Kamala Harris e Donald Trump fizeram nesta terça-feira, 10, o primeiro debate entre ambos na campanha presidencial dos dos Estados Unidos.
Este é o primeiro duelo entre a democrata e o republicano, e possivelmente o único até novembro, depois que Kamala assumiu a chapa democrata após o desempenho desastroso de Biden no debate de junho. Organizado pela emissora ABC News, o encontro ocorreu na Filadélfia e teve quase duas horas de duração.
Veja os principais momentos do debate
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Fim do debate
A nossa cobertura do debate entre Kamala Harris e Donald Trump termina aqui. Boa noite e acompanhe a repercussão no estadão.com.br
Começam as considerações finais
Kamala começa pelo seu mote de campanha, de que a sua candidatura é um olhar para o futuro e não para o passado e reforça a promessa de uma ‘economia da oportunidade’, para diminuir o custo de vida. Ela fala também em fortalecer as Forças Armadas e proteger o direito ao aborto. “Serei a presidente de todos os anos e concentrar nos próximos 10 ou 20 anos”, diz.
Trump, por sua vez, pergunta por que Kamala não fez nada enquanto vice-presidente. “Por que ela não fez nada? Por que ela não volta para a Casa Branca e faz”, diz. “Você acredita em coisas que o povo americano não acredita.”
É enganoso que EUA ‘pagaram quase toda a Otan’ por anos
“Por anos, pagamos quase toda a OTAN. Estávamos sendo roubados por nações europeias, tanto no comércio quanto na OTAN. Eu os fiz pagar”, declarou Trump. Isso é enganoso.
Trump caracteriza incorretamente a Organização do Tratado do Atlântico Norte. Os países-membros fazem contribuições diretas à organização, com base na renda nacional, e também concordam em gastar pelo menos 2% de seu produto interno bruto em sua própria defesa.
As reclamações de Trump levaram a OTAN a reduzir a contribuição dos Estados Unidos para o fundo comum. Anteriormente, os Estados Unidos pagavam cerca de 22% de seu orçamento central, e caiu para 16%. E o número de países que atendem a essa diretriz de 2% aumentou de cinco para 10 nos últimos anos. Trump pode reivindicar algum crédito pelo aumento dos gastos, mas vale a pena notar que os países se comprometeram em 2014 a atingir essa meta em uma década (Checagem por Linda Qiu/NYT)
Roberto Uebel: Kamala conseguiu o que Biden não conseguiu — colocar Trump na defensiva
“Kamala conseguiu o que Biden não conseguiu: colocar Trump na defesa e em uma posição de desconforto”, avalia Roberto Uebel, relembrando o desempenho desastroso de Joe Biden há pouco mais de dois meses, no debate que encerrou sua campanha à reeleição. “Este segundo bloco está marcado por falar mais acaloradas.”
Checagem: Trump diz que Putin apoia vitória de Kamala, mas comentário foi irônico
No dia 5 de setembro, o presidente russo Vladimir Putin afirmou que “apoia” Kamala Harris. “Ela ri de forma tão expressiva e contagiante que isso significa que está tudo bem com ela”, disse Putin, acrescentando que talvez isso significasse que ela se absteria de impor mais sanções contra a Rússia.
A maioria dos observadores acredita que os comentários foram irônicos. As agências de inteligência dos EUA avaliaram que Putin apoia a eleição de Trump. Documentos divulgados como parte de uma acusação contra dois funcionários da emissora estatal russa mostram que o Kremlin desenvolveu um plano para influenciar os eleitores de estados indecisos a favor de Trump. O Kremlin acredita que Trump cortará ou encerrará a ajuda militar dos EUA à Ucrânia (Checagem por Julian E. Barnes/NYT).
O tema vira para a questão racial
Quando a conversa mudou para raça e política, perguntaram a Trump por que ele havia questionado a identidade racial de Harris. “Não me interessa o que ela é”, disse Trump, acrescentando que havia lido que ela não era negra. Harris chama de “tragédia” o fato de Trump tentar usar a raça para dividir os americanos.
Kamala responde dizendo que Trump tenta dividir os americanos e lembra casos de seu passado, como u processo a que ele respondeu por não alugar apartamentos para famílias negras, o caso do Central Park 5 e a questão sobre a origem de Barack Obama. “Vamos virar a página”, diz ela.
Cristina Pecequillo: Kamala sinaliza continuidade na política externa e descontinuidade na economia
A vice-presidente Kamala Harris tem enfrentado questionamentos de Donald Trump sobre as políticas do governo Joe Biden, da economia à política externa. E a forma que ela se posiciona sobre esse legado varia de acordo com o tema, afirma a analista Cristina Pecequillo. “De modo geral, na política externa a promessa é de continuidade e na economia descontinuidade.”
‘Kamala tem praticamente ignorado o legado Biden na economia, procurando só criticar Trump e dar algumas pistas da “economia de oportunidade”', afirma. “Na política externa, a ação de Kamala é mista. Defende muito as políticas com relação à Ucrânia e a OTAN. Sobre Israel existe uma preocupação em tentar mostrar continuidade com Biden, mas ao mesmo tempo tentar se diferenciar com relação ao tratamento de civis”, acrescenta.
Kamala fala sobre o Afeganistão
O tema agora é o Afeganistão, o pior momento de Biden e Harris na segurança nacional. Harris disse que concordava com a decisão de Biden de sair do Afeganistão e argumentou que “até hoje, não há um único membro das forças armadas americanas” em combate ativo.
Ela evitou discutir como a retirada foi executada. Mas ela voltou ao lembrar as negociações diretas de Trump com o Taliban e seu desejo de convidá-lo - um grupo terrorista - para Camp David.
“Ele não está se dando conta novamente do papel e da responsabilidade do presidente dos Estados Unidos.”A vice-presidente está lembrando às pessoas que Trump convidou o Taliban para Camp David pouco antes do aniversário dos ataques de 11 de setembro de 2001. Ela está fazendo essa afirmação na véspera de mais um aniversário daquele dia.
Checagem: Trump diz que não teve ‘nada a ver’ com o 6 de janeiro, mas não é verdade
Trump e seus aliados disseminaram mentiras por meses sobre uma grande fraude eleitoral que eles falsamente alegaram ter roubado a eleição de 2020. Seus apoiadores então organizaram um grande comício perto da Casa Branca projetado para pressionar o Congresso a anular o resultado das eleições. Trump encorajou a multidão a comparecer, prometendo que seria “selvagem”. Ele pediu que seus apoiadores marchassem até o Capitólio, onde o comício se transformou em um tumulto violento que feriu cerca de 150 policiais (Checagem por Lucas Broadwater/NYT).
Trump responde pergunta sobre a Guerra na Ucrânia
Ele é questionado se quer que a Ucrânia vença a guerra, e responde dizendo que quer que a guerra acabe. O ex-presidente diz que os EUA gastam muito dinheiro com a guerra porque os europeus não gastam o suficiente com a guerra. “Conheço Zelenski e Putin muito bem e eles me respeitam”, disse. “Vou resolver essa guerra antes mesmo de assumir a Casa Branca.”
Trump então começa a criticar Biden e questiona. “Onde está o presidente??”
Ele é questionado mais uma vez se está no interesse dos EUA americano que a Ucrânia vença a guerra e ele repete. “Quero que ela acabe.”
Kamala responde dizendo a Trump: “Você não está concorrendo com Biden, está concorrendo comigo”
“Se Trump fosse presidente, Putin já estaria em Kiev, de olho na Polônia”, acrescenta. A Pensilvânia tem uma grande colônia de imigrantes poloneses.