BUENOS AIRES - Alberto Fernández, candidato à presidência da Argentina ao lado de Cristina Kirchner, conversou com ao menos oito governadores peronistas rompidos com a ex-presidente em busca de apoio para a chapa presidencial desde que ambos fizeram o inesperado anúncio da parceria, no sábado.
Às vésperas do primeiro julgamento de Cristina, a movimentação de Fernández, conhecido por ter um perfil pragmático e conciliador, foi bem recebida. Segundo o jornal Clarín, ao menos seis governadores fizeram manifestações públicas de apoio.
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Nesta segunda-feira, 20, ele enfrenta seu primeiro desafio da campanha com uma viagem para a província de Santa Cruz, base do kirchnerismo, onde, entre outras atividades, visitará "Los Muchachos Peronistas", ponto inicial da carreira política do ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), que foi prefeito da capital, Río Gallegos, e governador da província.
Nessa agenda, ele será acompanhado por Alicia Kirchner, irmã de Néstor e governadora de Santa Cruz, que buscará a reeleição em votação marcada para agosto. Nesta semana, o candidato peronista também deve conversar com líderes sindicais.
Além da movimentação do Fernández, Sergio Massa, um antigo aliado, articula uma frente peronista para enfrentar o presidente Mauricio Macri nas eleições presidenciais de outubro. De acordo com o jornal La Nación, Massa se reunirá entre terça e quarta-feira com vários governadores para discutir o apoio à chapa peronista Fernández-Cristina.
Julgamento de Cristina
A ex-presidente se sentará no banco dos réus pela primeira vez na terça-feira em um tribunal de Buenos Aires, que a julgará por supostamente ter favorecido as empresas de Lázaro Báez, um empresário próximo a ela e a Néstor, que venceu praticamente todas as licitações em Santa Cruz durante todo o período em que os Kirchner ocuparam a presidência (2003-2015).
Será o primeiro, mas não o último julgamento de Cristina, que enfrenta mais de uma dúzia de acusações por supostos casos de corrupção. A ex-presidente e atual senadora, de 66 anos, alega que os casos contra ela se tratam de perseguição política.
Segundo a acusação, várias obras vencidas pela empresa de Baez foram pagas mas não concluídas. Além disso, o preços teriam sido superfaturados.
No processo, além de Cristina serão julgados três personagens-chave do kirchnerismo: o próprio Báez, o ex-ministro do Planejamento Julio de Vido e o ex-vice-ministro do Planejamento José López. / AFP e EFE