A Assembleia Geral da ONU votou com maioria nesta quarta-feira, 11, por um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, em uma resolução de caráter não vinculante. A medida foi rejeitada pelos Estados Unidos e por Israel.
A resolução, que obteve 158 votos a favor, 9 contra e 13 abstenções, também pediu “a liberação imediata e incondicional de todos os reféns”, em uma redação semelhante à que foi bloqueada no Conselho de Segurança no final de novembro por um veto dos Estados Unidos.
Washington defende que o cessar-fogo deve ser condicionado à liberação de todos os reféns em Gaza, argumentando que, caso contrário, o Hamas não teria nenhum incentivo para libertá-los. O embaixador adjunto dos Estados Unidos, Robert Wood, reiterou a posição de seu país na quarta-feira, dizendo que seria “vergonhoso e errado” adotar o projeto.
Antes da votação, o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, afirmou que as resoluções discutidas nesta quarta-feira “superam toda lógica”. “O voto de hoje não é a favor da compaixão, mas a favor da cumplicidade”, afirmou Danon.
A Assembleia-geral tem adotado com frequência resoluções que não conseguem ser aprovadas no Conselho de Segurança, que está praticamente paralisado em questões sensíveis, como Gaza e Ucrânia. E desta vez não foi diferente.
O texto aprovado nesta quarta-feira, não vinculante, também exige “acesso imediato” a uma ampla ajuda humanitária para os cidadãos de Gaza, que sofrem por mais de um ano de guerra com Israel, especialmente na sitiada região norte daquele território.
A resolução pede ao secretário-geral da ONU, António Guterres, que apresente “propostas sobre como as Nações Unidas podem ajudar a avançar na prestação de contas”, usando mecanismos existentes ou criando novos baseados em experiências anteriores.
A Assembleia, por exemplo, criou um mecanismo internacional para reunir provas de crimes cometidos na Síria desde que a guerra civil eclodiu em 2011.
Um segundo projeto de resolução aprovado nesta quarta-feira pede a Israel que respeite o mandato da agência de ajuda da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA) e permita que continue suas operações no país.
O parlamento de Israel proibiu “as atividades da UNRWA em território israelense” a partir de 28 de janeiro, após acusar alguns de seus funcionários de colaborar com os ataques de 7 de outubro./AFP.
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