O empresário hondurenho Alfredo Khalil, pai do vice-ministro da Defesa de Honduras do governo de facto, Gabo Khalil, foi sequestrado nesta terça-feira, 27, por vários homens desconhecidos em Tegucigalpa, em uma ação que a esposa da vítima atribuiu ao conflito político no país.
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Gloria Mejía de Khalil, esposa do sequestrado, disse à imprensa local que, segundo testemunhas, pelo menos dois homens obrigaram Alfredo Khalil a descer do veículo à força quando este saía de casa, em um local residencial de luxo da capital hondurenha, próxima à Casa Presidencial.
Gloria acrescentou que, por volta das 8h45 (12h45 de Brasília), um automóvel se colocou na frente e outro ficou atrás do veículo de Alfredo Khalil, para impedi-lo de avançar, antes de tirar o empresário. Os sequestradores fizeram pelo menos um disparo na porta esquerda do veículo da vítima, acrescentou a esposa, que falou que o marido "é um homem que, em dezembro, completa 81 anos" e tem doenças como diabetes. Segundo Gloria, o marido estava sozinho no veículo e toma remédios de forma permanente.
A esposa atribuiu o sequestro ao conflito existente no país após a deposição do presidente Manuel Zelaya em 28 de junho. "Isso não é um crime comum", acrescentou a mulher, que inclusive falou de "um complô que vem da Venezuela, da Nicarágua e de El Salvador".
A família Khalil é antiga militante no governante Partido Liberal, e tanto Alfredo Khalil quanto a esposa foram deputados, enquanto ela também foi candidata a prefeita de Tegucigalpa.
Assassinatos
Na segunda-feira, 26, a Polícia havia informado que o sobrinho do presidente de facto de Honduras, Roberto Micheletti, foi assassinado no norte do país. As autoridades informaram também que o coronel Concepción Jiménez, chefe da Indústria Militar do país, também foi encontrado morto, mas em Tegucigalpa.
Motivação
Segundo a agência BBC, a polícia hondurenha está investigando as circunstâncias das mortes, mas segundo o porta-voz os dois crimes "parecem não ter nenhuma relação". "Em ambos casos se está levando em conta todas as hipóteses. Não se descarta a motivação política, mas esta possibilidade é a que menos forca tem nestes momentos", afirmou um representante policial.