GAZA - Ataques israelenses deixaram vários palestinos mortos na Faixa de Gaza, sendo a maioria mulheres e crianças, disseram autoridades locais nesta quarta-feira, 1.º. A guerra, que se arrasta há 15 meses, segue no novo ano sem perspectiva de fim.
Um dos ataques atingiu uma casa na área de Jabalia, no norte de Gaza, a parte mais isolada e destruída do território, onde Israel tem conduzido uma grande operação desde o início de outubro. A Defesa Civil de Gaza afirma que 15 pessoas morreram no ataque e 20 ficaram feridas. “Enquanto o mundo celebra o ano-novo, damos as boas-vindas a 2025 com o primeiro massacre israelense na Faixa de Gaza, em Jabalia”, disse o porta-voz Mahmoud Basal. Procurado, o Exército israelense não se pronunciou.
Outro ataque durante a noite no campo de refugiados de Bureij, no centro de Gaza, matou uma mulher e uma criança, segundo o Hospital Mártires de Al-Aqsa, que recebeu os corpos. O Exército israelense ordenou que os civis deixassem uma área perto de Bureij durante a noite, dizendo que atacaria a região em resposta ao recente lançamento de foguetes por rebeldes palestinos.
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Um terceiro ataque na manhã de quarta-feira, na cidade de Khan Younis, no sul, matou três pessoas, segundo o Hospital Nasser e o Hospital Europeu, que receberam os corpos.
A guerra foi desencadeada pelo ataque de terroristas do Hamas, que mataram 1,2 mil pessoas e sequestraram cerca de 250 em 7 de outubro de 2023. Aproximadamente 100 reféns ainda estão detidos em Gaza e acredita-se que um terço deles tenha morrido.
Do lado palestino, a ofensiva israelense matou mais de 45 mil pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. A pasta não diferencia civis de integrantes do Hamas na contagem das vítimas, mas afirma que mais da metade eram mulheres e crianças.
O Exército de Israel, por outro lado, afirma que o alvo da operação militar é o Hamas e culpa o grupo terrorista pelas vítimas civis. As forças israelenses dizem ter matado 17 mil rebeldes, sem fornecer provas.
A guerra causou destruição generalizada e deslocou cerca de 90% da população de Gaza, de 2,3 milhões de pessoas. Centenas de milhares estão vivendo em tendas na costa, enquanto o inverno traz frequentes tempestades e baixas temperaturas. Pelo menos seis bebês morreram de hipotermia, segundo o Ministério da Saúde.
Mediadores americanos e árabes tentam negociar um cessar-fogo que possibilite a liberação dos reféns há quase um ano, mas os esforços fracassaram repetidamente. O Hamas exige uma trégua duradoura, enquanto o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, prometeu continuar lutando até a “vitória total” sobre os terroristas./AP e AFP
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