Com Biden na frente, Trump faz blitz judicial; Justiça rejeita ações na Geórgia e Michigan

Na reta final da apuração dos votos, campanha do presidente anunciou diferentes esforços legais para tentar impedir aparente vitória do democrata no colégio eleitoral

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - A equipe de campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou ações judiciais em quatro Estados decisivos  - Geórgia, Michigan, Pensilvânia e Wisconsin - para o resultado final da disputa eleitoral deste ano. No momento, o democrata Joe Biden lidera a disputa com 253 votos no colégio eleitoral, enquanto Trump tem 214.   

PUBLICIDADE

Na tarde desta quinta-feira, juízes nos Estados da Geórgia e de Michigan recusaram as ações da campanha republicana. Os republicanos têm reclamado de falta de transparência no processo de contagem das cédulas e denunciam uma tentativa de fraude eleitoral por parte dos democratas, por meio de "votos ilegais" pelo correio. Até o momento, nenhuma comprovação de fraude foi apresentada. 

Em uma mensagem no Twitter, marcada pela rede social como contendo informações incorretas e enganosas, Trump escreveu que todos os recentes Estados vencidos por Biden "serão legalmente contestados por fraude eleitoral".  Em um pronunciamento na noite desta quinta-feira, da Casa Branca, Trump também prometeu "muitos processos" em uma eleição que ele diz ter sido "fraudada". 

Talvez o pior legado de Trump foi ter alimentado a polarização da sociedade. Foto: Mandel Ngan/Afp

A equipe do presidente abriu processos em Michigan, Geórgia e Pensilvânia para interromper a contagem de votos, e pediu a recontagem em Wisconsin, onde Trump vencia no início da apuração na noite de terça, mas foi derrotado por Biden na reta final. A mesma coisa aconteceu no Michigan.

Publicidade

Na Pensilvânia, a primeira discussão apresentada foi pelo método de contagem de votos - Trump não quer que votos que tenham chegado no dia da eleição sejam contados depois que as urnas fecharam, como prevê a legislação estadual.

Na noite desta quinta-feira, a campanha entrou com um pedido de liminar para suspender a contagem de votos na Filadélfia, nesse Estado, alegando que seus observadores não estavam conseguindo acessar a mesa de apuração. A Justiça no Estado havia concedido uma pequena vitória à campanha, ao concordar com seu  pedido de mais cedo, para que os observadores republicanos pudessem ficar mais perto da mesa. No entanto, a equipe do presidente alegou que a ordem não estava sendo cumprida e os observadores estariam com dificuldades de se aproximar mais da apuração, por isso pediam a suspensão da contagem. Os democratas entraram com uma apelação alegando que a campanha de Trump estava tentando atrasar a apuração na Filadélfia, um reduto democrata fundamental para a tentativa de Biden de capturar o Estado e, com ele, a presidência. O pedido de liminar dos republicanos pode ser julgado na noite desta quinta-feira.  Os republicanos também prometeram entrar com um processo alegando fraude eleitoral no Estado de Nevada.  

O presidente diz que há muitas provas, mas, como de costume, não ofereceu nenhuma evidência. Os resultados nesses Estados serão determinantes para o próximo ocupante da Casa Branca chegar a 270 votos no colégio eleitoral e ser eleito o 46º presidente. 

Há semanas, o presidente repete, sem mostrar evidências, que há fraude na eleição, na tentativa de deslegitimar uma eventual vitória de seu oponente, que aparecia à frente nas pesquisas e vem confirmando a vantagem. Ele reforçou essa mensagem em seu pronunciamento desta noite, na sala de imprensa da Casa Branca. 

Publicidade

Trump também tem dito que a eleição pode ir parar na Suprema Corte dos EUA, como aconteceu no ano de 2000 na disputa entre George W. Bush e Al Gore. Na ocasião, o Partido Democrata pediu recontagem dos votos na Flórida. Após o processo, a Corte decidiu em favor de Bush, mas o processo atrasou o resultado em 35 dias.