Reeleito, Correa quer impulsionar socialismo em meio à crise

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Por ENRIQUE ANDRÉS PRETEL

O presidente Rafael Correa conquistou uma reeleição histórica no instável Equador, ganhando no primeiro turno uma maioria contundente, e a partir desta segunda tem pela frente o objetivo de cumprir suas promessas socialistas em meio a uma grave crise econômica mundial que atingiu também seu pequeno país andino. Com 70,36 por cento dos votos apurados, os resultados preliminares oficiais anunciados às 8h04 da segunda feira pelo horário local (10h04 em Brasília) indicavam que o presidente de esquerda obteve 51,72 por cento dos votos, com vantagem de 23,74 pontos sobre o ex- presidente Lucio Gutiérrez. O fato de ter obtido mais de 40 por cento dos votos e de ter uma vantagem de mais de 14 pontos percentuais sobre seu rival mais próximo evita que Correa tenha que enfrentar um segundo turno eleitoral. "Continuaremos a fazer o que temos feito nos últimos seis meses (para enfrentar a crise) e continuaremos com o socialismo, é claro, já que foi para isso que o povo equatoriano votou", disse Correa, sorridente, na noite de domingo, festejando sua vitória. O governante esquerdista de 46 anos qualificou sua vitória como "a mais esplendorosa" dos últimos 50 anos no Equador. Lucio Gutierrez, por sua parte, denunciou no domingo irregularidades que teriam ocorrido na votação, mas admitiu que fará oposição firme ao governo. NOVO CICLO Rafael Correa prometeu iniciar um novo ciclo político-econômico no país, aplicando a nova Constituição de viés socialista, que desde o ano passado o converteu no governante mais poderoso na história recente do Equador. Não obstante, a queda dos preços do petróleo, a diminuição das remessas e a queda nas exportações agropecuárias comprometem os recursos necessários para levar adiante os projetos sociais que vêm sustentando a popularidade de Correa num país em que nenhum presidente nos últimos dez anos conseguiu chegar ao término de seu mandato. Ainda não se sabe se o partido do presidente conseguiu a maioria na Assembléia Nacional, que será necessária a Correa para que possa levar adiante reformas fundamentais para aumentar o poder do governo sobre a economia e seu controle maior sobre instituições como o Exército, os meios de comunicação e os tribunais.

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