Harris, em um comício em Palm Beach, Flórida  Foto: Alex Brandon/AP

“As acusações anunciadas hoje expõem as contínuas tentativas descaradas do Irã de atingir os cidadãos dos EUA, incluindo o presidente eleito Donald Trump, outros líderes governamentais e dissidentes que criticam o regime de Teerã”, apontou Christopher Wray, diretor do FBI, em um comunicado.

O Irã “tem conspirado com criminosos e assassinos para atingir americanos em solo americano e isso simplesmente não será tolerado”, disse ele.

O Ministério das Relações Exteriores do Irã, por sua vez, disse no sábado, 9, que as acusações dos EUA são “totalmente infundadas”.

Publicidade

“O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Esmail Baghai, considera completamente infundadas as acusações de que o Irã está envolvido numa tentativa de assassinato contra antigos e atuais funcionários dos EUA e rejeita-as”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado.

Acusado

O homem que os promotores disseram ter sido encarregado do plano para matar Trump e Alinejad é Farhad Shakeri, de 51 anos. Ele esta foragido e os promotores acreditam que ele mora no Irã. Dois outros homens foram presos no caso e enfrentam acusações de conspiração: Carlisle Rivera, de 49 anos, do Brooklyn, e Jonathan Loadholt, de 36 anos, de Staten Island.

Rivera e Loadholt foram apresentados perante um juiz federal em Manhattan na quinta-feira, 7, e condenados a serem detidos enquanto aguardam o julgamento. Seus advogados não responderam imediatamente aos pedidos de comentários do New York Times.

Tentativas do Irã

Esta não é a primeira vez que Teerã tenta matar Trump. Os serviços de inteligência dos Estados Unidos detectaram um plano do Irã que seria executado durante a campanha do republicano.

Publicidade

Após ser informado sobre a ameaça, o governo Joe Biden alertou o Serviço Secreto, compartilhando detalhes com o responsável pela proteção do ex-presidente e com a campanha de Donald Trump.

O complô de Teerã decorre do desejo de vingança pela morte do general Qassim Suleimani, comandante da Guarda Revolucionária do Irã, considerado terrorista pelos Estados Unidos. O bombardeio que matou Sumeimani no aeroporto de Bagdá, em 2020, foi ordenado por Trump, na época, presidente dos EUA./com NYT

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.