WELLINGTON, NOVA ZELÂNDIA - Pelo menos 50 pessoas morreram em ataques a duas mesquitas em Christchurch, Nova Zelândia, nesta sexta-feira, 15. Um vídeo com parte do massacre foi transmitido ao vivo pela internet após a publicação de um manifesto sobre supremacia branca online.
Imagens em primeira pessoa, aparentemente de uma câmera usada pelo atirador enquanto atacava a mesquita Al Noor, no centro da cidade, foram transmitidas no Facebook e causaram questionamentos sobre a capacidade de empresas globais de tecnologia impedirem que conteúdo violento se espalhe pelo mundo.
O Facebook afirmou que tirou do ar rapidamente a conta do atirador, mas o vídeo de 17 minutos mostrando um homem vestido de preto e atirando contra fiéis com fuzis semiautomáticos circula amplamente na web.
No vídeo, que parece ter sido gravado de uma câmera instalada em um capacete, o atirador dirige até a mesquita e começa a atirar antes mesmo de entrar no prédio. Por cerca de 2 minutos ele dispara contra pessoas que tentam fugir antes de retornar ao seu carro e trocar de arma.
Massacre
Depois, ele entra novamente na mesquita e volta a atirar, se movimentando metodicamente de sala em sala e disprando contra corpos amontoados nos carpetes verdes do local. Várias vítimas aparecem no vídeo, muitas caídas em cima de outros corpos nos cantos das salas.
Depois de poucos minutos, ele sai do local, entra em seu veículo e começa a dirigir - parando ocasionalmente para atirar em pedestres e falar sozinho. "Não tive nem tempo para mirar, eram muitos alvos", afirmou o atirador em determinado momento.
A polícia neozelandesa disse que trabalha para remover o vídeo da internet e pediu que as pessoas não o compartilhem.
O Facebook afirmou ter alertado as autoridades instantes após o início da transmissão. "Nós removemos rapidamente tanto a conta do atirador no Facebook quanto no Intragram e também o vídeo", disse Mia Garlick, representante da rede social. "Também estamos removendo qualquer elogio ou apoio ao crime e ao atirador assim que temamos conhecimento destes conteúdos." / NYT
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.