SANTIAGO - O Chile enfrenta um raro apagão, considerado o pior dos últimos 15 anos, causado por uma suposta falha no sistema elétrico. Com a falta de energia, que atinge diferentes regiões do país, o presidente Gabriel Boric decretou estado de exceção e toque de recolher.
O anúncio abrange o norte e o sul do Chile, da região de Arica à de Los Lagos, respectivamente, onde vivem mais de 90% dos 20 milhões de chilenos. Essa área está sem fornecimento de energia desde as 15h16 locais (mesmo horário em Brasília), segundo o Serviço Nacional de Desastres (Senapred).
O metrô de Santiago suspendeu temporariamente a operação dos trens e, por precaução, esvaziou as estações.
“Há uma queda de energia massiva que atinge as regiões de Arica, Parinacota e Los Lagos”, informou mais cedo a Subsecretaria do Interior do Governo do Chile. O comunicado afirma que nenhuma situação de emergência foi relatada como resultado do apagão, mas que o metrô está inoperante na região metropolitana de Santiago.
Na capital chilena, as ruas ficaram caóticas depois que centenas de pessoas foram retiradas do metrô. “Fomos autorizados a sair do trabalho por causa do corte de energia, mas agora não sei como voltar para casa porque todos os ônibus estão lotados”, disse María Angélica Román, uma trabalhadora de 45 anos.
Em um comunicado publicado nas redes sociais, o metrô de Santiago confirmou a suspensão do serviço. “Nossas equipes estão posicionadas em todas as estações garantir que sejam esvaziadas de forma segura. Quando o processo for concluído, as estações permanecerão fechadas até que a energia seja restaurada”, disse a empresa.
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A secretária do Interior, Carolina Tohá, disse que apagão começou com a falha numa linha de transmissão. O presidente Gabriel Boric monitora a situação no centro de operações dos Carabineiros.
De acordo com a funcionária, o sistema hospitalar e as prisões do país estão funcionando com geradores de emergência. “Nas próximas horas o sistema elétrico deve se normalizar”, acrescentou Tohá.
A confusão se estendia desde a capital de sete milhões de habitantes até vários pontos do país. Em Valparaíso, uma cidade a 120 km de Santiago, testemunhas relataram que os comércios fecharam.
“Há carabineiros controlando o trânsito porque há muito congestionamento em ruas que costumam ser pouco movimentadas. Todos os estabelecimentos comerciais estão fechando”, contou Anadriel Hernández, uma estudante de 20 anos, em uma conversa por telefone com a AFP.
Enquanto isso, o canal privado Chilevisión reproduziu um vídeo de redes sociais em que se vê pessoas presas em uma atração mecânica a vários metros de altura, no parque de diversões Fantasilandia.
A Enel Chile, principal distribuidora de energia no país, também disse que monitora o apagão./AFP
