Após cúpula histórica, Trump diz que interromperá ‘jogos de guerra’ na Península Coreana
Em entrevista coletiva, o presidente americano afirmou que Kim iniciou um processo de destruição de uma grande instalação de testes de mísseis, mas não especificou sua localização
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Por Redação
WASHINGTON - Em entrevista coletiva realizada em Cingapura nesta terça-feira, 12, após a histórica cúpula com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que seu país irá interromper "seus jogos de guerra" na Península Coreana. Os dois se reuniram para discutir a desnuclearização da região, no primeiro encontro já realizado entre líderes dos dois países. Ao final da reunião, eles se sentaram em frente a jornalistas e assinaram um documento de cooperação.
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Trump destacou que encerrará as manobras militares conjuntas com a Coreia do Sul, mas que ainda não tem previsão para reduzir sua ampla presença militar no país. A suspensão dessas atividades culminará em uma "grande economia" para os EUA, de acordo com o líder americano, que qualificou esses exercícios como "provocativos". "Enquanto negociamos um acordo global, muito completo, acredito que não é apropriado realizar manobras militares."
O líder americano ressaltou que convidará Kim a visitar a Casa Branca "no momento apropriado" e que o norte-coreano já aceitou o convite. Além disso, afirmou que está aberto a visitar Kim um dia em Pyongyang.
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O encontro de Donald Trump e Kim Jong-un em Cingapura
1 / 31O encontro de Donald Trump e Kim Jong-un em Cingapura
Coreia do Norte
Donald Trump se reúne com Kim Jong-un em Cingapura. Foto: AFP Photo/Saul Loeb
O encontro entre Kim e Trump
No começo do encontro, líderes apareceram em varanda do Capella Hotel para fotos. Foto: AP Photo/Evan Vucci
O encontro entre Kim e Trump
O início do encontro entre Trump e Kim em Cingapura. Eles devem falar sobre o resultado da reunião em coletiva de imprensa prevista para as 5h desta t... Foto: AP Photo/Evan VucciMais
O encontro entre Trump e Kim
Em estação de trem em Seul, na Coreia do Sul, moradores comemoram o aperto de mãos entre os líderes dos EUA e Coreia do Norte. Foto: AP Photo/Ahn Young-joon
O encontro entre Kim e Trump
O clima entre os líderes foi amistoso, com sorrisos e apertos de mãos, no começo do encontro no Capella Hotel. Foto: Saul Loeb/AFP
O encontro entre Trump e Kim
Coreanos que vivem em Cingapura assistem ao encontro transmitido pela TV local. Foto: REUTERS/Tyrone Siu
O encontro entre Trump e Kim
Depois de aperto de mãos, Kim e Trump posaram brevemente para fotos antes de reunião a portas fechadas no Capella Hotel, em Cingapura. Foto: Host Broadcaster Mediacorp Pte Ltd via AP
O encontro entre Kim e Trump
Sul-coreano mostra cartaz de apoio ao encontro entre Kim e Trump próximo ao Capella Hotel, em Cingapura. Foto: REUTERS/Kim Kyung-hoon
O encontro entre Kim e Trump
Imprensa foi autorizada a registrar imagens dos primeiros minutos da reunião entre Kim e Trump. Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
O encontro entre Kim e Trump
Repórteres, fotógrafose cinegrafistas se aglomeram do lado de fora do Capella Hotel, isolados por forte esquema de segurança. Foto: Bloomberg photo by SeongJoon Cho
O encontro entre Kim e Trump
Antes de reunião, líderes da Coreia do Norte e dos EUA posaram para imagens no Capella Hotel, na ilha-resort de Sentosa, em Cingapura. Foto: Host Broadcaster Mediacorp Pte Ltd via AP
O encontro entre Kim e Trump
Público sul-coreano para em estação de trens de Seul para assistir à transmissão do encontro entre Kim Jong-un e Donald Trump. Foto: AP Photo/Ahn Young-joon
Trump e Kim se reúnem em hotel em Cingapura.
Após aperto de mãos oficial, Kim Jong-un e Donald Trump se encaminharam para encontro a portas fechadas. Foto: Saul Loeb/AFP
O encontro entre Trump e Kim
Jornalistas norte-coreanos filmam a escolta do líder Kim Jong-un no trajeto entre o hotel onde está hospedado até o local do evento onde deve encontra... Foto: AP Photo/Yong Teck LimMais
Coreia do Norte
Sul-coreanos acompanham encontro entre Trump e Kim Jong-un em TV de estação de trem em Seul Foto: AFP PHOTO / Jung Yeon-je
O encontro entre Trump e Kim
Jornalistas de todo o mundo na cobertura do encontro histórico entre os líderes dos EUA e da Coreia do Norte na ilha-resort de Sentosa, em Cingapura. Foto: REUTERS/Kim Kyung-hoon
O encontro entre Trump e Kim
Kim e Trump se encaminham para reunião a portas fechadas no Capella Hotel. Foto: Saul Loeb/AFP
Coreia do Norte
Kim Jong-un e Donald Trump trocam aperto de mãos histórico antes de cúpula em Cingapura Foto: Host Broadcaster Mediacorp Pte Ltd via AP
O encontro entre Trump e Kim Jong-un
Em Washington, nos EUA, ativistas fazem vigília em frente à Casa Branca para celebrar o encontro entre Trump e Kim Jong-un em Cingapura. Foto: REUTERS/Toya Sarno Jordan
O encontro de Trump e Kim Jong-un
O palco onde são aguardados os líderes dos EUA e da Coreia do Norte no Capella Hotel, na Ilha de Sentosa, em Cingapura. Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
O encontro entre Trump e Kim
Policiais em comboio para escolta de Kim Jong-un até o Capella Hotel, na ilha-resort de Sentosa, em Cingapura. Foto: AP Photo/Yong Teck Lim
O encontro entre Trump e Kim
O líder norte-coreano Kim Jong-un, acompanhado pelo ministro das Relações Exteriores de Cingapura, Vivian Balakrishnan, na chegada à ilha-resort de Se... Foto: KCNA via REUTERSMais
O encontro entre Trump e Kim
O presidente Donald Trump encontra o primeiro-ministro de Cingapura, Lee Hsien Loong, na sede do governo do país. Foto: Doug Mills/The New York Times
Fazendo história
Kim Jong-un e Donald Trump trocam aperto de mãos histórico antes de cúpula em Cingapura. Foto: Jonathan Ernst/Reuters
O encontro entre Trump e Kim
O comboio policial que acompanhou o carro onde o presidente norte-americano, Donald Trump, foi levado até o local do encontro com Kim Jong-un na ilha-... Foto: AP Photo/Wong Maye-EMais
O encontro entre Trump e Kim
Após almoçarem juntos,os líderes passearam pelohotel Capellae depois se separaram para se reunir com suas respectivas delegações e avaliar os progress... Foto: REUTERS/Jonathan ErnstMais
O encontro entre Trump e Kim
Por volta das 2:30h, no horário de Brasília, os líderes se reuniram para assinar umacordo que, segundo eles, representauma “cooperação entre os dois p... Foto: REUTERS/Jonathan ErnstMais
O encontro entre Trump e Kim
Um funcionário norte-coreano limpa e guarda a caneta usada por Kim para assinar o acordo. Foto: REUTERS/Jonathan Ernst
O encontro entre Trump e Kim
Durante a assinatura do acordo, os líderes deram declarações à imprensa. Trump disse que "os dois lados ficarão impressionados com o resultado da cúpu... Foto: REUTERS/Jonathan ErnstMais
O encontro entre Trump e Kim
Após a assinatura do acordo, os líderes deixaram a sala. O presidente norte-americano chegou a afirmar que "com certeza" irá convidar Kim para visitar... Foto: REUTERS/Jonathan ErnstMais
O encontro entre Trump e Kim
Após mais de quatro horas com o presidente norte-americano, Kim Jong-un deixa o hotel Capella em seu carro oficial. O presidente Trump ainda aguarda n... Foto: REUTERS/Athit PerawongmethaMais
O americano também disse que Kim iniciou um processo de destruição de uma grande instalação de testes de mísseis, mas não especificou sua localização. Ele afirmou que os detalhes sobre este local não estão na declaração conjunta que os líderes assinaram após quase cinco horas de conversas. Para Trump, a destruição desta instalação é uma "grande coisa".
O republicano destacou que Pyongyang tem um "arsenal significativo" de armas nucleares, e que o encontro com Kim deveria ter sido realizado há cinco anos. O presidente americano ressaltou ainda os esforços feitos para pressionar Kim a se livrar desses armamentos.
As negociações com o líder norte-coreano foram "francas, diretas e produtivas", segundo o americano, que acrescentou que abordou a questão dos direitos humanos durante o encontro histórico. Além disso, ele garantiu que as sanções contra Pyongyang prosseguem neste momento. "As sanções serão suspensas quando tivermos certeza de que as armas nucleares não serão mais eficazes", disse.
Trump afirmou ainda que espera que a Guerra da Coreia termine em breve. "Agora podemos ter a esperança de que termine em breve", disse ele, ao recordar que as hostilidades do conflito (1950-1953) terminaram com a assinatura de um armistício e não um tratado de paz.
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O republicano afirmou que os EUA não têm muitas informações obtidas por órgãos de inteligência na Coreia do Norte, mas "temos o suficiente para saber que o que eles têm é muito significativo". Trump disse que Kim entende o que Washington tem pressionado durante as conversas e acredita que ele "fará essas coisas".
Ao fim da entrevista coletiva, Trump destacou que "provavelmente precisaremos de outro encontro", ou ao menos uma segunda reunião, com a Coreia do Norte enquanto discutem o compromisso de Kim com a desnuclearização de seu país.
Ainda assim, o líder americano disse que ele e Kim conseguiram abordar mais assuntos do que o esperado durante a cúpula. "Fomos muito mais longe do que eu poderia imaginar."
Trump afirmou que a reunião do G-7 realizada em Quebec foi boa, apesar das disputas, mas advertiu que as declarações do primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, custarão caro ao seu país. "Tive uma boa reunião com o G-7", disse o americano, ao rebater os comentários de que o encontro foi um fracasso. As declarações do premiê custarão "muito dinheiro" ao Canadá, completou.
Reações
O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, qualificou o acordo assinado em Cingapura como um "acontecimento histórico que acaba com a Guerra Fria". "O acordo de Sentosa de 12 de junho ficará registrado como um evento histórico que ajudou a derrubar o último legado que restava da Guerra Fria na Terra", declarou ele após a reunião entre Trump e Kim.
O governo da China, maior aliado de Pyongyang, celebrou a cúpula e fez um novo apelo à "desnuclearização total" de seu vizinho. "Hoje, o fato de que os principais dirigentes dos dois países se sentam juntos para negociações de igual para igual tem um significado importante e constitui o começo de uma nova história", afirmou o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi.
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"A China celebra e dá seu apoio", declarou o ministro ao ser questionado se o país sentia estar marginalizado pela aproximação entre Washington e Pyongyang. "É um objetivo que esperávamos e pelo qual trabalhamos."
Wang defendeu uma "desnuclearização total", tal como exige o governo americano. "Ao mesmo tempo é necessário um processo de paz para a península, para resolver as preocupações razoáveis da Coreia do Norte em termos de segurança", afirmou o ministro chinês. "Ninguém pode duvidar do papel importante e único desempenhado pela China. E este papel continuará", prometeu.
A União Europeia (UE) qualificou a cúpula como "passo crucial", que envia um "claro sinal" em direção à desnuclearização. "Esta reunião foi um passo crucial e necessário para aproveitar os avanços positivos obtidos com as relações intercoreanas" até esta data, indicou a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini. / EFE, AP e AFP