WASHINGTON - O democrata Doug Jones foi oficialmente declarado vencedor das eleições para o Senado dos EUA pelo Estado do Alabama, apesar dos protestos do controvertido candidato republicano Roy Moore.
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O secretário de Estado do Alabama, John Merrill, certificou a vitória de Jones nas eleições de 12 de dezembro e deu fim à polêmica gerada pela candidatura de Moore, que se nega a admitir sua derrota.
Nesta quinta-feira, 28, os advogados de Moore tinham apresentado uma ação legal de última hora para anular as eleições, mas a Justiça eleitoral do Alabama rechaçou as denúncias e abriu, assim, o caminho para a certificação do resultado.
Os advogados de Moore alegaram irregularidades na votação de vários condados do Alabama, suficientes para definir o rumo da eleição, mas o juiz Johnny Hardwick rejeitou a alegação.
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Assim, Jones venceu as eleições com 49,9% dos votos, contra 48,3% para Moore, uma margem de cerca de 22 mil votos de um eleitorado de 1,3 milhão no Estado sulista americano, tradicionalmente republicano.
No começo da campanha, Moore era favorito para conseguir a vaga no Senado, mas começou a cair após ser envolvido em uma sequência de controvérsias e ser acusado de abuso sexual.
Moore, de 70 anos, foi eleito duas vezes presidente da Suprema Corte do Alabama, mas acabou exonerado do cargo nas duas vezes. Sua primeira expulsão aconteceu em 2003, após ter se negado a retirar uma enorme estátua em homenagem aos Dez Mandamentos de um prédio oficial.
Reeleito para o tribunal máximo do Alabama, ele foi novamente expulso em 2016 por desafiar a Corte Suprema dos Estados Unidos ao se negar a aplicar a legislação que permitiu o casamento homossexual.
Na campanha, foi alvo de várias denúncias de abuso sexual contra menores de idade na década de 1970, acusações negadas por ele.
Profundamente religioso, Moore também ficou famoso por suas declarações polêmicas, sobretudo a favor da posse de armas e contra muçulmanos.
A eleição de Jones reduz a maioria do partido Republicano no Senado a 51 assentos, contra 49 dos democratas. Assim, os conservadores já não podem ter divisões e certamente precisarão negociar com os democratas a aprovação de projetos. / AFP
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