Traficante colombiano 'Don Mario' é processado nos EUA

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O ex-paramilitar colombiano Daniel Rendon-Herrera, o "Don Mario", traficante mais procurado da Colômbia e acusado de milhares de homicídios, foi formalmente colocado como réu na terça-feira em um processo movido na corte federal de Manhattan (Nova York), sob a acusação de narcotráfico e apoio ao terrorismo, segundo promotores norte-americanos. O colombiano pode ser condenado à prisão perpétua por conspiração com o grupo paramilitar de direita Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC, qualificado como terrorista pelos EUA) e por conspirar para trazer milhares de quilos de cocaína para o território norte-americano. Cinco outras pessoas também estão envolvidas no processo. O temido traficante foi capturado na semana passada e permanece sob custódia na Colômbia. As autoridades dizem que ele foi encontrado escondido sob uma palmeira na selva da província de Antioquia (norte). "As acusações contra Rendon-Herrera e sua captura representam passos significativos na luta contra os grupos narcoterroristas mais perigosos", disse o promotor Lev Dassin. O Ministério Público norte-americano recusou-se a esclarecer se as autoridades dos EUA já solicitaram a extradição do réu. Na semana passada, o ministro colombiano da Defesa, Juan Manuel Santos, disse a jornalistas que Rendon-Herrera é responsável por pelo menos 3.000 homicídios. O traficante chegou a oferecer mil dólares como recompensa por policial morto. Seu estilo implacável lembra o do mais conhecido traficante colombiano, Pablo Escobar, que travou uma guerra contra o governo na década de 1980, até ser morto pelas forças de segurança sobre um telhado de Medellín, em 1993. Rendon-Herrera é irmão de um líder paramilitar conhecido como "El Alemán", uma alusão à sua rigidez em relação aos subordinados. O traficante é acusado de dirigir o comércio de cocaína na área controlada por seu irmão, na década de 1990, quando os paramilitares combatiam guerrilhas marxistas em zonas rurais colombianas. A Colômbia, maior produtora mundial de cocaína, se tornou menos violenta nestes sete anos do governo de Álvaro Uribe, que já usou bilhões de dólares da ajuda militar dos EUA para enfrentar guerrilheiros e desarmar os paramilitares. Grande parte da cocaína colombiana entra nos EUA via México, onde milhares de pessoas já foram mortas por cartéis mexicanos, os quais substituíram as quadrilhas colombianas como principais figuras do narcotráfico nas Américas. (Reportagem de Edith Honan)

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