Argentina obtém empréstimo do Catar para pagar parte da dívida com o FMI

O acordo foi negociado “no mais absoluto sigilo” pelo ministro da Economia e candidato à presidência da Argentina, Sergio Massa

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação

A Argentina pagará uma parcela da sua dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI) graças à concessão de um empréstimo especial de direitos de saque concedido pelo Catar no valor equivalente a US$ 770 milhões, segundo anunciaram nesta sexta-feira, 4, fontes oficiais.

PUBLICIDADE

“Pela primeira vez na história, o Catar realiza uma operação de crédito com a Argentina. O Catar empresta os direitos especiais de saque (DEGS) para que a Argentina pague ao FMI sem tocar em suas reservas”, informaram as fontes.

Segundo decreto assinado pelo presidente argentino, Alberto Fernández, publicado nesta sexta-feira no Diário Oficial, o acordo de facilidade assinado com o Catar estabelece um empréstimo para a Argentina no valor de 580 milhões de DEGS (valor de contabilidade das reservas internacionais aplicado pelo FMI), que é equivalente a cerca de US$ 770 milhões, na taxa de conversão desta sexta-feira fixada pelo organismo internacional.

Esta foto divulgada pelo Ministério da Economia da Argentina mostra o ministro da Economia e pré-candidato presidencial Sergio Massa falando durante uma coletiva de imprensa sobre como a Argentina enfrenta os pagamentos ao FMI em Buenos Aires, em 31 de julho de 2023.  Foto: Ministério da Economia da Argentina / AFP

O acordo foi negociado pelo ministro da Economia e candidato à presidência da Argentina, Sergio Massa, com a equipe econômica do Catar “no mais absoluto sigilo”, segundo fontes do governo argentino.

Publicidade

A Argentina precisou liquidar nesta sexta-feira um vencimento de juros com o FMI de cerca de US$ 750 milhões.

Na segunda-feira, o país vizinho já havia usado yuans e fundos de um empréstimo do CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina para quitar um vencimento com o Fundo no valor de US$ 2,7 bilhões.

A Argentina, que em março de 2022 assinou um acordo com o FMI para refinanciar dívidas de cerca de US$ 45 bilhões, vem sofrendo com graves desequilíbrios macroeconômicos, entre eles o baixo nível de reservas monetárias, o déficit fiscal e uma inflação muito alta. /EFE

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.