Antony Blinken viaja a Egito, Israel e Cisjordânia para acalmar ânimos após morte de palestinos

Visita de Blinken a Israel está planejada há semanas, mas a incursão militar no campo de refugiados de Jenin provavelmente dominará a pauta em Jerusalém e Ramallah

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, viajará para Egito, Israel e Cisjordânia neste fim de semana, para tentar acalmar os ânimos após o aumento da violência entre israelenses e palestinos e evitar uma escalada após o ataque mais mortal dos últimos 20 anos.

PUBLICIDADE

A visita de Blinken a Israel está planejada há semanas, mas a incursão militar no campo de refugiados de Jenin, na quinta-feira – que os palestinos dizem ter matado nove pessoas, incluindo uma mulher de 61 anos – provavelmente dominará a pauta em Jerusalém e Ramallah. Os militares israelenses também mataram a tiros um palestino de 22 anos no final do dia.

Esperava-se que a viagem, a segunda de um alto funcionário da segurança nacional dos EUA neste mês, fosse carregada de tensão devido a desentendimentos entre Joe Biden e Binyamin Netanyahu, particularmente no conflito palestino.

Antony Blinken fará turnê pelo Oriente Médio após aumento das tensões em Israel. Foto: Nathan Howard/ AP

A principal diplomata dos EUA para o Oriente Médio disse que o governo americano pede a ambos os lados que diminuam as tensões após o ataque, e lamentou um anúncio palestino de que cortaria toda a cooperação de segurança com Israel como resultado.

Publicidade

Barbara Leaf, secretária adjunta de Estado para assuntos do Oriente Próximo, disse que as autoridades dos EUA estiveram em contato com as principais autoridades israelenses e palestinas desde o incidente para enfatizar a importância de acalmar a situação. Ela disse que as baixas civis relatadas em Jenin foram “bastante lamentáveis”.

Mas ela também disse que o anúncio palestino de que suspenderia toda a cooperação de segurança com Israel no rescaldo foi um erro, assim como a promessa palestina de levar o assunto às Nações Unidas e ao Tribunal Penal Internacional.

“Obviamente, não achamos que este seja o passo certo a ser dado neste momento”, disse Leaf a repórteres em uma teleconferência. “Queremos vê-los voltar na outra direção. Não achamos que faça sentido [ir a um fórum internacional agora]”, disse ela. “Eles precisam se envolver uns com os outros.”

Blinken se reunirá com o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi, no Cairo, no domingo, 29, antes de ir a Jerusalém e Ramallah na segunda e terça-feira, 30 e 31, para ver Netanyahu e o líder palestino Mahmoud Abbas, disse o Departamento de Estado.

Publicidade

Ele será o segundo alto funcionário de Biden a visitar Israel neste ano, seguindo o conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan, que fez a viagem na semana passada quando as preocupações dos EUA cresciam com a violência, bem como a direção do novo governo de direita de Netanyahu.

“Com os líderes israelenses e palestinos, o secretário enfatizará a necessidade urgente de as partes tomarem medidas para diminuir as tensões, a fim de pôr fim ao ciclo de violência que ceifou muitas vidas inocentes”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price. em um comunicado.

Em Jerusalém e Ramallah, Blinken também destacará a importância que os EUA atribuem à manutenção do status quo no local sagrado de Jerusalém conhecido pelos judeus como o Monte do Templo e pelos muçulmanos como Haram al-Sharif, onde os confrontos irrompem com frequência, disse Price.

O governo Biden tem sérias preocupações com a composição do governo de Netanyahu, que inclui vários políticos israelenses de extrema direita que se opõem a algumas das políticas fundamentais do governo para o Oriente Médio, incluindo uma resolução de dois estados para o conflito israelense-palestino de longa data.

Publicidade

No Egito, Blinken levantará questões de direitos humanos junto com as situações instáveis de segurança na Líbia e no Sudão, disse o Departamento de Estado./ AP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.