BUENOS AIRES - Quase três meses após o desaparecimento do submarino ARA San Juan nas profundezas do Atlântico Sul, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, ofereceu uma recompensa “milionária” para quem encontrar a embarcação perdida. Segundo o ministro de Defesa do país, Oscar Aguad, o valor do prêmio rondará os US$ 4 milhões.
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Macri anunciou a recompensa na terça-feira, 6, depois de se encontrar com um grupo de parentes dos 44 tripulantes do submarino – com o objetivo de conter as críticas das famílias às operações de busca e negar que a tripulação do ARA San Juan tenha sido abandonada.
“Pedimos a ele que a área de buscas seja ampliada e empresas privadas sejam incluídas (nas operações)”, afirmou Itaí Leguizamón, mulher do tripulante Germán Oscar Suárez.
A embarcação desapareceu em 15 de novembro, quando realizava o percurso entre Ushuaia, no extremo sul da Argentina, e sua base em Mar del Plata. No último contato ocorreu a cerca de 400 quilômetros da costa do país, a tripulação relatou avarias causadas por uma entrada de água pelo sistema de ventilação, que “provocou um curto-circuito e um princípio de incêndio” nas baterias. Horas depois, uma explosão foi detectada pela Marinha.
As autoridades argentinas descartaram a possibilidade de sobrevivência da tripulação vinte dias após o desaparecimento do Ara San Juan, afirmaram que o submarino não sofreu nenhum tipo de ataque e negaram que a embarcação estivesse em uma operação de espionagem quando desapareceu.
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As operações de buscas chegaram a envolver 18 países, mas, atualmente, a Rússia é o único país estrangeiro que participa, com submergíveis compactos e um navio oceanográfico. A Marinha e especialistas atribuem o fracasso das buscas a uma escarpa submarina, semelhante a uma cordilheira invertida, com precipícios que recortam de lado a lado a área de rastreamento. Em razão dessas características do leito marinho, a detecção de objetos é dificultada.
A Justiça argentina abriu duas investigações sobre o caso: uma para determinar o causa do desaparecimento do ARA San Juan e outra para a apuração de uma suspeita de irregularidades em consertos da embarcação entre 2008 e 2014. O submarino, a diesel e de fabricação alemã, estava em operação desde a década de 80. / AP
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