Atualizado às 16h20
WASHINGTON - Khalid Sheikh Mohammed, acusado de ser o mentor dos ataques terroristas contra o World Trade Center e o Pentágono em 11 de setembro de 2001, será julgado por uma comissão militar na Baía de Guantánamo em vez de um tribunal civil americano, disse uma autoridade dos EUA à Reuters. A informação foi posteriormente confirmada pelo secretário de Justiça americano, Eric Holder.
O presidente dos EUA, Barack Obama, tentou sem sucesso superar as barreiras impostas por republicanos e alguns democratas no Congresso para transferir alguns detidos para prisões nos EUA e julgar Mohammed e outros em tribunais federais. Contrariado, porém, Obama suspendeu no dia 7 de março um congelamento de dois anos a novos julgamentos militares na Baía de Guantánamo, em Cuba.
Holder afirmou que as autoridades americanas pretendem fechar a prisão militar de Guantánamo, embora antes disso Mohammed e outros quatro acusados pelos atentados devam ser julgados no tribunal militar sediado na base cubana. O secretário afirmou que a pena de morte pode ser aplicada terroristas.
Holder havia anunciado no fim de 2009 que Mohammed e quatro de seus supostos aliados no planejamento dos ataques seriam julgados em tribunais federais no coração de Manhattan, o que despertou preocupações de segurança e críticas sobre os direitos concedidos a eles. Mohammed, um líder da organização terrorista Al-Qaeda que foi capturado no Paquistão em 2003, é um dos poucos detentos remanescentes de Guantánamo. A prisão abriga indivíduos acusados de terrorismo e é motivo de polêmica entre o governo americano e ativistas dos direitos humanos.
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