BANGKOK- O Governo de Unidade Nacional de Mianmar, que coordena a resistência popular contra a junta militar que comanda o país, anunciou neste sábado, 29, cessar-fogo unilateral para facilitar os esforços de ajuda às vitimas do terremoto que atingiu o país no Sudeste asiático na sexta-feira, 28. Segundo estimativas da junta militar, 1.644 pessoas morreram por conta do terremoto e o número de vitimar pode aumentar.
Em comunicado, a Força de Defesa do Povo, braço armado dos rebeldes, anunciou uma trégua de duas semanas nas operações militares ofensivas a partir de domingo, 30, para facilitar a ajuda às áreas afetadas pelo terremoto.
O grupo afirmou que iria “colaborar com a ONU e organizações não governamentais para garantir a segurança, o transporte e o estabelecimento de infraestrutura de resgate e médicos” nas áreas que controla.

“Apelamos a todos os grupos étnicos e cidadãos para cooperar ativamente com as forças revolucionárias no fornecimento de resgate de emergência abrangente e assistência de socorro às vítimas do terremoto”, disse a declaração.
Terremoto
O plano representa um forte desafio político à junta militar que governa Mianmar. O governo militar restringiu os esforços de ajuda para mais de 3 milhões de pessoas deslocadas pela guerra, mesmo antes do terremoto.
Não houve nenhum comentário imediato dos militares sobre o anúncio, divulgado pouco antes da meia-noite no horário local. A mídia independente de Mianmar relatou que os militares continuaram com ataques aéreos a áreas governadas pela resistência, mesmo após o terremoto.

Já o número de feridos aumentou para 3.408, enquanto o número de desaparecidos subiu para 139.
Esforços de resgate estavam em andamento, especialmente na região da cidade de Mandalay, a segunda maior cidade do país, e Naypyitaw, a capital. Mas, embora equipes e equipamentos tenham sido trazidos de outras nações, os aeroportos do país também foram danificados.
Saiba mais
A guerra civil de Mianmar torna a movimentação pelo país difícil e perigosa, complicando os esforços de socorro e aumentando os temores de que o número de mortos ainda possa aumentar vertiginosamente. Os militares de Mianmar tomaram o poder do governo eleito de Aung San Suu Kyi em fevereiro de 2021 e, agora, estão envolvidos em uma guerra civil com milícias estabelecidas espalhadas pelo país./com AP