O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, estuda "as formas para trabalhar junto" com seu colega venezuelano, Hugo Chávez, afirmou nesta quarta-feira, 22, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton. Segundo ela, os dois líderes concordaram em normalizar as relações, enviando novamente os respectivos embaixadores.
"Chávez é o resultado do isolamento de oito anos" a que o submeteu o então presidente George W. Bush, afirmou Hillary. A secretária com isso apontou que a política da administração anterior dos EUA para a América Latina teve direta responsabilidade pelo fortalecimento internacional do líder venezuelano.
Hillary esteve nesta quarta-feira diante Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes dos EUA. O comentário sobre Chávez foi uma resposta ao deputado republicano Dan Burton, que nos primeiros anos do governo Bush presidiu a comissão, agora encabeçada pelo democrata Howard L. Berman, da Califórnia. Hillary disse que não acreditava que a política de Bush de isolamento "funcionou muito bem", no caso venezuelano. "Afastamos ele e, por conseguinte, ele buscou ir para outra parte", avaliou. "É uma pessoa muito sociável."
Durante a Cúpula das Américas, no último fim de semana, em Trinidad e Tobago, Chávez disse que Obama se aproximou dele e o cumprimentou. "Quero ser seu amigo", disse o líder venezuelano ao colega norte-americano. No dia seguinte, Chávez anunciou que o ex-chanceler Roy Chardeton, seu embaixador na Organização dos Estados Americanos (OEA), será o novo embaixador da Venezuela em Washington. O anúncio marcou a normalização das relações no nível dos embaixadores, após sete meses de expulsões de diplomatas feitas pelos dois países. Obama ainda não informou quem será o novo embaixador dos EUA em Caracas.
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