Ataques russos deixam partes da Ucrânia sem energia e água

Governo ucraniano diz que 30% das estações de energia do país foram destruídas pela Rússia em uma semana

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Por Redação

KIEV - Em uma semana de ataques à infraestrutura energética da Ucrânia, a Rússia destruiu 30% das centrais elétricas do país invadido em 24 de fevereiro. Novas ações nesta terça, 18, deixaram parte de Kiev e de outras regiões do país no escuro e sem fornecimento de água novamente.

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A acusação foi feita pelo presidente Volodmir Zelenski no Twitter, enquanto a prefeitura da capital confirmava duas mortes. Ele chamou os ataques de “terroristas”, deixando “nenhum espaço para negociações com o regime de Putin”.

A Rússia vem realizando bombardeios em massa por toda a Ucrânia em retaliação ao ataque que derrubou um trecho da ponte que liga a Península da Crimeia à Rússia continental,uma rota essencial para abastecer as tropas russas no sul ucraniano.

Nuvem de fumaça após bombardeio russo atingir malha energética na periferia de Kiev, capital da Ucrânia: parte do país está sem luz por causa de ataques  Foto: Oleg Petrasiuk/EFE/EPA

De acordo com autoridades locais, ao menos três cidades viram novos ataques na terça, que também tiveram como alvo infraestruturas energéticas às vésperas do inverno no país.

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Os ataques forçam ucranianos a economizarem energia, pedido reforçado por Zelenski durante seu pronunciamento. Ele pediu para a população reduzir seu consume em horários de pico para “permitir que todo o país atravesse este período com maior estabilidade”. O objetivo é aliviar a malha energética do país enquanto os reparos necessários são feitos.

A última série de bombardeios russos atingiu durante a manhã de terça-feira diversas instalações energéticas no sul do país pelo segundo dia consecutivo, o que provocou cortes no fornecimento de energia elétrica e de água.

Em Kiev nesta terça, por exemplo, havia alertas de apagões, e pessoas faziam fila em lojas para abastecer garrafas com água fresca. Nas redes sociais, lojas, bancos e grandes empresas compartilham postagens das medidas que vêm tomando, o que nem sempre tem sido suficiente para evitar blecautes.

Na capital, houve três ataques a uma usina na margem esquerda” do rio Dniéper, disse Kirilo Timoshenko, vice-chefe do Gabinete presidencial, nas redes sociais que causaram “danos sérios”, sem detalhá-los.

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“A situação é atualmente crítica em todo o país, porque nossas regiões dependem umas das outras”, afirmou Timoshenko.

Também houve ataques a uma instalação de energia em Yitomir, uma cidade a oeste de Kiev. O incidente, disse o governo local, forçou a interrupção do abastecimento de água e energia.O prefeito Serhii Sukhomlin disse que o blecaute e a falta de abastecimento são totais. “Os hospitais estão usando geradores”, afirmou ao site público Suspilne.

No Leste do país, uma “empresa industrial” em Kharkiv também foi atacada, disse o prefeito, Igor Terejov, relatando “duas séries de explosões” em um intervalo de cinco minutos.

Além dos episódios de segunda, no fim de semana, projéteis atingiram áreas residenciais, um depósito de combustível e uma torre de energia em Belgorod, deixando ao menos três mortos.

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Na sexta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, havia dito que não haveria novos ataques aéreos à Ucrânia, afirmando que não era seu objetivo “destruir” o país vizinho.

Alguns dos bombardeios foram feitos por drones ‘kamikaze’ comprados do Irã, que se tornaram o novo recurso da Rússia na guerra da Ucrânia. Após bombardeios que deixaram nove mortos na segunda — cinco deles em Kiev, após ataques com drones kamikazes comprados do Irã — outros episódios voltaram a ser registrados nesta terça.

Depois dos ataques de segunda-feira, o chefe da diplomacia ucraniana, Dmitro Kuleba, acusou o Irã de fornecer drones para a Rússia e pediu a adoção de sanções contra a República Islâmica.

Nesta terça-feira, o Kremlin afirmou que ignora se o exército utiliza drones iranianos na Ucrânia. “É usada tecnologia russa com nomes russos”, disse o porta-voz, Dmitri Peskov, que encaminhou a questão ao ministério da Defesa.

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O Irã negou que forneça armas para qualquer parte envolvida no conflito na Ucrânia, mas o governo dos Estados Unidos alertou que adotaria medidas contra empresas e países que colaboram com o programa de drones de Teerã.

O ministério da Defesa ucraniano afirmou que nas últimas 24 horas suas tropas derrubaram 38 aviões não tripulados Shahed-136 de fabricação iraniana./AP, AFP e NYT

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