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Arábia Saudita aponta que 1,3 mil muçulmanos morreram durante peregrinação à Meca

De acordo com informações oficiais, mais de 80% dos peregrinos que morreram não tinham autorização para participar do evento religioso

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Por Redação
Atualização:

A Arábia Saudita anunciou, neste domingo, 23, que 1.301 peregrinos morreram durante a grande peregrinação muçulmana do hajj, realizada recentemente no país sob calor intenso, e ressaltou que a maioria dos falecidos não tinha autorização para participar deste encontro anual.

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“Infelizmente, o número de mortos chegou a 1.301, dos quais 83% não estavam autorizados a participar do hajj. Eles percorreram longas distâncias debaixo de sol, sem abrigo ou conforto adequado”, reportou a agência de notícias oficial saudita.

Na semana passada, um balanço feito pela AFP com base em comunicados e boletins oficiais de diplomatas envolvidos nas respostas de seus respectivos países estimou o número de mortos em mais de 1.100.

Muçulmanos peregrinos usam guarda chuvas na caminhada até Meca, Arábia Saudita  Foto: Rafiq Maqbool/AP

Diplomatas árabes disseram à AFP que entre os falecidos há 658 egípcios - 630 deles peregrinos não registrados. Riad não havia comentado publicamente as mortes ou fornecido seu próprio balanço até este domingo.

Na sexta-feira, no entanto, um alto funcionário saudita divulgou um balanço parcial de 577 mortos nos dois dias mais movimentados do hajj: 15 de junho, quando os peregrinos se reuniram para horas de oração sob o sul no Monte Arafat, e no dia 16 de junho.

Peregrinação

A peregrinação a Meca é um dos cinco pilares do Islã e todo muçulmano que possua os meios necessários deve realizá-lo pelo menos uma vez na vida.

Nos últimos anos, o calendário lunar do Islã faz com que este rito coincida com o verão da Arábia Saudita. Em 2024. foram registradas temperaturas de 51,8 graus em Meca.

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Yaser, um engenheiro egípcio de 60 anos, fez a peregrinação hajj em Meca na semana passada sem ter obtido a permissão que vinha solicitando há anos. E hoje ele lamenta amargamente sua decisão.

Peregrinos muçulmanos andam pela cidade de Meca, Arábia Saudita  Foto: Rafiq Maqbool/AP

Embora tenha sobrevivido aos exaustivos rituais desta cerimônia sagrada muçulmana, se perdeu de sua esposa, Safa, no domingo, 16, e teme que ela esteja entre os mortos. “Procurei por ela em todos os hospitais de Meca”, disse o homem à AFP por telefone.

O Departamento de Estado americano informou que “vários” de seus cidadãos faleceram durante a peregrinação, sem fornecer mais detalhes.

Este ano, reuniu 1,8 milhão de fiéis, 1,6 milhão deles de outros países, segundo autoridades da Arábia Saudita.

Permissões para a peregrinação

As permissões para a peregrinação são concedidas segundo um sistema de cotas por país e, em casos como o do Egito, posteriormente são sorteadas entre os fiéis.

Quem tiver sorte deve recorrer a agências de viagens credenciadas, geralmente com preços altos. Por isso, muitos fiéis tentam evitar os circuitos oficiais, sobretudo desde que o reino introduziu os vistos para turista em 2019./ COM AFP

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