Assassino de George Floyd é condenado nos EUA a 21 anos por violação de direitos civis

Derek Chauvin recebeu uma segunda sentença de prisão relacionada à violação de direitos de George Floyd

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Por Redação
Atualização:

O ex-policial americano Derek Chauvin foi condenado em instância federal nesta quinta-feira, 7, a 21 anos de prisão pelo assassinado de George Floyd, asfixiado em Minneapolis em 2020. Ele já havia sido sentenciado no ano passado em um tribunal estadual. A decisão desta quinta-feira ocorre em outro processo, relacionado aos direitos civis de Floyd, no qual Chauvin se declarou culpado.

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Chauvin foi sentenciado por usar força excessiva contra Floyd e uma outra vítima, um menino de 14 anos, também negro. O incidente não tem relação com o caso de Floyd, que desencadeou uma série de protestos nos Estados Unidos, mas é semelhante.

“Eu realmente não sei por que você fez o que fez, mas colocar o joelho no pescoço de outra pessoa até que ela faleça é simplesmente errado, por essa conduta você deve ser substancialmente punido”, disse o juiz Paul Magnuson ao impor a sentença.

Ex-policial Derek Chauvin durante seu julgamento estadual em Minneapolis, no dia 25 de junho. Americano foi considerado culpado pelo assassinato de George Floyd Foto: Reprodução / AP

Como estava preso, a sentença do ex-policial foi deduzida para 20 anos e 5 meses, próximo ao limite prescrito, na faixa de 20 a 25 anos. As sentenças federais e estaduais serão cumpridas simultaneamente.

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A ação de Chauvin contra Floyd se tornou um exemplo gritante de violência policial e despertou demandas por igualdade racial em centenas de cidades americanas. O ex-policial asfixiou Floyd por mais de nove minutos após ele tentar passar uma nota falsificada de US$ 20 em uma loja de conveniência. Floyd protestava que não conseguia respirar, até que foi morto. Inicialmente, o Departamento de Polícia de Minneapolis alegou que ele havia morrido em um “incidente médico”.

No acordo de confissão federal, Chauvin reconheceu o uso excessivo de força contra Floyd e em outro caso, em 2017, contra um adolescente chamado John Pope. Segundo a mãe de Pope, Chauvin agrediu o adolescente repetidamente com uma lanterna e o prendeu com um joelho por mais de 15 minutos. O adolescente não teria feito movimentos agressivos contra os policiais, de acordo com o inquérito.

Nesta quinta-feira, John Pope afirmou no tribunal que Chauvin não o tratou como ser humano. “Ele fez uma escolha e não se importou com a consequência. Pela graça de Deus eu vivi para ver outro dia”, declarou.

O irmão de George Floyd, Philonise Floyd, instou o tribunal a dar a sentença máxima contra o ex-policial. “Eu não tive uma noite de sono de verdade por causa dos pesadelos que tenho constantemente ouvindo meu irmão implorar e implorar pela vida repetidamente”, disse.

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Assassinato de George Floyd desencadeou uma série de protestos antirracistas nos Estados Unidos. Floyd foi asfixiado por mais de nove minutos, mesmo gritando que não conseguia respirar Foto: Kerem Yucel / AFP

Os promotores também defenderam que Chauvin recebesse a pena máxima, em parte porque ele se declarou culpado em dois casos. “Ele não era um iniciante”, disse LeeAnn K. Bell, promotora assistente dos EUA. “Ele não era um policial novo. Ele sabia qual era o seu treinamento. Ele admitiu perante este tribunal que sabia que o que estava fazendo era errado e o fez de qualquer maneira”.

Chauvin, que fez poucos comentários públicos desde sua prisão, também se dirigiu ao tribunal, embora não tenha se desculpado por suas ações.

Tanto ele quanto seu advogado, Eric J. Nelson, procuraram retratá-lo como uma vítima do ambiente sociopolítico atual. “Meritíssimo, reconheço o trabalho árduo e desagradável deste caso - ter que seguir padrões legais em um ambiente político carregado deve ser muito difícil”, disse Chauvin.

O agente está detido em uma prisão estadual em Minnesota desde que condenado no tribunal estadual por assassinato, em grande parte confinado à segregação administrativa.

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Outros acusados

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Outros três policiais americanos participaram do assassinato de George Floyd: dois iniciantes, J. Alexander Kueng e Thomas Lane, e um policial mais experiente, Tou Thao. O vídeo do incidente, gravado por espectadores e que rapidamente viralizou, desencadeou a demissão dos quatro agentes.

Assim como Chauvin, eles também enfrentaram acusações federais de direitos civis, além de acusações estaduais de assassinato. Os julgamentos federais aconteceram em fevereiro deste ano e os três foram sentenciados. De todos, Thomas Lane foi o que recebeu a menor pena, por ter sido o único policial a questionar a imobilização de Floyd.

No âmbito estadual, Lane se declarou culpado de uma acusação de homicídio culposo e deve ser sentenciado em setembro; promotores pediram três anos. Espera-se que Kueng e Thao sejam julgados por acusações estaduais de assassinato e homicídio culposo em outubro. /THE NEW YORK TIMES

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