Bloco de ultradireita no Parlamento Europeu exclui partido alemão após polêmica nazista

Maximilian Krah, cabeça do partido de extrema direita AfD, já havia sido banido de eventos eleitorais após comentários isentando nazistas

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Por Redação
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O grupo Identidade e Democracia (ID), coalizão de políticos de direita e extrema direita no Parlamento Europeu, expulsou um partido alemão depois que seu principal candidato nas eleições do poder legislativo da União Europeia defendeu criminosos nazistas.

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O candidato do partido Alternativa para a Alemanha (AFD), Maximilian Krah. disse em entrevista a um jornal italiano que nem todos os membros da SS, abreviação de Schutzstaffel em alemão, eram criminosos. A instituição defendida por Maximilian foi uma organização paramilitar e de segurança do partido nazista, que esteve envolvida em crimes de extermínio durante a Segunda Guerra Mundial.

O partido La Lega da Itália, que integra o grupo europeu de extrema direita, publicou um comunicado, em nome da coalizão, se distanciando das polêmicas do candidato. “O Grupo ID não quer mais ser associado aos incidentes relacionados a Maximilian Krah”, disse.

Maximilian Krah, candidato do partido Alternativa para a Alemanha para o Parlamento Europeu. Foto: Fabrizio Bensch/REUTERS

Com a repercussão negativa, o AFD declarou que Maximiliam vai deixar sua liderança e que seus erros causaram “danos massivos”. O candidato confirmou a renúncia de seu cargo no país e a participação na disputa para ocupar o Parlamento Europeu em uma publicação no X (antigo Twitter), na última quarta-feira.

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“Reconheço que minhas declarações factuais estão sendo mal utilizadas como pretexto para prejudicar o nosso partido. A última coisa que precisamos agora é de um debate sobre mim. Por esse motivo, renuncio agora a qualquer participação em campanha eleitoral e renuncio ao cargo de membro do Conselho Executivo Federal”, escreveu.

Apesar de não ter anunciado novas parcerias políticas, a sigla alemã disse que permanece otimista para as eleições. “A aliança com outros partidos é essencial para ser politicamente eficaz em Bruxelas. Estamos confiantes de que continuaremos a ter parceiros confiáveis do nosso lado no novo período legislativo”, disseram os co-líderes do AFD, Alice Weidel e Tino Chrupalla em comunicado.

Com excelentes índices nas pesquisas de opinião da Alemanha, no ano passado, o AFD esperava por vitórias nas eleições estaduais do país. Neste ano, a popularidade do partido diminuiu, especialmente depois que milhões de alemães protestaram contra posturas radicais e de extrema direita da sigla.

Maximiliam também esteve envolvido em outro escândalo. Autoridades de Bruxelas, na Bélgica, revistaram os escritórios do alemão no Parlamento Europeu para investigar se ele possuía relação com um caso de espionagem para China, envolvendo um de seus assistentes.

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Em abril, Petr Bystron, considerado o segundo nome mais cotado para a disputa do poder legislativo europeu, precisou se pronunciar para negar as acusações de que teria recebido dinheiro de uma rede da Rússia.

Divisão na extrema direita

A apenas duas semanas para as eleições do Parlamento Europeu, que serão realizadas de 6 a 9 de junho, a expulsão do partido alemão do grupo Identidade e Democracia coloca em evidência divisões na extrema direita da União Europeia. A tensão na relação entre o AFD e o ID começou há meses, segundo veículos de notícias da Alemanha.

“Eu acho que o AFD, com quem trabalhamos juntos no Parlamento Europeu por cinco anos, ultrapassou os limites”, disse o principal candidato do partido Reunião Nacional da França, Jordan Bardella à agência de notícias alemã Deutsche Presse-Agentur.

Após os resultados das eleições, a expectativa é saber quais rumos o bloco vai tomar sobre questões importantes, como as mudanças climáticas, imigração e apoio à Ucrânia. / AP

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