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Após visita de Pelosi a Taiwan, relação EUA-China está à beira do precipício; leia análise

Relação entre os dois países piora situação já complicada por outras divergências

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Por Matthew Lee*

ASSOCIATED PRESS – A relação entre Estados Unidos e China está à beira do precipício após a visita da presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan. A viagem enfureceu Pequim e os nacionalistas chineses e complicará os laços já tensos.

À medida que os EUA avançam com demonstrações de apoio a Taiwan, venda de armas e lobby diplomático, as tensões aumentam os riscos de um confronto militar, intencional ou não.

A viagem pode atrapalhar ainda mais o relacionamento já complicado de Washington com Pequim, enquanto os dois lados lidam com divergências sobre comércio, guerra na Ucrânia, direitos humanos e muito mais.

Imagem desta quinta-feira, 4, mostra forças de artilharia lançando míssil próximo a Taiwan em retaliação à viagem de Nancy Pelosi ao país. Viagem piora relações entre China e EUA Foto: via Reuters

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A visita ocorre antes do Congresso do Partido Comunista da China, em outubro, quando o presidente Xi Jinping tentará consolidar ainda mais seu poder, adotando uma linha dura com relação a Taiwan para reduzir as críticas internas por questões como a crise econômica e a pandemia de covid.

Alarmados com a possibilidade de um novo conflito, ao mesmo tempo em que ajudam a Ucrânia a resistir à invasão da Rússia, os EUA buscam o apoio de aliados para conter a agressividade da China. Ainda assim, o status quo – por muito tempo identificado como “ambiguidade estratégica”, pelos EUA, apesar da oposição silenciosa da China – parece não ser mais sustentável para nenhum dos lados.

O Comitê de Relações Exteriores do Senado americano analisará em breve um projeto de lei que fortalecerá as relações com Taiwan, exigirá que o governo americano faça mais para trazer os taiwaneses para a economia internacional e adote medidas mais determinadas para ajudar a ilha a se defender.

No entanto, a China parece estar avançando com medidas que podem se tornar uma escalada, incluindo exercícios militares de tiro real. Jean-Pierre Cabestan, professor da Universidade Batista de Hong Kong, disse que isso mostra que “os EUA deveriam traçar limites para impedir que os chineses vão longe demais”.

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Enquanto isso, Taiwan está no limite. Abrigos antiaéreos foram preparados e o governo está aumentando o treinamento para recrutas, juntamente com cursos anuais de atualização para reservistas.

*É JORNALISTA

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