PUBLICIDADE

Alckmin promete ‘resultados concretos’ na Cúpula do Mercosul e defende integração regional

Acordo de livre comércio com Singapura será ‘porta de entrada para Ásia’, destacou vice-presidente

PUBLICIDADE

Foto do author Jéssica Petrovna
Atualização:

ENVIADA ESPECIAL AO RIO DE JANEIRO - O vice-presidente Geraldo Alckmin prometeu “resultados concretos” na Cúpula do Mercosul no Rio de Janeiro, que acontece esta semana em clima de esvaziamento depois do impasse envolvendo o acordo com a União Europeia. Na reunião de ministros desta quarta-feira, 6, ele destacou os avanços e defendeu que a integração se faz no dia a dia, “não apenas com grandes gestos e acordos”.

PUBLICIDADE

Alckmin citou entre os resultados o acordo de livre comércio com Singapura que será assinado durante a Cúpula - o primeiro em 12 anos. Além da expansão do Mercosul com a entrada da Bolívia, que recebeu o sinal verde do Congresso brasileiro para virar o quinto membro-pleno.

“Haverá resultados concretos nessa Cúpula”, prometeu o vice presidente ao citar como exemplo o acordo com Singapura, descrito como “porta de entrada para Ásia”. “Além disso, o Mercosul se expandirá com adesão da Bolívia criando um espaço ainda mais significativo para integração regional e de possibilidades de desenvolvimento compartilhado”, acrescentou.

O Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o Vice-Presidente da República, Geraldo Alckmin, durante a 63ª Cúpula de Chefes de Estado do MERCOSUL e Estados Associados, realizada no Museu de Arte do Rio, no centro da cidade, nesta quarta-feira, 6.  Foto: PEDRO KIRILOS / ESTADÃO

Alckmin ressaltou ainda os avanços “importantes” nas negociações entre Mercosul e União Europeia. “Destaco o compromisso de ambos os lados em prol do entendimento equilibrado no futuro próximo e partir das bases sólidas que construímos nos últimos meses de engajamento intenso”, disse ele.

O Brasil tinha a expectativa de anunciar a conclusão das negociações com a UE durante a Cúpula, mas a Argentina se mostrou resistente em assinar o acordo faltando apenas três dias para a posse do novo presidente, o libertário Javier Milei. Apesar do revés, a União Europeia já disse que o acordo está muito perto e uma declaração durante a Cúpula deve destacar esse progresso.

Comércio intra-bloco

O vice-presidente, que acumula a função de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, ponderou no entanto que é necessário aumentar o comércio dentro do bloco.

“O mundo está globalizado, mas o comércio continua a ser principalmente regional. E a densidade do comércio intra-bloco é um sinal de avanço na integração. Na União Europeia, cerca de 60% do comércio é intra-bloco. No USNCA, antigo NAFTA, é quase 50%. Na Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), 25%. No Mercosul, apenas 10%. O comércio intra-bloco tem crescido, mas precisamos mudar esse quadro. O Mercosul é importante para o Brasil, nosso quarto maior parceiro comercial”, disse Alckmin.

Publicidade

Além de Alckmin, representaram o Brasil o chanceler Mauro Vieira e a ministra Simone Tebet, do Planejamento. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad não participa do encontro, nem a sua contraparte argentina Sergio Massa. Buenos Aires mandou apenas a Secretária de Relações Econômicas Internacionais do Ministério das Relações Exteriores, Cecília Todesca Bocco, para a reunião que antecede a cúpula de chefes de Estado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.