Aluna provocou incêndio que matou 19 jovens na Guiana após ter o celular apreendido

Jovem teria admitido à polícia que ateou fogo no local depois de ter se irritado com apreensão de celular

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Por Redação

Uma adolescente é suspeita de iniciar o incêndio que matou 19 jovens e feriu outras 17 em um dormitório escolar na cidade de Mahdia, na Guiana, informou a polícia nesta terça-feira, 23. Segundo as autoridades, a aluna teve o celular apreendido pelo supervisor do local e por um professor e decidiu atear fogo.

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Uma fonte da polícia ouvida pela Agência France-Press informou que a jovem, que teria 14 anos, admitiu ter ateado fogo no local. Ela também ficou ferida e está em custódia no Hospital Mahdia, enquanto autoridades estudam se ela pode ser acusada de acordo com a legislação para menores.

Testemunhas ouvidas no inquérito policial informaram que ela ameaçou incendiar o dormitório no sábado à noite após ter tido o celular apreendido. As estudantes não têm autorização para ficar com celulares no local. “E encontraram essa garota com um telefone, aparentemente ela estava enviando fotos. Pegaram o telefone da garota, que ameaçou naquela mesma noite incendiar o prédio, todos a ouviram”, disse um policial à AFP.

Imagem do dormitório escolar após o incêndio que deixou 19 mortos em Mahdia, na Guiana. Aluna admitiu ter incendiado o local Foto: Keno George/AFP

Após as ameaças, a estudante foi até o banheiro, borrifou inseticida em uma cortina e acendeu um fósforo. As outras estudantes tentaram conter o fogo, mas as chamas se alastraram rapidamente pelo telhado de madeira e destruíram todo o prédio.

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Os bombeiros chegaram 25 minutos após o início do incêndio e encontraram 57 alunas. Quatorze foram encontradas queimadas. Outras cinco morreram no hospital distrital de Mahdia, para onde foram levadas. Cerca de sete permanecem internadas, e duas estão em estado crítico. Outras duas pacientes foram para o hospital público de Georgetown “por precaução”.

Testemunhas indicam que a jovem fugiu do prédio após uma porta ter sido arrebentada por homens que perceberam que as alunas estavam presas dentro do dormitório, com portas e janelas protegidas por barras de metal para evitar que as alunas saíssem à noite.

A responsável pelo dormitório, cuja filha está entre as mortas, disse à polícia que entrou em pânico e não conseguiu encontrar a chave correta para abrir a porta do local, atrasando a retirada. O dormitório é fechado todos os dias às 21h.

As vítimas do incidente, em sua maioria meninas de 12 a 18 anos, eram de aldeias indígenas remotas atendidas pelo internato de Mahdia, uma comunidade mineradora perto da fronteira do país com o Brasil. /AFP

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