A polícia em Portland, no Estado de Oregon, disse que foram detidas quatro pessoas suspeitas de envolvimento com o disparo que feriu um manifestante em um ato contra Donald Trump neste sábado, 12. Segundo nota, os polícias acreditam que os suspeitos fazem parte de uma gangue.
Mais cedo, um homem foi baleado enquanto participava de uma manifestação contra a vitória para presidente do republicano Donald Trump. O atirador teria saído do seu veículo, entrado em confronto com o manifestante e realizado o disparo. O confronto ocorreu enquanto os manifestantes atravessavam a ponte do rio Willamette.
Os protestos viraram a noite de sexta-feira,11, e continuam no sábado, em várias cidades dos Estados Unidos. A polícia disse que a vítima foi levada para um hospital com ferimentos "não fatais" e deve sobreviver.
Twitter. Neste sábado, Donald Trump utilizou as redes sociais para pedir união aos norte-americanos. Em sua conta pessoal no Twitter, ele escreveu que "este se provará um grande momento na vida de todos os americanos", enfatizando a palavra "todos" em caixa alta. "Nós vamos nos unir e vamos vencer, vencer, vencer", continuou.
Pela terceira noite seguida, milhares de manifestantes anti-Trump marcharam pelas ruas de algumas das principais cidades dos EUA. Nas regiões que deram mais votos para a candidata democrata, Hillary Clinton, o número de pessoas nos protestos cresceu exponencialmente. Em Nova York, eram 10 mil pessoas nas ruas na madrugada deste sábado, 12; outros 6 mil manifestantes se reuniram em Oakland, na Califórnia, e 4 mil em Portland, no Oregon.
Em Portland, os manifestantes bloquearam trilhos de trem, o que causou atrasos no sistema de transporte da cidade. Em outro momento, quando uma multidão atravessava a ponte do rio Wilammete, uma pessoa que participava da manifestação foi baleada por um homem que saiu de um veículo e entrou em confronto com ele. De acordo com a polícia da cidade, a vítima foi levada para o hospital, e não corre risco de morte. O suspeito fugiu após o tiroteio.
Os protestos em todo o país começaram na quarta-feira, 9, já no dia seguinte à eleição de Donald Trump. Com gritos de "Not my president", milhares de pessoas também marcharam em Miami. Eles levavam cartazes que diziam "Love Trumps Hate". Os manifestantes foram para a MacArthur Causeway, uma estrada muito transitada entre Miami e Miami Beach, bloqueando o tráfego em ambas as direções, de acordo com o Departamento de Polícia. Eles liberaram a via e voltaram para o centro da cidade.
"As pessoas não têm qualquer confiança de que Trump vai jogar de acordo com as regras", disse Dan Sullivan, um advogado de Dallas que ajudou a organizar o protesto da noite de quinta-feira naquela cidade. "Eles se sentem sob ataque, que seus direitos vão ser tirado deles."
Na Filadélfia, Linette Kielinski marchou com um grande número de mulheres após uma vigília à luz de velas na noite de quinta-feira. "Eu só não quero ficar para trás e chorar em minha casa, eu quero sair e ser ouvida", disse a fotógrafa de 38 anos.
Ela disse que se preocupa com o que acontecerá com seus amigos homossexuais, transexuais e muçulmanos, por causa de possíveis mudanças legislativas e o que ela considera uma hostilidade pública maior para com esses grupos. "As pessoas têm medo", disse. /Com informações da Associated Press e Dow Jones
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