A vice-presidente Kamala Harris encerra a Convenção Nacional do Partido Democrata nesta quinta-feira, 22, aceitando a nomeação para concorrer à presidência contra Donald Trump. Ela deve começar o discurso pela própria história e destacar a origem de classe média, eleitorado que deve ser decisivo nas eleições. A expectativa é que Kamala descreva a disputa como a escolha entre o presente o passado, e se coloque como defensora das liberdades enquanto aponta o adversário como uma ameaça.
Assim como o seu candidato a vice-presidente Tim Walz, que discursou na noite anterior, ela deve fazer menção ao “Projeto 2025″. O plano para um eventual governo conservador foi elaborado por aliados de Donald Trump, que agora tenta se desvencilhar do documento. Mas os democratas deixaram claro ao longo da Convenção que vão tentar colar Trump ao projeto.
Além de Kamala, discursam esta noite a senadora Elizabeth Warren, que disputou a nomeação com Joe Biden na última eleição, e alguns dos nomes que foram cotados como candidatos a vice-presidente este ano. São eles: o governador da Carolina do Norte, Roy Cooper, a governadora do Michigan, Gretchen Whitmer, e o senador do Arizona Mark Kelly.
A ex-deputada Gabby Giffords, que é casada com Kelly, também discursa esta noite. Ela, que é sobrevivente de um ataque a tiros, e a deputada Lucy McBath, que perdeu o filho para a violência armada, devem pressionar por mudanças na legislação sobre armas, um dos temas a ser abordado hoje no palco do United Center.
Outro destaque é a presença do ex-deputado Adam Kinzinger, republicano que rompeu com Trump após o ataque ao Capitólio. Antes dele, outros antigos aliados e eleitores passaram por Chicago para declarar apoio a Kamala Harris, incluindo Stephanie Grisham e Olivia Troye, ex-secretária de comunicação e ex-assessora de segurança nacional do governo Donald Trump, respectivamente.
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‘Fomos para cadeia pelo direito ao voto e não vamos voltar’, diz líder dos direitos civis Al Sharpton
Al Sharpton, influente ativista dos direitos civis nos EUA, criticou Trump por promover divisões raciais e lembrou de um episódio em que o ex-presidente gastou uma “pequena fortuna” em anúncios pedindo a execução de cinco adolescentes inocentes, no caso “Central Park Five”, o que, segundo ele, demonstrou o gosto de Trump por alimentar tensões raciais.
Sharpton, que foi o convidado que mais mobilizou a plateia do United Center até agora, declarou: “Nós sofremos, morremos e sangramos, fomos para a cadeia para ter o direito de votar. Nós não vamos voltar.”
O ativista ainda criticou Trump por não se desculpar por alegações de que migrantes estariam roubando empregos de negros. “Bem, em novembro, vamos mostrar a ele quando os negros fizerem seu trabalho”, declarou Sharpton.” E vamos nos juntar aos brancos, pardos e asiáticos, e vamos fazer um trabalho com aqueles que fizeram um trabalho conosco.”
Jason Crow critica planos de Trump para Ucrânia
O deputado Jaso Crow lembrou do passado nas Forças Armadas ao criticar os planos de Donald Trump para Ucrânia. “A nossa força e segurança vem do nosso povo, dos nossos aliados. O ‘Projeto 2025 de Trump vai abandonar nossas tropas, nossos veteranos, nossos aliados e nossos princípios”, disse exibindo uma cópia do documento do qual o republicano tenta se afastar embora tenha sido elaborado por aliados.
“No capítulo 4, Trump planeja fazer a vitória de Vladimir Putin, abondando a Ucrânia e os nossos aliados da Otan. Nos capítulos 2 e 3 planeja substituir nossos profissionais de segurança por pessoas leais ao MAGA (Make America Great Again). Mas eu me recuso a permitir que os colegas de golf de Trump decidam quando as nossas tropas vão para guerra”, declarou, acrescentando que as tropas “merecem um comandante em chefe que via apoiá-las”.
Deputada critica admiração de Trump por Putin e Kim Jong-un
Fala agora a deputada Alissa Slotkin, do Estado do Michigan. Ex-agente da CIA, ela trabalhou na Casa Branca para presidentes republicanos e democratas. Ela critica Trump e diz que ele admira ditadores, como Vladimir Putin e Kim Jong-un, além de tratar adversários como aliados e aliados como adversários.
“Precisamos de aliados para lidar com desafios. E Kamala sabe que nossa força lá fora depende da nossa força doméstica”, diz. “A América não segue ninguém, nós lideramos.”
‘Não confiaria neles para mover meu sofá', diz senadora Elizabeth Warren sobre Trump e Vance
Recebida com uma onda de aplausos enérgicos, a senadora Elizabeth Warren, do Massachusetts, comparou a atuação de Kamala com a de Trump após a crise financeira de 2008.
“Kamala Harris se apresentou. Ela aplicou a lei. Ela lutou contra os bancos gigantes e entregou bilhões de dólares em saúde para as famílias. E essa é a diferença entre um criminoso e um promotor”, disse Elizabeth.”Trump, o criminoso, não tem planos de reduzir os custos para as famílias. Ele não sabe como. E basicamente, ele realmente não se importa (...) As únicas contas com as quais ele se preocupa são as de seus advogados de defesa criminal”, afirmou a senadora.
Elizabeth provocou uma onda de gritos, aplausos e risadas ao questionar ao público: “Confiar em Donald Trump e J.D. Vance para cuidar de suas família? Droga, eu não deixaria esses caras. Eu não confiaria neles para mover meu sofá.”
Senador democrata defende plano de Kamala de reduzir preços de alimentos
Fala agora o senador da Pensilvânia, Bob Casey. Ele critica empresas que manipula preços propositalmente. “Isso é a inflação da ganância”, diz. O senador também diz que tem um plano para reduzir preços que estão subindo artificialmente. “Não esperamos que nada seja de graça, mas queremos pagar um preço justo pelas coisas”, diz. “Estamos lutando por honestidade.”
‘China quer Donald Trump’: deputado fala de tensão geopolítica
O deputado Raja Krishnamoorthi, de Illinois, falou sobre um dos assuntos globais preferidos de Donald Trump: o avanço da China. “Meu trabalho no Congresso é estudar a economia chinesa e guardem as milhas palavras: Eles querem ver Donald Trump do outro lado da mesa de negociação. Porque ele vai iniciar guerras comerciais sem fim e aumentar os preços para os americanos. Porque ele vai cortar programas que treinam trabalhadores americanos. E, acima de tudo, vai colocar americanos contra americanos. E é assim que eles ganham”, declarou.
Prefeito de Durham, na Carolina do Norte, destaca apoio de Biden-Kamala para empreendedores
Leonardo Williams, prefeito da cidade de Durham, em Carolina do Norte, destacou como ele e sua esposa superaram obstáculos financeiros durante o governo Trump para lançar um restaurante. Ele enfatizou que o governo Biden-Kamala, por outro lado, ofereceu suporte crucial a pequenos empreendedores como eles. “Graças aos subsídios para pequenas empresas e toda a ajuda que recebemos, agora temos três locais e empregamos quase 30 funcionários com um salário digno”, disse o prefeito.
“Kamala Harris está lutando para criar uma economia de oportunidades que pode quebrar barreiras para empreendedores como nós. E como presidente, ela apoiará os tomadores de risco e solucionadores de problemas que querem apenas fazer sua parte e reivindicar sua parte do sonho americano”, declarou.
DJ anima a festa em Chicago
Numa breve pausa dos discursos, o DJ que comanda a festa mandou na sequência o clássico Uptown Funk, do cantor Bruno Mars, e Don’t Stop ‘Til You Get Enough, do falecido rei do pop, Michael Jackson. Animada, a multidão sacudiu o esqueleto. Tudo muito animado na Convenção Democrata.
Na pausa seguinte, ele mandou outro clássico: I got a feeling, do Black Eyed Peas., seguido de Celebrate good times, da Kool and the gang. A festa em Chicago parece ter saído diretamente de 2008.
Katherine Clark critica Projeto 2025 e defende acesso à creche como prioridade econômica
Katherine Clark, democrata da Câmara dos Representantes dos EUA, destacou os desafios enfrentados por pais que precisam equilibrar trabalho e cuidados com as crianças, enfatizando que a falta de acesso a creches acessíveis prejudica tanto as famílias quanto a economia. “Muitos pais vão dizer que a pré-escola pode custar tanto quanto o aluguel”, disse, criticando o plano “Projeto 2025″ de Donald Trump, que, segundo ela, eliminaria programas essenciais como o Head Start e aumentaria os custos de creches.
Ela afirmou que Kamala Harris entende essas dificuldades e defendeu que “creches fazem nossa economia funcionar”.
Senadora Tammy Baldwin fala sobre segurança social e ataca Trump
A senadora do Wisconsin, Tammy Baldwin, criticou as promessas de Trump de cortar o investimento em segurança social e em programas de saúde pública nos Estados Unidos. “Kamala Harris e Tim Walz não deixarão isso acontecer”, disse.