A tragédia ocorrida nesta terça-feira em Gênova mostra a dificuldade dos governos em fazer sua lição de casa. Mais do que construir novas instalações, é preciso centrar forças na manutenção do que já existe, o que dificilmente é uma prioridade administrativa.
Na França, os drones são responsáveis por um dos viadutos mais bem conservados do mundo, também um dos mais altos, o Millau. A estrutura estaiada projetada pelo renomado arquiteto inglês Norman Foster fica a 343 metros do solo e segue em perfeito estado desde 2001 (foi aberto ao tráfego em 2004) sem que os trabalhadores ou os cidadãos que passam por ali sejam submetido a riscos.
O projeto foi desenvolvido para ter uma vida útil de 120 anos sem que sejam feitos grandes reparos. Para isso, foram instalados sensores e programada uma grande inspeção anual. Todos os dados coletados alimentam uma base dinâmica que, ao longo do tempo, foi estabelecendo os parâmetros de funcionamento da estrutura.
Há medições feitas com e sem tráfego e que antecipam possíveis deformações da estrutura causada pela passagem de veículos (incluindo os caminhões), pelo impacto do vento e por eventuais deslizamentos de terra.
A temperatura ambiente, a do asfalto e a umidade da plataforma de aço são acompanhadas em tempo real por uma base de controle a seis quilômetros do viaduto. Qualquer variação que ultrapasse os limites estabelecidos pela equipe técnica faz disparar um alerta geral. Criar rotinas e procedimentos para manutenção preventiva, como mostra o exemplo francês, é algo cada vez mais fácil, rápido e acessível.É COFUNDADORA DO PROJETO ESQUINA