BRASÍLIA - O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, ampliou sua atuação diplomática no governo Luiz Inácio Lula da Silva. De janeiro a agosto, Alckmin realizou mais do que o dobro das viagens ao exterior concluídas no ano anterior, sendo que duas delas tiveram perfil ainda mais robusto, incluindo delegações empresariais, de ministérios e órgãos governamentais, com foco múltiplo em estreitar a relação política, estimular o comércio e atrair investimentos.
Até o momento, Alckmin soma sete viagens para fora do País - cinco delas em 2024 e duas em 2023. A depender de decisões que envolvem avaliações políticas e de agenda discutidas entre a Presidência, o Itamaraty e a Vice-Presidência, Alckmin pode ainda completar outras missões neste ano e terá destaque na coordenação de reuniões do G-20, sediado no Brasil. O vice-presidente defende no G-20 um comércio “sustentável, com políticas sociais e ambientais complementares, dentro das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e de acordos ambientais multilaterais, evitando o protecionismo disfarçado”. O vice também avalia convites da própria OMC, do G-7 e da ONU, entre outros.
Ele já havia sido escalado para a sexta viagem de 2024, desta vez ao México, onde seria o chefe da delegação na posse da presidente eleita Claudia Scheinbaum. No entanto, Lula mudou os planos de sua própria visita ao país, até então programada para dez dias antes - e decidiu postergá-la para coincidir com a cerimônia de inauguração do novo governo, na Cidade do México, em 1º de outubro. Diplomatas a par da preparação dizem que o presidente quer valorizar um alinhamento inédito com governos de esquerda nos maiores países da América Latina e prestigiar tanto a sucessora quanto o atual presidente Andrés Manuel López Obrador. Eles devem discutir assuntos bilaterais e a crise na Venezuela.
No ano passado, Alckmin fez somente duas viagens ao exterior. Foi a Portugal para encontros com empresários e participação no Fórum Jurídico de Lisboa, que atraiu outros ministros e autoridades brasileiras do Legislativo e do Executivo, além de audiências com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa e o então primeiro-ministro António Costa. Também foi enviado pela primeira vez por Lula para representá-lo em uma posse presidencial, a de Daniel Noboa, no Equador.
As visitas ao exterior do vice-presidente são a face mais explícita de sua atuação na política externa. Desde janeiro, Alckmin chefiou duas missões com ministros de Lula e executivos de empresas exportadoras e investidores à China, a mais emblemática delas com quase 200 nomes do setor privado, e à Arábia Saudita.
Junho marcou o mês com agenda mais densa. Em Pequim e Riad, Alckmin formalizou anúncios como a exportação de 120 mil toneladas de café - US$ 500 milhões - para uma rede chinesa; a concessão de R$24,6 bilhões em crédito de bancos chineses para instituições financeiras no Brasil; investimento de US$ 100 milhões da Sinovac para desenvolvimento de vacinas no País; abertura de mercados para produtos agrícolas e habilitação de frigoríficos exportadores de proteína animal; de intenções para construção conjunta do satélite geoestacionário meteorológico CBERS-5; a promoção de produtos brasileiros em supermercados e um acordo em Defesa com os sauditas. Os dois países estão no foco da Embraer para exportação de aviões comerciais e militares, inclusive com eventual estabelecimento de linhas de montagem de aeronaves nesses países.
O protagonismo se deve ao fato de que Alckmin lidera pelo lado brasileiro a Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban). Ele foi recebido pelo vice-presidente chinês, Han Zheng, e pelo próprio presidente, Xi Jinping. A viagem marcou os 50 anos de relações diplomáticas entre os países, estabelecidas em 1974, e 20 anos de criação de Cosban, lançada em 2004. A participação de Alckmin como líder pelo Brasil vem sendo preparada dentro do governo desde fevereiro do passado. As reuniões prévias envolveram 23 ministérios no Palácio do Itamaraty.
A Cosban é o principal mecanismo de consultas bilaterais regular entre o Brasil e a China. As reuniões ocorrem a cada dois anos, alternadamente, no Brasil e na China. É nesse âmbito que os países decidiram, no ano passado, avaliar oportunidades de investimento e interesses comuns em obras de infraestrutura que poderão marcar a a entrada do Brasil na nova Rota da Seda, o projeto Cinturão e Rota (Belt and Road Initiative, em inglês). A China persegue esse objetivo geopolítico e econômico. Desde 2009, o país é o principal parceiro comercial do Brasil e foi, no ano passado, o destino de 30,7% do total de produtos brasileiros exportados. No ano passado, o comércio bilateral alcançou o recorde de US$ 158 bilhões, tendo o Brasil superávit de US$ 51 bilhões, segundo o Itamaraty. O estoque de investimentos é de US$ 72 bilhões.
Um conselheiro do vice-presidente afirma que cabe a Alckmin a função de “coadjuvante” na política externa e que o vice foca na abertura de mercados e na atração de recursos para a nova industrialização do País. Ele costuma buscar momentos de interação com empresários. Segundo um diplomata, o vice atende demandas do Palácio do Planalto e da chancelaria, como fizeram antecessores no cargo, e poderia haver “ruído” se esse papel fosse diferente.
Outro colaborador próximo ressalta que o modo discreto e o cuidado nas incursões diplomáticas de Alckmin seria uma forma de não “concorrer” com o destaque do presidente, a quem cabe a representação política. O vice, disse esse auxiliar, tem a “noção clara” do papel secundário e costuma levar a Lula a prerrogativa de fazer os anúncios de investimentos mais relevantes. Além disso, vai aonde o petista pede e colabora também com a interlocução externa de outros ministérios.
Custo político
Em outras três ocasiões, Alckmin voltou a ser designado por Lula como representante do governo brasileiro nas posses presidenciais de Bernardo Arévalo, na Guatemala, Raúl Mulino, no Panamá e, Masoud Pezeshkian, no Irã. A última posse acabou por expor o vice de Lula pela coincidência de ter sido marcada pelo assassinato de Ismail Haniyeh, então líder político do grupo terrorista Hamas, em Teerã.
Alckmin cumpriu o rito protocolar e não interagiu com Haniyeh, conforme pessoas que o acompanharam na viagem. No entanto, saiu em destaque nas fotos e filmagens oficiais ao lado do chefe do Hamas e de lideranças de outras organizações consideradas terroristas, como o porta-voz dos Houthi, Mohammed Abdulsalam, o líder da Jihad Islâmica, Ziyad Al-Nakhalah, e o vice-líder do Hezbollah, o general Naim Assem. Na cerimônia, parlamentares iranianos pregaram o extermínio de Israel.
No dia seguinte, o vice-presidente ainda se reuniu com empresários na Câmara de Comércio do Irã, antes de voltar ao Brasil. O magnicídio havia ocorrido na madrugada, surpreendendo o regime dos aiatolás e motivando protestos e um maior grau de tensão em Teerã, mas Alckmin manteve compromissos.
A missão de representação institucional colocou o vice na mira da oposição. Deputados querem aprovar requerimento de convite para que ele compareça à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional e explique o porquê de sua presença em Teerã. Os deputados disseram que ele deveria ter se retirado diante do constrangimento. Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que Alckmin “se associou à escória do mundo” e deve explicar “as razões pelas quais Lula ‘pagou missão’ para ele ir nessa cova de terroristas”.
Discrição e cautela
Quem convive com o vice nessas missões reporta que Alckmin não demonstra predileção pela atuação internacional, nem busca protagonismo, dando, inclusive, mais foco a sua agenda doméstica. Nem que quisesse ele poderia desenvolver uma agenda própria. Por norma constitucional, a condução da política externa brasileira é uma prerrogativa do presidente da República, executada com suporte do Itamaraty.
Lula, por sua vez, pode delegar sua representação no exterior e não necessariamente ao vice-presidente, embora seja um precedente recorrente no caso de posses presidenciais - é o padrão pela Casa Branca, por exemplo. Apesar das viagens realizadas por Alckmin, também já foram enviados a cerimônias do tipo o chanceler Mauro Vieira (na Argentina e na República Dominicana) e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (em El Salvador).
Em geral, Alckmin adota um roteiro externo discreto, sem esticar a estada fora do País para passeios culturais, por exemplo. O vice-presidente costuma ordenar que as missões tenham perfil de custo baixo, sem hotéis de luxo ou bilhetes de primeira classe.
Isso chama a atenção nos bastidores do governo e costuma ser atribuído por seus colaboradores a suas raízes familiares no catolicismo franciscano, a que pertenceu seu pai. Ele, de fato, costuma ser acompanhado por comitivas diminutas (de três a cinco servidores) no exterior - muitas vezes sem fotógrafo e assessoria de comunicação, algo raro entre ministros. Diplomatas do Itamaraty têm sido escalados para prestar suporte nessas áreas.
Quando dispensou o uso do avião da Força Aérea Brasileira (FAB), em geral usado para deslocamentos na América Latina, ele determinou a compra de passagens em classe econômica. Isso, inclusive, provocou surpresa nas equipes de cerimonial da Esplanada e fez ministros que buscavam uma classe mais confortável - a executiva - optarem por voos separados do de Alckmin, para evitar o constrangimento de voar em assento mais caro do que o chefe da delegação.
Integrantes do governo também interpretam que existe cautela do vice por razões ideológicas. Dois colaboradores da diplomacia com quem o vice viajou avaliam que Alckmin cumpre apenas o papel de representação institucional por não se sentir completamente à vontade com a abordagem determinada por Lula ao relacionamento com governos autoritários do chamado Sul Global.
Mais de um interlocutor do vice-presidente interpreta que seu perfil político e suas ideias econômicas mais liberais o deixariam mais à vontade para participar do relacionamento com as democracias ocidentais - não com o eixo de contestação delas, o dos países em desenvolvimento. Há quem diga que o vice até evita algumas aproximações. Um terceiro e relevante membro da equipe diplomática, no entanto, negou que Alckmin tenha verbalizado qualquer resistência nesse sentido e ressaltou que ele age com anuência e sob requisição do presidente.
Essas fontes dizem que o vice vai cumprir o que o presidente Lula solicitar, de acordo com as possibilidades de sua agenda, que além da Vice-Presidência inclui as demandas do MDIC. Ao chapéu duplo de vice e ministro também se soma a longa experiência política de quatro gestões como governador de São Paulo, o que lhe rendeu relações no meio diplomático e o faz ser buscado por embaixadores e empresários.
“O vice-presidente já tem atribuições bem definidas na política externa. Não vejo Alckmin avocando atribuições maiores, nem creio que Lula vá ceder tarefas centrais. Alguns temas específicos só ganham impulsão se o presidente estiver presente, como G-20 e os diálogos sobre as guerras, que projetam a liderança e o protagonismo do presidente. Nem Alckmin vai demandar nada além do que lhe cabe, pela característica de homem público que é, discreto e sempre muito respeitoso com Lula, nem o presidente vai atribuir o que não pode ao vice. Outras tarefas não tão centrais, embora importantes, ele pode delegar a depender da circunstância”, diz Hussein Kalout, professor de Relações Internacionais e pesquisador na Universidade Harvard.
O caso da Venezuela chama a atenção. Se quando governador de São Paulo pelo PSDB Alckmin recebia esposas de presos políticos e comitivas de opositores ao chavismo (ele abriu o Palácio dos Bandeirantes, em 2014, à líder da oposição María Corina Machado), agora o vice demorou uma semana para se posicionar em publicamente. Quando questionado sobre o impasse eleitoral em Caracas, apenas seguiu o teor de manifestação oficial do governo, citando que Lula e os presidentes da Colômbia e do México “querem respeito aos eleitores e, portanto, aguardam as atas de votação para que se tenha essa segurança e se tenha essa transparência tão necessária”.
Lula tem relacionamento historicamente amistoso com o ditador Nicolás Maduro - apesar das recentes provocações -, e o governo brasileiro tem sido paciente e tentado manter diálogo com o regime. O PSB, partido do vice, e alguns dos aliados próximos dele divergiram logo da abordagem do PT de reconhecê-lo como presidente reeleito, após uma disputa marcada por obstáculos impostos à oposição e denúncias de fraude que mobilizaram a comunidade internacional. O partido de Alckmin considera que Maduro comanda uma ditadura - o próprio Lula discorda e afirma que se trata de um regime de viés autoritário e “muito desagradável”. A classificação é contestada até no petismo.
Em relação ao Irã, o vice-presidente não fez publicações em redes sociais a respeito de sua presença em Teerã para a posse do novo presidente iraniano - o que difere das demais cerimônias a que atendeu na América Latina. Sua agenda revela que ele foi a um jantar oferecido por Pezeshkian, foi recebido pelo presidente em audiência e manteve encontro com empresários. Integrantes do governo Lula disseram que o envio de Alckmin faz parte de um aceno ao Irã depois da eleição de um político de perfil mais moderado.
Comissões com China, Nigéria e Rússia
Em vez de ir à Rússia para a recente reunião dos ministros de Indústria do Brics realizada entre 14 e 19 de agosto, Alckmin enviou como seu representante o secretário-executivo, Márcio Fernando Elias Rosa. O encontro discutiu a política industrial. Homem de confiança do vice há anos, Elias Rosa é quem na prática costuma ser o mais alto funcionário do MDIC nas missões presidenciais, porque Alckmin assume o Palácio do Planalto. Lula já confirmou presença na Cúpula de Líderes do Brics, entre 22 e 24 de outubro, na cidade de Cazã.
O Estadão apurou que existe um cuidado no governo Lula com gestos de aproximação com Moscou para não melindrar a União Europeia nem atrapalhar politicamente as tratativas para finalizar o acordo do bloco com o Mercosul. A negociação já dura 25 anos e vem sendo conduzida pelo governo brasileiro, em nome dos sul-americanos, com a Comissão Europeia. Um acerto foi barrado por indisposição política no ano passado.
Há outra frente de relacionamento com os russos congelada. Assim como lidera uma parte relevante do relacionamento com a China por meio da Cosban, Alckmin é o representante do País na Comissão Brasileiro-Russa de Alto Nível de Cooperação (CAN). O mecanismo, no entanto, não tem funcionado com periodicidade. A última reunião efetiva ocorreu em 2015, quando o vice-presidente Michel Temer viajou à Rússia.
Desde 2021, os governos promovem reuniões em nível ministerial a fim de preparar a 8ª reunião da CAN. Ela ocorreria em 2022, mas os planos naufragaram após a invasão da Ucrânia pelas forças russas. Os chanceleres dos dois países combinaram a reativação no ano passado, e em fevereiro uma delegação interministerial brasileira foi a Moscou numa missão preparatória. A reunião seria liderada por Alckmin e pelo primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin. Ela segue, no entanto, sem data determinada para ocorrer.
Segundo integrantes da Vice-Presidência, no entanto, eles ainda não receberam no gabinete nenhuma demanda de organizar a próxima reunião da CAN. O mais provável é que ocorra em 2025. Um aliado de Alckmin diz que ele não patrocinaria nada que estivesse em descompasso com governo.
O vice-presidente também desempenha função similar no Mecanismo de Diálogo Estratégico Brasil-Nigéria (MDE), criado e realizado uma única vez, em 2013. Por causa de sua função como ministro, Alckmin ainda exerce liderança pelo lado brasileiro no Fórum de CEOs e no Diálogo Comercial Brasil-Estados Unidos.
Lula delegou ao vice a missão de coordenar uma agenda regional do Brasil com a Guiana, de olho em obras transnacionais de infraestrutura que reduzam o tempo de escoamento de produtos, por meio do Mar do Caribe.
No caso das posses presidenciais, para definir quem vai, são avaliadas conveniências de agenda do presidente e vice, além do perfil e da relevância da relação com os países, tanto os laços políticos quanto econômicos. Alckmin autou sobretudo nas Américas, onde o Brasil deseja projetar liderança. A posse de Raúl Mulino, no Panamá, representou a expectativa de mudanças no país, que manifestou na ocasião interesse em ingressar no Mercosul.
Houve ainda momentos de dar respaldo à institucionalidade democrática. Foi o caso da Guatemala, em janeiro, e do Equador, em novembro do ano passado. Nos dois momentos, os presidentes Bernardo Arévalo, de esquerda, e Daniel Noboa, de direita, elegeram-se em cenários de instabilidade política. A vitória de Arévalo foi contestada e houve ameaças a sua posse na Guatemala. Noboa assumiu em Quito para um mandato curto, após a convocação de eleições antecipadas pelo ex-presidente Guilhermo Lasso, que sofreu um processo de impeachment.
O governo Lula faz da defesa da democracia uma bandeira de sua inserção internacional, sobretudo por causa da tentativa de golpe no Brasil, deflagrada após sua eleição no ano passado e que culminou no 8 de janeiro. “O processo eleitoral na Guatemala sofreu sérias ameaças, mas a democracia prevaleceu. As ameaças à posse do presidente Lula reforçaram nossa convicção sobre a importância do apoio da comunidade internacional e de instrumentos como a Carta Democrática da OEA (Organização dos Estados Americanos) para a preservação da democracia no continente americano”, disse Alckmin, na posse de Arévalo.
112 encontros
A assessoria do vice-presidente diz que Alckmin atua na agenda internacional como forma de “fortalecer a indústria brasileira no exterior, atrair investimentos estrangeiros para o país e, na função de vice-presidente, de representação do presidente Lula fora do Brasil”.
No primeiro ano de governo, Alckmin concentrou-se em agendas de política externa dentro de seu gabinete. Um levantamento da Assessoria Especial de Assuntos Diplomáticos da Vice-Presidência da República mostra que, contando compromissos que cumpriu em Portugal e no Equador, Alckmin manteve 112 encontros com autoridades estrangeiras de 39 países - do total, 74 foram audiências.
A compilação inclui desde as saudações na cerimônia de posse, em 1º de janeiro de 2023. Mas também soma as viagens, recepções, fóruns empresariais, comitivas de empresas como a chinesa BYD, delegações do Parlamento Europeu e autoridades governamentais, como o primeiro-ministro de Cabo Verde, José Ulisses Correia e Silva, o enviado especial de Joe Biden para o Clima, John Kerry, a secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, além de chefes de Estado e de governo recebidos ao lado de Lula, como o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, e o chanceler da República Federal da Alemanha, Olaf Scholz.
O levantamento deve ser atualizado anualmente. Em 2024, Alckmin já recebeu, entre outros: o chanceler da China, Wang Yi, a chanceler da Bolívia, Celinda Sosa, o embaixador da Itália, Alessandro Cortese, e o diretor da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol, o embaixador de Angola, Manuel Eduardo Bravo, o embaixador do Vietnã, Bui Van Nghi, a embaixadora da União Europeia, Marian Schuegraf, os embaixadores do Brasil na China, Marcos Galvão, e na Argentina, Julio Bitelli, o governador da Província de Buenos Aires, Axel Kicillof, o vice-premiê e ministro da Economia e Finanças coreano, Choi Sang-Mok, o ministro da Indústria e Recursos Minerais da Arábia Saudita, Bandar Alkhorayef.
O vice participou ativamente ainda das agendas em visitas de Estado ao País. Liderou fóruns empresariais por ocasião das visitas do presidente da França, Emmanuel Macron, e do primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida. Organizou reunião com empresários liderados pelo premiê espanhol, Pedro Sánchez, e participou do almoço oferecido ao presidente italiano, Sergio Mattarella.
Alckmin também participou de reuniões no Rio com representantes dos fundos soberanos da Arábia Saudita e empresários da Coreia do Sul.
Lula reduz ritmo, mas mantém agenda fora do País
Alckmin viajou pouco no ano passado porque o próprio Lula liderou, sob críticas da oposição, um périplo internacional que passou por 24 países, em 15 viagens, que deixaram o petista mais de dois meses fora do Palácio do Planalto. Nessas ocasiões, Alckmin permanecia em Brasília para assumir a chefia do Executivo - o que o impede de viajar mais. A agenda externa do vice depende da vontade e da “precedência” do petista.
Lula chegou a dizer que 2024 seria a vez de Alckmin assumir o papel de caixeiro viajante - “colocar o Brasil embaixo do braço e sair pelo mundo vendendo os projetos que a gente tem na tentativa de construir parceria”. O petista, porém, manteve uma agenda de viagens frequentes ao exterior, em menor ritmo do que no ano passado.
De janeiro a agosto, Lula viajou a 10 países (Chile, Bolívia, Paraguai, Suíça, Itália, Colômbia, Guiana, São Vicente e Granadinas, Etiópia e Egito). No mesmo período do ano passado, foram 19 viagens ao exterior (São Tomé e Príncipe, Angola, África do Sul, Bélgica, Colômbia, Paraguai, Argentina, Itália, Vaticano, França, Japão, Reino Unido, Portugal, Espanha, Emirados Árabes Unidos, China, Argentina, Uruguai e Estados Unidos).
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