Pânico no ar: veja o que se sabe sobre ‘buraco’ que abriu em avião da Alaska Airlines

Abertura na fuselagem ocorreu onde o fabricante das aeronaves Boeing coloca plugue para cobrir saída de emergência que a companhia aérea não utiliza

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Por Redação
Atualização:

Na sexta-feira, 5, um voo operado pela companhia aérea Alaska Airlines fez um pouso de emergência no Aeroporto Internacional de Portland, no Oregon, devido a um problema de pressão no ar que estourou um pedaço da fuselagem. O avião, um Boeing 737 Max 9s, voou cerca de 15 minutos com a porta aberta.

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Investigadores disseram no domingo. 7, que encontraram a parte da fuselagem que se soltou do avião e esperam que isso forneça evidências físicas do que deu errado. O buraco enorme na aeronave se abriu onde o fabricante de aeronaves Boeing coloca um plugue para cobrir uma saída de emergência que a companhia aérea não utiliza.

A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos temporariamente suspendeu esses aviões até que passem por inspeções na área ao redor do plugue da porta. Veja o que se sabe até agora sobre o caso.

Por que os plugues estão lá?

Alguns Boeing 737 maiores têm saídas de emergência nas fuselagens atrás das asas para atender a um requisito federal de que as aeronaves sejam projetadas para que os passageiros possam sair da aeronave em 90 segundos, mesmo que metade das saídas esteja bloqueada.

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Quanto mais assentos para passageiros há em um avião, mais saídas são necessárias. Algumas companhias aéreas, como a Lion Air, da Indonésia, e a Corendon Dutch Airlines, colocam mais de 200 assentos em seus Max 9s, então precisam de saídas de emergência extras.

Como a Alaska Airlines e a United Airlines configuram seus 737 Max 9s para terem menos de 180 assentos, seus aviões não precisam das duas saídas intermediárias para cumprir as regras dos EUA para retirada dos passageiros . Na Alaska e na United, as únicas duas companhias aéreas dos EUA que utilizam o Max 9, essas saídas laterais perto do final do avião são substituídas por um plugue permanente do tamanho de uma saída de emergência.

A Boeing também fabrica versões maiores do 737-900, antecessor do Max, e o Max 8 com espaço para saídas extras na parte traseira. Compradores dessas aeronaves também podem optar por instalar portas de saída ou plugues.

Passageiros próximos à abertura no Boeing 737 Max 9 da Alaska Airlines  Foto: Elizabeth Le via AP

Quem instala os plugues?

Um porta-voz da Spirit AeroSystems — não relacionada à Spirit Airlines — confirmou ao New York Times que a empresa instalou plugues de porta nos Max 9s, incluindo o plugue do avião da Alaska Airlines envolvido no incidente de sexta-feira. O porta-voz disse à Associated Press que os plugues são montados nas fuselagens do 737 na fábrica da Spirit em Wichita, Kansas, mas se recusou a fazer mais comentários. A Boeing se recusou a comentar sobre o problema.

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A Spirit é a maior fornecedora da Boeing para aeronaves comerciais e fabrica fuselagens e outras peças para os jatos Boeing Max. A empresa esteve no centro de vários problemas recentes com a qualidade de fabricação, tanto no Max quanto em um avião maior, o Boeing 787 Dreamliner. No ano passado, a Boeing e a Spirit AeroSystems descobriram furos de fixadores perfurados de maneira inadequada em uma estrutura que mantém os jatos 737 Max pressurizados em altitude de cruzeiro.

Como será a investigação?

Oficiais do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes, liderados pela presidente do conselho, Jennifer Homendy, chegaram a Portland, Oregon, no sábado para iniciar uma investigação que provavelmente durará um ano ou mais. Homendy se recusou a discutir possíveis causas quando falou com repórteres no sábado à noite. A equipe do NTSB inclui um metalurgista, e Homendy disse que os investigadores examinarão o plug da porta, bem como suas dobradiças e outras partes. Examinar o dano na porta será crucial para a investigação, de acordo com especialistas independentes.

Houve avisos?

O jato da Boeing não estava sendo utilizado para voos para o Havaí após uma luz de aviso que poderia indicar um problema de pressurização acender em três voos diferentes, disse Homendy no domingo. A Alaska Airlines decidiu restringir a aeronave de voos longos sobre a água para que, se a luz de aviso reaparecesse, o avião “pudesse retornar muito rapidamente a um aeroporto”, disse ela em uma entrevista coletiva. Homendy alertou que a luz de pressurização pode não estar relacionada ao incidente de sexta-feira e mais investigações são necessárias.

Houve outros rompimentos de fuselagem?

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Houve casos raros de aberturas na fuselagem de aviões. Na maioria dos casos, eles foram resultado de fadiga do metal na pele de alumínio do avião. No caso mais horrível, uma comissária de bordo da Aloha Airlines foi expelida da cabine de um Boeing 737 sobre o oceano Pacífico em 1988, depois que uma seção de 5,4 metros do teto se desprendeu. Seu corpo nunca foi encontrado. A tragédia levou a regras mais rigorosas para que as companhias aéreas inspecionem e reparem fissuras microscópicas na fuselagem antes que se rompam em voo.

Em 2009, um buraco se abriu no teto de um Boeing 737 da Southwest voando a 35 mil pés sobre a Virgínia Ocidental. E em 2011, uma fenda de 1,5 metros se abriu em outro Boeing 737 da Southwest, forçando os pilotos a fazerem um pouso de emergência em uma base militar no Arizona. Ninguém ficou ferido em nenhum desses casos, ambos atribuídos à fadiga do metal./AP

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