Apoiadores de Evo fecham vias pelo segundo dia na Bolívia contra possível prisão de ex-presidente

Manifestantes bloquearam com pedras e terra as estradas que ligam Cochabamba, onde Evo Morales tem sua base política; confrontos com a polícia foram registrados

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Por Redação
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Centenas de apoiadores de Evo Morales bloquearam, nesta terça-feira, 15, as vias de ligação com o departamento de Cochabamba, no centro da Bolívia, no segundo dia de protestos contra a provável prisão do ex-presidente pelo suposto abuso de uma menor durante seu mandato.

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Os manifestantes bloquearam com pedras e terra as estradas que ligam Cochabamba, onde o ex-presidente tem sua base política, às cidades de La Paz, Sucre, no sul, e Santa Cruz, no leste do país, de acordo com a Autoridade Boliviana de Estradas (ABC). Duas novas rotas foram bloqueadas nesta terça e se somam às três de segunda, indicou a ABC.

Em Parotani, cidade entre Cochabamba e La Paz, ocorreram, pelo segundo dia, confrontos entre manifestantes e autoridades. Os manifestantes lançaram pedras e fogos de artifício e fizeram fogueiras. A polícia respondeu com gás lacrimogêneo, mas não conseguiu desbloquear a via.

Passageiros caminham por uma estrada que vai de Santa Cruz a La Paz bloqueada por apoiadores de Evo Morales em Parotani. Foto: Fernando Cartagena/AFP

Evo, o primeiro indígena a governar a Bolívia entre 2006 e 2019, está sendo investigado pelos crimes de “estupro e tráfico de pessoas”. A promotoria do departamento de Tarija, no sul do país, afirma que Evo se relacionou em 2015 com uma menor de 15 anos, e que um ano depois nasceu uma filha de ambos.

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Na última quinta-feira, ele não cumpriu uma intimação do Ministério Público do Ministério Público para depor, o que poderia levar as autoridades a ordenar sua prisão.

O ex-presidente, que é atualmente opositor ao governo de Luis Arce chama o caso de “mais uma mentira” que foi investigada e arquivada pelo sistema judiciário em 2020. Para Evo, o governo de Arce reativou o caso para impedir sua candidatura nas eleições presidenciais de 2025.

O líder camponês Humberto Claros afirmou que o governo está por trás da “grave perseguição política judicial” contra Evo, que, segundo fontes de seu partido, está resguardado na província cocalera de Chapare, em Cochabamba.

“É uma indecência o que estão fazendo contra o irmão Evo Morales (...), um processo absolutamente montado, ensaiado, planejado às escondidas”, disse.

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O governo convocou conversas com Morales na segunda-feira, mas sem sucesso./AFP.

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